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CDI
12/04/2017 11h09 | Atualizada em 13/04/2017 14h25
Organizações da sociedade civil revisaram o Programa de Metas (2017-2020) da cidade de São Paulo e apontaram que o documento apresenta metas enxutas e ações pouco significativas para o avanço da cidade nos temas relacionados à áreas verdes, resíduos sólidos, mobilidade e energia.
O programa apresentado pelo prefeito João Doria possui cerca de 50 metas. Na gestão de Gilberto Kassab foram elaboradas 223 metas com cumprimento de 58%, e na de Fernando Haddad foram 123 metas e cumprimento de 55%. "A questão não é o grau de cumprimento, mas a qualidade de metas e prioridades definidas. Nesse sentido, não houve avanço", diz Américo Sampaio da Rede Nossa São Paulo. Para Gabriela Vuolo, do projeto Cidade dos Sonhos, um dos pontos preocupa
...Organizações da sociedade civil revisaram o Programa de Metas (2017-2020) da cidade de São Paulo e apontaram que o documento apresenta metas enxutas e ações pouco significativas para o avanço da cidade nos temas relacionados à áreas verdes, resíduos sólidos, mobilidade e energia.
O programa apresentado pelo prefeito João Doria possui cerca de 50 metas. Na gestão de Gilberto Kassab foram elaboradas 223 metas com cumprimento de 58%, e na de Fernando Haddad foram 123 metas e cumprimento de 55%. "A questão não é o grau de cumprimento, mas a qualidade de metas e prioridades definidas. Nesse sentido, não houve avanço", diz Américo Sampaio da Rede Nossa São Paulo. Para Gabriela Vuolo, do projeto Cidade dos Sonhos, um dos pontos preocupantes é que o documento não especifica o orçamento para o cumprimento das metas, prejudicando a identificação das prioridades da gestão.
Em relação a áreas verdes, o texto prevê o plantio de 200 mil árvores, com prioridade para as dez Prefeituras Regionais com menor cobertura vegetal.
De acordo com Mariana Belmont, do projeto Imargem, o número representa um aumento de apenas 14,1 km² de cobertura vegetal. "Ao dividir esse número pela população da cidade, o número cai para apenas 1,17 m² de cobertura vegetal por habitante, enquanto a Organização Mundial da Saúde recomenda no mínimo 15 m²/hab", explica.
A proposta das organizações é que a Prefeitura atinja no mínimo 6 m² de cobertura vegetal por habitante em todas as 32 Prefeituras Regionais, com o plantio de árvores de médio e grande porte. As organizações também reclamam da ausência de metas relacionadas à atividade rural na cidade, tema que esteve presente no Programa de Governo do Doria durante as eleições. A proposta sugerida pelas organizações é que a Prefeitura assegure o cumprimento mínimo de 20% de alimento orgânicos na alimentação escolar até 2020.
No quesito resíduos, a meta apresentada pela gestão prevê a redução de 100 mil toneladas/ano de rejeitos de resíduos enviados a aterros municipais no ano de 2020. Na avaliação de Gina Rizpah Besen, do Observatório da PNRS, a meta teria um impacto de apenas 1,8% no total de lixo gerado na cidade em 2020. O cálculo foi feito com base em 2016, que produziu 15 mil toneladas/dia, totalizando 5,5 milhões de toneladas ao ano. Nesse sentido, a proposta é aumentar o índice de separação de recicláveis, orgânicos compostáveis e rejeitos, a coleta e destinação correta "reduzindo gradualmente o envio de resíduos secos para aterros sanitários municipais atingindo, em 2020, a marca de 200 mil toneladas/ano de resíduos secos recuperados", aponta o documento elaborado pelo coletivo.
Na área de mobilidade, na meta que diz respeito ao aprimoramento da rede cicloviária, o pesquisador de mobilidade urbana do Idec, Rafael Calabria, sugere a qualificação, manutenção e expansão da rede em 425 km, totalizando 880 km até o final de 2020. O coletivo também propõe um indicador para mensurar as viagens realizadas a pé e por bicicleta para a meta apresentada pela gestão de aumentar em 10% a mobilidade ativa.
Na área de energia, o Programa limita-se ao uso racional de água e eficiência energética em 100% das novas edificações, mas não contempla a adoção de luminárias Led em parques e praças como o prometido nas eleições.
27 de agosto 2020
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