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Capacidade de contratar infraestrutura será decisiva para acelerar a descarbonização

País já possui recursos financeiros e regulatórios para eletrificar a mobilidade urbana, mas carece de coordenação, planejamento e maturidade institucional para transformar metas em infraestrutura operacional

Assessoria de Imprensa

02/12/2025 07h30


A Recharge Brasil, especializada em engenharia aplicada à recarga de veículos elétricos, aponta desafios estruturais na agenda de descarbonização do transporte nacional: a capacidade institucional de estruturar projetos sólidos e contratar infraestrutura com critérios técnicos robustos.

“O Brasil já decidiu politicamente avançar na eletrificação do setor de pesados, tanto em níveis municipal e estadual quanto federal. No entanto, essa transição ainda enfrenta gargalos não tecnológicos, como falhas de diagnóstico, estudos preliminares insuficientes, critérios técnicos frágeis e

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A Recharge Brasil, especializada em engenharia aplicada à recarga de veículos elétricos, aponta desafios estruturais na agenda de descarbonização do transporte nacional: a capacidade institucional de estruturar projetos sólidos e contratar infraestrutura com critérios técnicos robustos.

“O Brasil já decidiu politicamente avançar na eletrificação do setor de pesados, tanto em níveis municipal e estadual quanto federal. No entanto, essa transição ainda enfrenta gargalos não tecnológicos, como falhas de diagnóstico, estudos preliminares insuficientes, critérios técnicos frágeis e contratos focados no menor preço, e não em desempenho”, afirma Arthur Carrão, CEO da Recharge Brasil.

“O debate não é mais sobre se o país quer descarbonizar, pois a decisão política já foi tomada. O desafio agora é entregar infraestrutura com seriedade, técnica e continuidade de serviço”.

O mercado brasileiro de mobilidade elétrica segue em expansão. As vendas de veículos eletrificados já ultrapassam 8% do total nacional, enquanto o número de ônibus elétricos emplacados cresceu 141% no primeiro semestre de 2025. Na América Latina, mais de 6 mil ônibus elétricos já estão em operação, com uma média anual de crescimento de 33,5% desde 2017.

Apesar desse avanço, a infraestrutura pública e privada ainda evolui em ritmo inferior à demanda. Segundo Pedro Martins, COO da Recharge Brasil, “muitos projetos continuam esbarrando em falhas estruturais que comprometem sua execução. Entre as mais recorrentes estão os estudos preliminares insuficientes, critérios técnicos frágeis, foco exclusivo no menor preço e matrizes de risco inexistentes ou mal distribuídas, elementos que resultam em aditivos contratuais, atrasos e baixa disponibilidade operacional”.

Descarbonizar é decidir também como contratar - O próximo salto da mobilidade elétrica no Brasil não virá apenas da ampliação tecnológica, mas da maturidade institucional.

“A transição energética é inegável. O que está em debate agora é como estruturamos, contratamos e operamos a infraestrutura”, reforça Carrão.

A infraestrutura de recarga é um sistema integrado que depende de planejamento energético, modelagem operacional, padronização técnica e contratos orientados a desempenho. E sem esses elementos, a eletrificação simplesmente não ganha escala.

Experiências internacionais reforçam essa premissa. Nos Estados Unidos, o programa NEVI, por exemplo, destinou US$ 5 bilhões à criação de uma rede nacional de recarga interoperável e acessível ao público, estruturada com padrões técnicos unificados e governança clara. Já na Noruega, onde 98% das vendas de veículos novos são elétricos, a maturidade do mercado vai permitir a retirada gradual dos subsídios, sinalizando que políticas bem executadas podem atingir sustentabilidade própria ao longo do tempo.

“Esses casos mostram que descarbonizar começa no diagnóstico, no edital, no contrato e na operação. Quando o projeto é sólido, o financiamento aparece; quando é frágil, vira problema”, explica Carrão.

O Brasil já dispõe de instrumentos importantes para avançar na eletrificação do transporte. O BNDES, por meio do Fundo Clima, oferece linhas de financiamento voltadas à infraestrutura de recarga e à renovação de frota. A ANEEL tem fomentado projetos de Pesquisa & Desenvolvimento que permitem a realização de pilotos e a validação operacional de novas tecnologias.

Além disso, diversos estados já adotam políticas de frota limpa, e cidades têm recorrido a concessões e Parcerias público-privadas (PPPs), modelos de contratação em que governo e iniciativa privada dividem investimentos, riscos e responsabilidades de operação, para incorporar metas formais de descarbonização.

Apesar dessa estrutura, Carrão destaca que o país ainda carece de escala, padronização nacional e governança integrada para transformar essas ferramentas em projetos efetivos e sustentáveis.

“Sem coordenação entre as esferas públicas e sem maturidade institucional, os instrumentos existentes não atingem todo o seu potencial”, afirma.

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