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Folha de S.Paulo
30/07/2015 11h52
Construtora baiana envolvida na Lava Jato, porém, enfrenta resistência de sócios para aceitar descontos.
A venda pela construtora OAS de sua participação na concessionária do aeroporto de Guarulhos, vista como uma ajuda para sair da crise precipitada pela Operação Lava Jato, sofreu um revés.
A gestora de fundos canadense Brookfield, que havia sinalizado chegar a R$ 2,2 bilhões pela fatia de 24,4% da OAS na Invepar, reduziu o valor de sua proposta.
Após analisar as contas da empresa (ação conhecida como "due dilligence"), passou a oferecer R$ 1,5 bilhão, conforme apurou a Folha.
A Brookfield argumentou que reduziu o valor da proposta porque tinha dúvidas sobre ações judiciais pendentes. Além disso, afirmou
...Construtora baiana envolvida na Lava Jato, porém, enfrenta resistência de sócios para aceitar descontos.
A venda pela construtora OAS de sua participação na concessionária do aeroporto de Guarulhos, vista como uma ajuda para sair da crise precipitada pela Operação Lava Jato, sofreu um revés.
A gestora de fundos canadense Brookfield, que havia sinalizado chegar a R$ 2,2 bilhões pela fatia de 24,4% da OAS na Invepar, reduziu o valor de sua proposta.
Após analisar as contas da empresa (ação conhecida como "due dilligence"), passou a oferecer R$ 1,5 bilhão, conforme apurou a Folha.
A Brookfield argumentou que reduziu o valor da proposta porque tinha dúvidas sobre ações judiciais pendentes. Além disso, afirmou que os projetos da Invepar vão precisar de mais investimento do que o previsto.
No início das negociações, a construtora baiana pediu R$ 2,8 bilhões por sua parte na concessionária, mas a maioria dos interessados ofereceu perto de R$ 1,5 bilhão.
Segundo a Folha apurou, os canadenses viram um espaço para barganhar preço por causa da crise da economia brasileira, que deve amargar recessão neste ano e no próximo.
A OAS, porém, não tem muita margem para descontos, porque a Previ, que também é sócia da Invepar, não aceita que o negócio seja fechado por um valor muito baixo, o que desvalorizaria sua fatia na concessionária.
OAS, Brookfield e Previ não se manifestaram.
BARGANHA
O recuo dos canadenses gerou um mal-estar, mas a percepção de pessoas que participam do processo é que "se trata de uma barganha típica desse tipo de negócio" e que a tendência é que a transação acabe sendo fechada.
A Brookfield concedeu um empréstimo de R$ 800 milhões para que a OAS mantenha suas operações. A construtora baiana entrou em recuperação judicial após seus executivos serem presos na Operação Lava Jato, acusados de pagar propina a funcionários da Petrobras.
A OAS ofereceu sua participação na Invepar como garantia para o empréstimo da Brookfield, que também ganhou exclusividade na negociação do ativo, considerado um dos mais atrativos à venda pelas construtoras.
Na época do empréstimo, quando a participação na Invepar foi avaliada em R$ 2,2 bilhões, os credores da OAS –que têm de aprovar a venda– chegaram a dizer publicamente que estavam de acordo com o valor.
O período de exclusividade expirou há duas semanas, sem que os dois lados tenham chegado a um acordo. A OAS, porém, ainda não voltou a conversar com interessados.
OAS e Brookfield têm que fechar ou não o negócio até o fim de setembro, quando termina o prazo de seis meses concedido pela Justiça para que a construtora aprove o seu plano de recuperação.
Se o negócio sair, a Brookfield poderá descontar os R$ 800 milhões que já emprestou à OAS. Caso o grupo baiano não consiga vender o ativo para ninguém, a fatia na Invepar vai a leilão para pagar aos credores. Os canadenses têm o direito de cobrir o lance mais alto que aparecer.
O dinheiro obtido na venda da Invepar é parte fundamental nos planos da OAS para sobreviver.
O grupo colocou à venda todos os seus ativos que não estão ligados a construção.
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