Mercado
Diário do Comércio (MG)
24/05/2013 10h01 | Atualizada em 24/05/2013 16h40
Nas últimas duas décadas o avanço foi de apenas 2,3% a cada ano, uma taxa tímida se comparada a de países como Estados Unidos, França e Japão, cuja produtividade aumentou mais de 3% em média, e muito distante da registrada pela Coreia do Sul, que teve crescimento anual de 8%.
A previsão faz parte do "Mapa Estratégico da Indústria" lançado ontem pela CNI. O programa, que contou com a colaboração de cerca de 500 empresários para sua formulação, traz estimativas e metas de desempenho para a economia brasileira nos próximos dez anos e lista os gargalos que precisam ser superados.
Dentre as previsões, está a de que o Brasil deverá ampliar a taxa de investimento glo
...Nas últimas duas décadas o avanço foi de apenas 2,3% a cada ano, uma taxa tímida se comparada a de países como Estados Unidos, França e Japão, cuja produtividade aumentou mais de 3% em média, e muito distante da registrada pela Coreia do Sul, que teve crescimento anual de 8%.
A previsão faz parte do "Mapa Estratégico da Indústria" lançado ontem pela CNI. O programa, que contou com a colaboração de cerca de 500 empresários para sua formulação, traz estimativas e metas de desempenho para a economia brasileira nos próximos dez anos e lista os gargalos que precisam ser superados.
Dentre as previsões, está a de que o Brasil deverá ampliar a taxa de investimento global de 18% para 24%. Um salto que seria capaz de alinhar o país com o praticado hoje no restante do mundo. Em 2012, a taxa média global ficou em 23,6%.
Tal avanço dependerá principalmente da iniciativa privada. Dos 18% investidos hoje no país, 14% vêm do setor privado e apenas 4% do governo, segundo a CNI.
O Estado, contudo, também precisará atuar. A previsão é que o governo federal eleve a participação do investimento em sua despesa primária total dos atuais 5,8% para 8%.
Com isso, o Brasil ficaria em linha com a média de investimento realizada pelos governos dos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE).
"Será um esforço duplo. Mas, em alguma medida, tudo depende do governo e de sua capacidade de execução. Para aumentar o fluxo de investimentos é preciso, por exemplo, a definição de marcos regulatórios, aumentando a segurança jurídica", afirma José Augusto Fernandes, diretor de Políticas Públicas e estratégia da CNI.
A redução da burocracia, a simplificação da estrutura tributária e o aumento do nível de educação da população também são considerados "fatores-chave" para aumentar a competitividade da indústria.
Infraestrutura
Segundo os empresários, os investimentos em infraestrutura devem ser prioritários pelo grande potencial de ganhos em médio prazo para a produtividade e competitividade do país. Atualmente, o Brasil investe cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor. Segundo a CNI, nos próximos dez anos os desembolsos devem passar a 5% do PIB.
"O processo de desenvolvimento ocorre sempre aos "trancos e barrancos". Você não consegue encontrar um país onde há céu de brigadeiro, todos olham e decidem investir imediatamente. O bloco de infraestrutura é extraordinário, com grandes oportunidades", afirma Fernandes.
A estimativa dos empresários é que, alcançadas as metas de investimento, produtividade, de eficiência governamental e de melhora do ambiente macroeconômico, o Brasil será capaz de aumentar em 0,5 pontos percentuais sua participação na produção mundial de manufaturados, chegando a 2,2%.
Para a CNI, a ineficiência do Estado extrai recursos das empresas além do necessário, reduz a eficiência e provê, em quantidade e qualidade inadequadas, bens públicos com "externalidades positivas, como educação, infraestrutura e segurança pública".
"Faz-se necessário melhorar a capacidade de o Estado planejar e executar suas políticas e investimentos". A CNI propõe que a participação do investimento na despesa primária total do governo federal passe de 5,8% em 2012 para 8% em 2022, média dos países da OCDE nos últimos cinco anos.
Outro fator-chave para a competitividade é a segurança jurídica e redução da burocracia. Para a entidade, a falta de clareza sobre direitos e deveres e alterações nas legislações e marcos regulatórios prejudicam a competitividade.
"O resultado é um ambiente hostil aos negócios, que inibe investimentos e aumenta os custos de transacionar bens e serviços". A meta proposta é elevar a posição brasileira no ranking de facilidade de se fazer negócios do 130º lugar em 2012 para 80º em 2022.
27 de agosto 2020
02 de julho 2020
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade