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Camargo Corrêa investe R$ 3 bilhões em cimento

Barros Franco, presidente, diz que 55% do resultado operacional do grupo é feito no Brasil; se somar Argentina, 70%

Valor

03/04/2013 11h10


A nova plataforma de crescimento do grupo Camargo Corrêa no negócio de cimento, consolidada com a aquisição do controle da portuguesa Cimpor no fim de 2012, está centralizada no Brasil. Dos nove países onde a empresa passou a atuar após a incorporação da cimenteira portuguesa, o mercado brasileiro é o que aponta maior perspectiva de expansão da demanda nos próximos cinco anos. Espera-se aumento do consumo entre 5% e 6% ao ano.

A crise da Europa, que afetou fortemente a economia de Portugal, forçou a paralisação de fábricas locais da Cimpor e levou a uma ociosidade sem precedentes naquelas que continuam operando - no todo, é hoje um terço da capacidade instalada. O quadro na Argentina, onde atua com a Loma Negra, maior fabricante

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A nova plataforma de crescimento do grupo Camargo Corrêa no negócio de cimento, consolidada com a aquisição do controle da portuguesa Cimpor no fim de 2012, está centralizada no Brasil. Dos nove países onde a empresa passou a atuar após a incorporação da cimenteira portuguesa, o mercado brasileiro é o que aponta maior perspectiva de expansão da demanda nos próximos cinco anos. Espera-se aumento do consumo entre 5% e 6% ao ano.

A crise da Europa, que afetou fortemente a economia de Portugal, forçou a paralisação de fábricas locais da Cimpor e levou a uma ociosidade sem precedentes naquelas que continuam operando - no todo, é hoje um terço da capacidade instalada. O quadro na Argentina, onde atua com a Loma Negra, maior fabricante de cimento do país, não requer no momento nenhum movimento de expansão agressivo. Apenas aumentos pontuais, como a unidade de San Juan, na região de Cuyo, anunciada em 2011. Na África, apenas em Moçambique tem plano de expansão, enquanto em Angola continua em estudos com o parceiro local a instalação de uma fábrica.

Essa área de negócio, tocada pela holding InterCement, nova dona da Cimpor, prevê um pacote de investimentos de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões entre o ano passado e 2016. O programa abrange a instalação de quatro novas fábricas e a expansão de uma unidade já existente em Cezarina, no Estado de Goiás.

A nova onda de crescimento da InterCement/Cimpor, que se tornou a nona maior companhia cimenteira do mundo, excluídos do ranking vários grupos chineses, visa principalmente manter a participação de mercado da empresa no país, afirmou José Edison Barros Franco, presidente do conselho de administração a empresa, ao Valor. "São investimentos defensivos, para que possamos acompanharmos a expansão da demanda", disse o executivo.

Com a Cimpor, o grupo Camargo Corrêa passou a dominar 20% do mercado nacional de cimento, tornando-se vice-líder, atrás da Votorantim, que tem quase o dobro de sua participação. Agora, só poderá crescer organicamente devido às restrições de concentração de mercado. Poderia, hoje, comprar alguém no Norte do país, mas preferiu um caminho diferente, de investimento direto.

O plano de R$ 2,5 bilhões, destacou o executivo, busca posicionar a empresa em todo o território brasileiro, pondo os pés, pela primeira vez, na região Norte. Esse mercado é hoje abastecido apenas pelas concorrentes João Santos e Votorantim, além de material importado.

O projeto Norte, com uma fábrica em Manaus (AM) ou em Santarém (PA), é uma das âncoras do programa. Dividido em duas fases, pode alcançar R$ 800 milhões de desembolso para produzir 1 milhão de toneladas. Começa com uma moagem, que custará R$ 390 milhões e tem previsão de iniciar produção no segundo semestre de 2015. Até lá, vai atender o mercado local com cimento importado de suas fábricas em Portugal.

Ao todo, nas cinco fábricas, a empresa vai ampliar sua capacidade no país em 38% sobre as atuais 14 milhões de toneladas hoje distribuídas em 16 fábricas.

Além da entrada na região Norte, o investimento vai reforçar a posição da InterCement nas demais regiões, com uma fábrica na Paraíba, a nova linha de Cezarina, em Goiás, a moagem de Cubatão, na Baixada Santista, e a entrada no Estado do Paraná, em Ponta Grossa. Esse mercado era atendido pela fábrica de Apiaí (SP).

Eleger o Brasil para crescer faz todo sentido, admite Franco. Afinal, 50% da receita da InterCement/Cimpor no ano passado, de R$ 7,1 bilhões, saiu das operações no país. No resultado operacional (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização - Ebitda), o seu peso foi ainda maior: 55%. O executivo não revelou o desempenho da última linha do balanço, mas afirmou que foi positivo.

Esses resultados são pró-forma, considerando a união de ativos da Cimpor (Portugal, Egito, Moçambique, África do Sul e Cabo Verde) com os da InterCement no Brasil, Argentina, Paraguai e Angola menos os que foram entregues à Votorantim Cimentos em troca dos 21,2% de ações que tinha na companhia portuguesa. Essa operação atendeu a exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aprovar a compra da Cimpor.

Com a operação, a Camargo Corrêa ficou com capacidade instalada de 38 milhões de toneladas ao ano em 39 fábricas. A Votorantim levou operações que a Cimpor tinha na Espanha, Turquia, Marrocos, Tunísia e Índia, China, aptas a produzir por ano 16 milhões de toneladas de cimento, mais um projeto no Peru.

Segundo Barros, movimentos futuros de expansão da companhia, agora internacionalizada, passarão por África e América Latina. "Na África, além de onde já estamos, vemos potencial na Argélia, para onde já exportamos a partir de Portugal, Zâmbia, Tanzânia, Quênia, Nigéria e Líbia".

Na América Latina, o executivo elenca alguns países da costa do Pacífico - Chile, Equador, Peru e Colômbia. E até a Venezuela. No Paraguai, a empresa, com parceiro local, está instalando um projeto do zero, previsto para entrar em operação ainda este ano.

 

 

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