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Cadeia da construção civil terá retomada lenta a partir de 2018

Perspectiva Desafiadora. A demanda do segmento vem enfrentando queda há mais de dois anos. Fabricantes e entidades setoriais enxergam recuperação somente no médio e longo prazo

DCI

19/04/2017 18h02 | Atualizada em 20/04/2017 16h20


A indústria voltada para a construção civil vem sofrendo há mais de dois anos com a queda dos investimentos no mercado imobiliário e de infraestrutura. Apesar da melhora de expectativa, o mercado espera uma retomada lenta e só a partir de 2018.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, neste ano as vendas para construtoras recuarão 4% sobre um 2016 de queda aproximada de 13%.

"Para nós, o segmento da construção só deve começar a retomada em 2018", estima.

A ociosidade em diversos segmentos da indústria voltados para construtoras é dramática e chega a superar 70%. É o caso das em

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A indústria voltada para a construção civil vem sofrendo há mais de dois anos com a queda dos investimentos no mercado imobiliário e de infraestrutura. Apesar da melhora de expectativa, o mercado espera uma retomada lenta e só a partir de 2018.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, neste ano as vendas para construtoras recuarão 4% sobre um 2016 de queda aproximada de 13%.

"Para nós, o segmento da construção só deve começar a retomada em 2018", estima.

A ociosidade em diversos segmentos da indústria voltados para construtoras é dramática e chega a superar 70%. É o caso das empresas de extrudados de alumínio, usados na fabricação de produtos como esquadrias, portas, sacadas, entre outros.

"Nossos números hoje mostram uma capacidade instalada de extrudados de 860 mil toneladas, para um consumo total de 225 mil toneladas em 2016. Estes indicadores pressionam as margens e levam a uma concorrência quase insustentável para a maioria das empresas desse segmento", afirma o coordenador do comitê de extrudados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Erivam Boff.

Segundo ele, em 2016 a demanda por alumínio transformado na construção civil teve queda de 21,8%, sendo 21% em chapas, 18% em folhas e 22% em perfis extrudados.

Já no disputado segmento de máquinas para construção, especificamente o de movimentação de terra (conhecido como linha amarela), a ociosidade ultrapassa 75%, de acordo com o CEO da BMC Hyundai, Felipe Cavalieri. "Não seria um despropósito dizer que o mercado brasileiro tem potencial de 30 mil máquinas por ano, dependendo dos níveis de crescimento do País, mas em 2017 não deve passar de 8 mil unidades. A utilização da capacidade instalada está em cerca de 20%".

Ele afirma que a demanda de infraestrutura já começou a dar sinais de desaceleração em meados de 2013. Porém, à época o governo federal realizou grandes compras de máquinas e as empresas de linha amarela não ficaram tão expostas.

Mas de 2010 para cá o número de fabricantes locais praticamente dobrou no País, atraídos pelo grande número de obras e também pela exigência de 60% de conteúdo local para se obter o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - o Finame - para bens de capital.

No bojo do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o Finame chegou a financiar máquinas com juros de 2,5% ao ano - abaixo da inflação no período.

O quadro acentuou ainda mais a competição local e deixou a indústria de linha amarela e correlatos em situação extremamente difícil. "A recuperação não será imediata no nosso negócio, deve vir gradualmente a partir de 2018, meados de 2019", afirmou na semana passada o presidente da Volvo Construction Equipment, Afrânio Chueire, em balanço da companhia.

Fim do túnel

De acordo com Boff, o encerramento do ciclo de grandes obras de infraestrutura para a Copa do Mundo, o aprofundamento da recessão, a restrição ao crédito, o aumento do desemprego e a expansão dos distratos imobiliários levaram a quedas sucessivas do consumo de alumínio transformado de 2013 para 2016, acumulando retração de 36,7% no período.

"Sem dúvidas, a cadeia toda precisa se adequar ao novo cenário de contenção. As medidas adotadas por empresas do setor passam pela redução de custos, melhora da eficiência, ações junto ao governo para ampliação de crédito, além da diversificação dos negócios para ampliar os nichos de mercado atendidos", observa o dirigente.

Para o ele, apesar da questão política do País, o cenário econômico vem se desenhando melhor do que em 2016.

"Alguns indicadores apontam crescimento para a indústria da construção civil em torno de 0,5% e PIB [Produto Interno Bruto] de 0,4%. Sabemos que os desafios continuarão, mas toda crise tem um fim. Acredito que estamos no caminho", acrescenta Boff.

Já o presidente da Abramat revela que a retração da indústria de materiais voltada para a construção civil começou em 2014 e se acentuou nos dois anos seguintes. "O mercado foi afetado tanto pela redução de novas edificações residenciais quanto comerciais e, em maior grau, pela queda das obras de infraestrutura."

Na visão dele, este será mais um ano de estagnação para o setor. "Com o varejo crescendo a 3% ou 4% e a queda na construção civil, encerraremos o ano empatados", estima Cover.

Cavalieri, da BMC Hyundai, afirma que a demanda do mercado imobiliário - que inclui empreendimentos comerciais, shoppings centers, hospitais - começou a recuar de forma mais acentuada em 2015. "Hoje, o consumo neste segmento está voltando gradualmente, mas em infraestrutura tudo ainda está parado."

O executivo acredita que a indústria de linha amarela no País deve experimentar retomada principalmente se o governo estimular as concessões. "Ainda assim, o setor só voltará a operar a pleno vapor em um horizonte de cinco anos", observa.

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