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Camargo Corrêa torna-se a maior acionista da Cimpor

Grupo brasileiro pagou cerca de 1 bilhão de euros por participação de 22,17% na cimenteira portuguesa

Agência Estado

10/02/2010 11h19 | Atualizada em 10/02/2010 13h27


SÃO PAULO - Num lance inesperado e fechado nesta quarta-feira em Lisboa, a Camargo Corrêa tornou-se o maior acionista individual da cimenteira portuguesa Cimpor, uma das dez maiores do mundo.

O grupo brasileiro pagou cerca de 1 bilhão de euros pela participação de 22,17% do empresário Teixeira Duarte e tem opção para adicionar ações de seus familiares, totalizando 25% da Cimpor. A Camargo pagou 6,50 euros por ação.O negócio foi fechado por volta das 5 horas da manhã em Lisboa, diretamente por Carlos Pires Oliveira Dias, um dos donos do grupo, e pelo presidente do Conselho de Administração da Camargo, Vitor Hallack.

Depois de perder, na semana passada, a participação que o grupo francês Lafarge tinha na Cimpor, a Camargo c

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SÃO PAULO - Num lance inesperado e fechado nesta quarta-feira em Lisboa, a Camargo Corrêa tornou-se o maior acionista individual da cimenteira portuguesa Cimpor, uma das dez maiores do mundo.

O grupo brasileiro pagou cerca de 1 bilhão de euros pela participação de 22,17% do empresário Teixeira Duarte e tem opção para adicionar ações de seus familiares, totalizando 25% da Cimpor. A Camargo pagou 6,50 euros por ação.O negócio foi fechado por volta das 5 horas da manhã em Lisboa, diretamente por Carlos Pires Oliveira Dias, um dos donos do grupo, e pelo presidente do Conselho de Administração da Camargo, Vitor Hallack.

Depois de perder, na semana passada, a participação que o grupo francês Lafarge tinha na Cimpor, a Camargo comprou uma fatia maior ainda do empresário Teixeira Duarte - que poucos imaginavam que pudesse vender agora sua participação. A operação torna difícil a tarefa da Companhia Siderúgica Nacional (CSN), que tenta comprar o controle da cimenteira de Portugal. A aquisição da Camargo será paga com recursos próprios e financiamento de bancos, liderados pelo HSBC.

O lance da Camargo faz parte de uma das maiores disputas já travadas por empresas brasileiras no exterior. Desde o ano passado, a Cimpor vem sendo disputada pela Camargo, pelo grupo Votorantim e pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Na semana passada, a Votorantim comprou uma participação de 17,28% pertencente ao grupo francês Lafarge e firmou também um acordo de acionistas com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), detentora de 9,6% de participação na cimenteira portuguesa.

A Cimpor opera em 13 países de quatro continentes (Europa, Ásia, América do Sul e África). É especialmente forte em mercados emergentes, como Egito, China, África do Sul e Índia. No Brasil, é a quarta maior. Além de colocar a Camargo Corrêa e a Votorantim no clube dos maiores produtores de cimento do mundo, as operações têm o objetivo de barrar a expansão da CSN no negócio de cimento.

O controle da cimenteira portuguesa transformaria a CSN, que inaugurou recentemente sua primeira fábrica de cimento no Brasil, numa ameaça. Hoje, a Votorantim é a maior do setor no Brasil e a Camargo, a terceira. Fechando o negócio com os portugueses, a CSN passaria a ser automaticamente um dos dez maiores do mundo. Embora essa ambição esteja mais difícil, a siderúrgica continua no páreo.

Ela tem até o próximo dia 17 para convencer os acionistas da Cimpor a vender o controle da empresa. Ela já ofereceu 5,75 euros, o que daria uma oferta total de 3,68 bilhões de euros. O conselho de administração da Cimpor recomendou aos acionistas que recusem a oferta, mas o empresário Benjamin Steinbruch tenta reverter essa situação.

Para a Camargo, o cimento é uma prioridade. Do investimento de R$ 24 bilhões previsto até 2014, dois terços foram destinados para os setores de energia e cimento. O grupo tem sete fábricas de cimento no Brasil, nove na Argentina, está construindo uma planta no Paraguai e tem tudo pronto para começar outra em Angola.

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