Durante muito tempo, o potencial de Angola, rico em minérios e petróleo, foi praticamente ignorado pelas empresas brasileiras - seguramente contribuíram para o isolamento as quase três décadas de guerra civil. Mas é justamente a necessidade de reconstrução do país africano que o tem tornado um gerador de oportunidades de negócios para companhias do mundo inteiro.

Segundo estimativas do banco português Espírito Santo, em 2010 a economia de Angola deve crescer 9% (entre 2004 e 2009, o PIB angolano aumentou quase 150%, passando de US$ 34,8 bilhões para US$ 86,6 bilhões).

Alguns grupos, como Odebrecht, Vale e Petrobrás, se anteciparam a esse boom em Angola. Animado pelos bons resultados dos pioneiros, um punhado de empresas e entidades encomendou um amplo estudo sobre as oportunidades de negócios e o comportamento do consumidor angolano à Quorum Brasil, consultoria paulista especializada em pesquisas de mercado.

Entre os clientes estão a Fiesp, a Abihpec, associação dos fabricantes de produtos de beleza e higiene pessoal, montadoras do setor automobilístico e empresas do agronegócio. "A liberação de financiamento do BNDES para exportação de produtos e instalação de empresas em Angola animou o pessoal", diz William Horstmann, diretor da Quorum Brasil.