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DCI
25/05/2017 11h30 | Atualizada em 25/05/2017 16h48
"Estamos atentos a todos os movimentos. O governo atendeu o pleito das concessionárias de aeroportos, flexibilizou as concessões portuárias e até deu um passo em direção a ampliação das ferrovias, mas o instinto das empresas agora é frear qualquer estudo de investimentos", disse ao DCI o advogado de uma das maiores concessionárias de rodovias no País, sob condição de anonimato.
A fonte comentou ainda que os próximos passos da atual gestão seria facilitar o parcelamento dos aportes das concessionárias de rodovias e revisar os contratos portuários anteriores a 1993. "Achamos que nada disso sairá do papel", comentou o advogado.
A situação atual do governo, que entrou em uma crise institucional sem precedentes com as delações
..."Estamos atentos a todos os movimentos. O governo atendeu o pleito das concessionárias de aeroportos, flexibilizou as concessões portuárias e até deu um passo em direção a ampliação das ferrovias, mas o instinto das empresas agora é frear qualquer estudo de investimentos", disse ao DCI o advogado de uma das maiores concessionárias de rodovias no País, sob condição de anonimato.
A fonte comentou ainda que os próximos passos da atual gestão seria facilitar o parcelamento dos aportes das concessionárias de rodovias e revisar os contratos portuários anteriores a 1993. "Achamos que nada disso sairá do papel", comentou o advogado.
A situação atual do governo, que entrou em uma crise institucional sem precedentes com as delações do presidente da JBS Wesley Batista sobre Michel Temer fez com que o congresso deixasse de lado toda agenda que não fosse política. "Nenhuma categoria empresarial conseguiu acesso direto ao presidente, estamos todos no escuro com relação ao futuro", desabafou a fonte.
Aportes congelados
Para analistas, a única certeza é que os investimentos em infraestrutura vão ser congelados. Após duas concessões consideradas boas pelo mercado - de aeroportos e portos - a situação atual é de inversão, e o risco Brasil afugentará investidores estrangeiros. "Com o risco Brasil subindo 30% em menos de um dia, quem arriscar vir para o País, vai querer pagar bem menos do que valem nossos ativos", resumiu o professor de macro economia e especialista em infraestrutura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Célio Lima.
A visão vem em linha com a do o sócio da área de infraestrutura do L.O. Baptista Advogados, Fernando Marcondes:
"Sem dúvida, o interesse do investidor estrangeiro estava 100% calcado no PPI[Programa de Parceria de Investimentos (PPI)], na estruturação dos leilões que estavam sendo feitos", disse . "As coisas estavam caminhando muito bem, mas me parece que, agora, tudo vai ficar travado."
Fonte direta de postos de trabalho, a retomada das concessões era vista como motor para a retomada da economia, e pode postergar ainda mais o a volta de toda cadeia da construção. "Do frabricante do cimento à empresa terceirizada que leva almoço nos canteiros de obras, todo processo perde", comentou o Lima, da UFRJ.
O professor comenta ainda a chance de que a continuidade do cronograma de concessões seja toda revista. "Vejo alguns cenários: o que o presidente continua mas sem estabilidade institucional, de eleições indiretas em que dificilmente o sucessor dê sequência ao cronograma atual e um terceiro de eleições diretas em que um novo governo, com certeza, iniciaria um programa próprio. Nenhum dos cenários resolve a situação no curto prazo", diz.
A falta de clareza sobre o futuro também atingiu uma das maiores concessionárias do País. "Na empresa, ninguém arrisca dizer o que vai acontecer agora", finaliza a fonte.
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