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Revista Grandes Construções/Agência Indusnet
08/12/2016 00h00 | Atualizada em 08/12/2016 16h41
O ministro Henrique Meirelles, em sua palestra durante o 12º Construbusiness, da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), afirmou que o país saiu da UTI, mas que a recuperação econômica dependerá das diversas reformas que estão sendo levadas ao Congresso Nacional. Segundo ele, o país está ainda num processo de recessão, para estabilização e retomada do crescimento. “Mas vamos sair desta crise.” É natural que haja ansiedade quando está próxima uma mudança, avaliou Meirelles, destacando que a PEC do Teto está andando rapidamente, tendo em vista que é uma mudança constitucional. Se tivesse sido aprovada em 2006, a despesa primária estaria em pouco acima de 10%, con
O ministro Henrique Meirelles, em sua palestra durante o 12º Construbusiness, da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), afirmou que o país saiu da UTI, mas que a recuperação econômica dependerá das diversas reformas que estão sendo levadas ao Congresso Nacional. Segundo ele, o país está ainda num processo de recessão, para estabilização e retomada do crescimento. “Mas vamos sair desta crise.” É natural que haja ansiedade quando está próxima uma mudança, avaliou Meirelles, destacando que a PEC do Teto está andando rapidamente, tendo em vista que é uma mudança constitucional. Se tivesse sido aprovada em 2006, a despesa primária estaria em pouco acima de 10%, contra 19,6%, explicou. Segundo o ministro, a PEC do Teto e a reforma da Previdência, segundo Meirelles, criarão base sólida que permitirá as outras reformas que aumentarão a produtividade e atrairão novamente os investimentos. “É fundamental que preservemos a capacidade do país de crescer no longo prazo”, afirmou. E é preciso também, afirmou, dar à iniciativa privada condições de investir.
O presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf defendeu que a queda dos juros precisa ser mais rápida, e que não há como haver investimentos empresariais com os juros no patamar em que estão: “Os juros têm que cair”, defendeu. “Temos a questão das reformas no médio prazo, mas temos uma questão de curtíssimo prazo, os juros”, afirmou Skaf, ressaltando que isso vale para os juros básicos, que consomem recursos públicos, e também para o crédito ao consumidor. “Estamos num momento especial. Precisamos recuperar imediatamente o consumo. É hora de cada um fazer sua obrigação, para que o país retorne ao trabalho. O que o Brasil mais precisa no momento é retomar o crescimente, afirmou, para resolver o principal problema do país – o desemprego, que atinge 13 milhões de pessoas. “Num ano, 100.000 lojas e 10.000 fábricas fecharam”, lembrou. A arrecadação dos Estados e municípios, disse Skaf, também se resolve com o investimento. A participação da construção no PIB brasileiro é muito grande, ressaltou Skaf. “Não há crescimento sem esse setor.”
O presidente da República, Michel Temer, disse, por telefone, que a infraestrutura é uma área fundamental para o crescimento do país e que as ações do governo tem avançado bastante neste campo, como as perspectivas das concessões, da andamento do programa Minha Casa Minha Vida e da ampliação do financiamento da Caixa Econômica para a classe média, e do programa Cartão Reforma, com linha de R$ 500 milhões para a população de baixa renda, que deve incrementar o segmento de materiais para construção. “Tenho a mais absoluta convicção de que devemos melhorar a infraestrutura do país”, afirmou.
Carlos Eduardo Auricchio, diretor titular do Deconcic, responsável pelo estudo do Construbusiness, destacou que os investimentos entre 2010 e 2014 levaram à redução contínua do déficit habitacional de 2010 a 2014. Foram 870.000 famílias beneficiadas. “São fruto de políticas públicas que queremos preservar e ampliar”, disse, mas a queda de quase 20% no investimento levou o setor ao nível de 2009. Medidas emergenciais e estruturais são urgentes para a retomada, defendeu. O setor, destacou, induz o crescimento. Programas como o PAC e o Minha Casa Minha Vida foram vitais para a retomada da economia. Estamos dispostos, afirmou Auricchio, “a estabelecer a partir de hoje diálogo produtivo e contínuo entre a iniciativa privada e o setor público”. A cadeia produtiva da construção, lembrou o diretor titular do Deconcic, pode contribuir de maneira significativa para o crescimento do Brasil. Explicou que cada R$ 1 na produção do setor gera R$ 2 na economia como um todo. E a construção, ressaltou, é responsável por 13,7% das ocupações no Brasil.
Um novo ciclo de investimentos é necessário, afirmou. São R$ 682 bilhões por ano em investimentos na construção até 2022, para assegurar recuperação sustentável no longo prazo. O ciclo iniciado em 2007 ou 2008 levou ao pico de 11,4% de participação da construção no PIB. Uma agenda de curto prazo para estimular a retomada dos investimentos inclui a redução do ciclo de empreendimentos. O poder público deve ser agente indutor do crescimento, na regulação, na promoção de parceria com o setor privado e como investidor direto, para destravar o setor e garantir o crescimento necessário. “Esperamos que o ConstruBusiness seja o marco para esse novo ciclo.” A abertura do ConstruBusiness teve ainda a assinatura de protocolos – como o que cria uma padronização dos códigos de obras municipais e a adoção do licenciamento integrado de obras, firmado pela Associação Paulista de Municípios, a Fpic e a Fiesp.
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