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Valor Econômico
01/03/2010 16h28
A Camargo Corrêa Investimentos conseguiu prorrogar por mais seis meses o prazo, previsto em contrato, para sua saída da sociedade na concessionária Energia Sustentável do Brasil (ESBR), que constrói a usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. A empresa de investimentos do grupo tem quase 10% da usina e pelo acordo assinado com os outros sócios, antes de ir à leilão, teria de ter deixado a sociedade no fim do ano passado. A negociação foi feita com o grupo franco-belga GDF Suez, que tem mais de 50% da usina em Porto Velho.
De acordo com uma fonte importante do grupo Camargo, que não quis se identificar, o novo prazo permite que a saída da concessionária se dê em melhores condições financeiras do que a hidrelétrica vivia em de
...A Camargo Corrêa Investimentos conseguiu prorrogar por mais seis meses o prazo, previsto em contrato, para sua saída da sociedade na concessionária Energia Sustentável do Brasil (ESBR), que constrói a usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. A empresa de investimentos do grupo tem quase 10% da usina e pelo acordo assinado com os outros sócios, antes de ir à leilão, teria de ter deixado a sociedade no fim do ano passado. A negociação foi feita com o grupo franco-belga GDF Suez, que tem mais de 50% da usina em Porto Velho.
De acordo com uma fonte importante do grupo Camargo, que não quis se identificar, o novo prazo permite que a saída da concessionária se dê em melhores condições financeiras do que a hidrelétrica vivia em dezembro. Isso porque no fim de janeiro a concessionária Brasil Sustentável anunciou que vai antecipar a entrada em operação de um número de turbinas suficiente para gerar toda a energia assegurada do empreendimento já em 2012, ou seja, mais de dois mil megawatts (MW).
O cronograma original do leilão previa esse potencial de geração apenas para 2015. As primeiras turbinas gerariam a partir de 2012 e seriam acionadas de forma escalonada ao longo dos anos. A concessionária conseguiu fechar acordo com suas fornecedoras para antecipar a entrega das turbinas, numa negociação feita com o consórcio liderado pela Alstom e também com o grupo chinês Dongfang. Com essa antecipação, toda a energia gerada a mais do que o previsto em edital de leilão pode ser vendida livremente e assim é possível melhorar as taxas de retorno do investimento, que hoje estão bem abaixo do esperado pelos acionistas. E melhora também o preço de venda de sua fatia, calcula a Camargo.
Quando as empresas foram ao leilão, em 2008, e arremataram Jirau acordaram a saída da empresa de investimentos do grupo Camargo para seis meses após a emissão da licença ambiental do empreendimento. Prazo esse que se esgotou em dezembro. Essa cláusula foi vista como necessária por um possível conflito de interesses, já que a construtora contratada para a empreitada em Porto Velho é também a Camargo Corrêa. Inicialmente, a ideia da Camargo era transferir as ações para a CPFL, que tinha direito de preferência para comprar as ações e que é controlada pela Camargo. Mas a CPFL não quis exercer tal direito.
Alguns fundos de pensão demonstraram interesse em comprar as cotas da Camargo em Jirau, mas nenhum negócio foi fechado e, com o novo prazo dado pela Suez, o grupo vai agora esperar até meados do ano.
Pelo modelo de negócios do grupo Suez, a usina hidrelétrica de Jirau deve ser transferida para a Tractebel. Mas ainda não há previsão de quando isso irá acontecer, segundo o presidente da Tractebel, Manoel Zaroni. No ano passado, a empresa geradora absorveu a usina de Estreito, que fica na divisa do Tocantins com o Maranhão e que deve entrar em operação neste ano. Para fazer frente a esse investimento, a Tractebel vai desembolsar quase R$ 2 bilhões, segundo Zaroni, que divulgou ontem os resultados da empresa auferidos no ano passado. Cerca de R$ 700 milhões serão pagos à Suez e mais de R$ 1 bilhão será investido diretamente na usina. No ano passado, os investimentos totais do grupo não chegaram a R$ 350 milhões.
Por causa do valor a ser aplicado neste ano, os dividendos da Tractebel vão representar apenas 55% do lucro líquido de mais de R$ 1,1 bilhão registrado em 2009. No ano anterior, a empresa havia distribuído 95% de seu lucro aos acionistas.
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