Mercado
Folha
02/09/2015 13h45
A empreiteira OAS, que pediu proteção da Justiça em março para escapar da falência, obteve da Justiça de São Paulo autorização para receber um empréstimo de R$ 800 milhões da Brookfield.
Uma liminar havia suspendido a operação no início de agosto, atendendo ao pedido de alguns credores.
Com a decisão, que permitirá a transferência imediata de R$ 200 milhões à empreiteira, a OAS irá se engajar na negociação com os credores internacionais.
Uma nova rodada de reuniões ocorrerá em Nova York nesta semana, segundo apurou a Folha.
Um acordo com esse grupo de credores é crucial para a sobrevivência da empresa. Cerca de 70% da dívida da OAS inscrita na recuperação judicial foi feita em dólares, segundo dados da emp
...A empreiteira OAS, que pediu proteção da Justiça em março para escapar da falência, obteve da Justiça de São Paulo autorização para receber um empréstimo de R$ 800 milhões da Brookfield.
Uma liminar havia suspendido a operação no início de agosto, atendendo ao pedido de alguns credores.
Com a decisão, que permitirá a transferência imediata de R$ 200 milhões à empreiteira, a OAS irá se engajar na negociação com os credores internacionais.
Uma nova rodada de reuniões ocorrerá em Nova York nesta semana, segundo apurou a Folha.
Um acordo com esse grupo de credores é crucial para a sobrevivência da empresa. Cerca de 70% da dívida da OAS inscrita na recuperação judicial foi feita em dólares, segundo dados da empresa.
A disparada da cotação da moeda americana tem feito a dívida subir e pressionado ainda mais a empresa, cujas receitas vêm de contratos faturados em reais.
Desde que pediu proteção à Justiça, a dívida já subiu quase R$ 2 bilhões e agora está em cerca de R$ 10 bilhões.
A OAS já sabe que precisará, portanto, de um desconto agressivo na dívida para que tenha condições de pagá-la. A primeira sinalização, de 80% de corte, foi descartada pelos credores.
Há pelo menos três semanas de negociações pela frente. A assembleia que votará o plano está prevista para os dias 22 e 29 deste mês.
Até lá, a OAS precisa avançar ainda nas conversas para a venda de sua fatia na Invepar. Dona de concessões de rodovias e do aeroporto de Guarulhos, a participação é considerada o ativo mais valioso da empreiteira entre os que estão à venda.
Foi o interesse na Invepar que atraiu a Brookfield. As ações da empresa são as garantias para o empréstimo. A canadense ganhou ainda o direito de cobrir a oferta pela fatia, que será leiloada.
Com a sinalização da Brookfield de que gostaria de reduzir o valor a ser pago pela participação, avaliada inicialmente em R$ 2,2 bilhões, a OAS vem tentando atrair novamente para a mesa de negociação outros interessados, como o fundo GP Investiments.
ALÍVIO
A decisão da Justiça de liberar o empréstimo permitirá que a empresa mantenha as obras enquanto passa pelo processo de recuperação.
Os desembargadores decidiram, contudo, impor alguma condições.
A transferência da segunda parcela do financiamento, de R$ 300 milhões, só poderá ocorrer após pedido da OAS e autorização do juiz responsável pela recuperação judicial da empreiteira.
Os R$ 300 milhões restantes terão de ser aprovados na assembleia de credores.
A OAS entrou em crise financeira após ser alvo da Lava Jato, que investiga pagamento de propina e cartel em obras da Petrobras.
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