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Concessões do BNDES devem focar infraestrutura em 2017

Apesar da queda de 34% nos desembolsos no acumulado dos nove meses de 2016, a nova estratégia seria movimentar obras e alavancar o emprego no País

DCI

05/01/2017 00h00 | Atualizada em 05/01/2017 16h59


O setor de infraestrutura deve superar o de indústria em desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) em 2017. O motivo é a maior intenção do governo em acelerar construções de parcerias público-privadas (PPPs) e em elevar o emprego no País.

Dados do boletim de desempenho do banco de fomento mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o setor de indústria correspondeu por 35% (R$ 21,78 bilhões) do total de desembolsos (R$ 62,20 bilhões).

Seguida por infraestrutura, com 28,9% (R$ 18 bilhões); comércio e serviços, 20,7% (R$ 12 bilhões); e agropecuária, 15,4% (R$ 9 bilhões).

Segundo os especialistas consultados pelo DCI, porém, a tendência é de

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O setor de infraestrutura deve superar o de indústria em desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) em 2017. O motivo é a maior intenção do governo em acelerar construções de parcerias público-privadas (PPPs) e em elevar o emprego no País.

Dados do boletim de desempenho do banco de fomento mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o setor de indústria correspondeu por 35% (R$ 21,78 bilhões) do total de desembolsos (R$ 62,20 bilhões).

Seguida por infraestrutura, com 28,9% (R$ 18 bilhões); comércio e serviços, 20,7% (R$ 12 bilhões); e agropecuária, 15,4% (R$ 9 bilhões).

Segundo os especialistas consultados pelo DCI, porém, a tendência é de que, no ano que vem, o setor de infraestrutura ganhe um novo fôlego entre as concessões.

"Temos um gargalo muito grande nesse segmento por conta das obras paradas pela falta de dinheiro. Então, faz sentido o banco converter os recursos da indústria para um setor mais importante para a atividade econômica do País", avalia José Balian, professor de administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

De acordo com George Sales, professor de economia da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), o BNDES passa a sinalizar a necessidade de privilegiar alguns setores da economia.

"Quando o dinheiro era injetado no banco de fomento pelo governo e não o contrário, a atuação era maior. Agora, o privilégio precisa ser de quem tem maiores condições de alavancar a economia", comenta o professor da Fipecafi.

Apesar dessa sinalização, porém, o boletim de desempenho do BNDES ainda demonstrou uma queda de 34% nos desembolsos de janeiro a setembro deste ano em relação a igual período de 2015.

E, quando dividida por setores, a maior queda foi em infraestrutura, com -49% na mesma base de comparação. Em seguida vieram comércio e serviços (-39%); indústria (-21%) e agropecuária (-7%).

"As empresas têm poucas alternativas de financiamento na economia. Além disso, o custo dos empréstimos ficou mais caro e o crédito ainda mais restrito, com juros maiores a serem ofertados", avalia Antônio Corrêa de Lacerda, sócio-diretor da MacroSector.

A tendência, porém, é de que esse quadro comece a se reverter já no primeiro trimestre do ano que vem, conforme a melhora dos próprios indicadores econômicos.

Neste sentido, Sales ressalta que o maior volume de desembolsos em infraestrutura deverá ser reforçado como estratégia do governo para alavancar os demais segmentos.

Ao emprestar para infraestrutura, no setor de construção civil, por exemplo, o andamento de obras no País geraria mais empregos, o que ampliaria a indústria nacional.

Segundo ele é preciso analisar quais são os setores que teriam a maior contribuição para a economia. "O governo está contido e as obras estão paralisadas. Direcionar o dinheiro para esse setor geraria alguns milhares de empregos e faria o fluxo monetário chegar à mão das pessoas, dando um reforço ao consumo", explica.

Ele também ressalta que do ponto de vista de crédito também se teria bons impactos. "A construção precisa de dinheiro de longo prazo e o BNDES pode ser um grande financiador. É uma cadeia de benefícios relativamente alta e, quando se tem pouco dinheiro, o pensamento é colocar onde vai reverberar resultados mais positivos", completa o professor.

Momento de espera

De acordo com os especialistas, porém, o resultado ainda não terá uma alta significativa no próximo ano. "Estamos em um momento de espera. A perspectiva é que 2017 já apresente PIB [Produto Interno Bruto] positivo, mas ainda podem existir alguns reflexos da eleição de Donald Trump [eleito presidente dos Estados Unidos na última quarta-feira]", comenta José Balian.

De acordo com Lacerda, da MacroSector, o cenário doméstico também precisa de atenção. "A demanda é pequena e não há vetores da economia que consigam puxar o crescimento. Mesmo o setor agropecuário, que em tese estava bem, já mostra quedas", disse.

Ele ainda ressalta que para que o objetivo de recuperação se concretize em 2017, "o incentivo deve ser na baixa da taxa de juros" como forma de atenuar a recessão e aquecer a demanda. "Só assim para que haja o investimento que o País precisa", conclui o diretor.

 

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