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Estadão
25/03/2010 14h01 | Atualizada em 25/03/2010 17h15
A indústria de bens de capital possuía em fevereiro uma carteira de pedidos equivalente a 22,7 semanas, o maior volume desde o início do levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em 2006. O dado significa que, caso nenhuma encomenda fosse feita às empresas do setor hoje, a indústria teria quase 23 semanas de trabalho para entregar os pedidos realizados até fevereiro.
O desempenho representa alta de 0,6% sobre janeiro e de 25,2%, sobre fevereiro de 2009. A média de semanas verificada no setor para a entrega dos pedidos varia, normalmente, entre 18 e 19 semanas. Devido à crise financeira internacional, a carteira caiu para 17,9 semanas em março do ano passado.
"Foi uma boa surpr
...A indústria de bens de capital possuía em fevereiro uma carteira de pedidos equivalente a 22,7 semanas, o maior volume desde o início do levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em 2006. O dado significa que, caso nenhuma encomenda fosse feita às empresas do setor hoje, a indústria teria quase 23 semanas de trabalho para entregar os pedidos realizados até fevereiro.
O desempenho representa alta de 0,6% sobre janeiro e de 25,2%, sobre fevereiro de 2009. A média de semanas verificada no setor para a entrega dos pedidos varia, normalmente, entre 18 e 19 semanas. Devido à crise financeira internacional, a carteira caiu para 17,9 semanas em março do ano passado.
"Foi uma boa surpresa", admitiu hoje o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, destacando que o número supera inclusive os dados registrados em 2008, o melhor para o setor em termos de faturamento, quando a média ficou em 18 semanas. "Tudo indica que a indústria está investindo e se preparando para aumentar a produção e a produtividade", acrescentou.
De acordo com Aubert, a retomada dos investimentos pela indústria tem sido generalizada, com destaque para os setores de mineração, cimento e papel e celulose, alguns dos mais afetados pelos efeitos da crise no ano passado. A própria indústria de máquinas e equipamentos vai destinar R$ 8,7 bilhões em investimentos em seu parque industrial, um crescimento de 20% sobre 2009.
O presidente estima que as encomendas comecem a ter impacto no faturamento do setor em 90 dias. Na avaliação dele, não há risco de haver inflação de demanda no País. Dados da Abimaq apontam ainda que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria de bens de capital foi de 81% em fevereiro, ante 80,98% em janeiro e 79,26% em fevereiro de 2009. O nível de emprego do setor também deve aumentar para atender a essa demanda. No mês passado, o indicador subiu 0,7% em relação a janeiro, o que elevou o quadro para 238.532 funcionários.
De acordo com Aubert, até o fim do ano o número deve chegar próximo dos 250 mil registrados em outubro de 2008, até então o recorde do setor. "A quantidade de semanas para entregar os pedidos está alta porque não era esperada. Não é que não tenhamos capacidade de produzir. Estamos nos preparando e contratando para atender essa carteira", explicou.
Aubert destacou que a retomada dos investimentos se deve especialmente aos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) proporcionou condições de empréstimo melhores aos clientes. Até 30 de junho deste ano, a taxa de juros para a compra de máquinas e equipamentos será de 4,5% ao ano, com prazo de até 10 anos para amortização e dois anos de carência.
Além disso, pequenas e médias empresas podem obter 30% do valor da máquina em capital de giro, nas mesmas condições. "Pela primeira vez, estamos financiando mais máquinas e equipamentos por meio do BNDES Finame", afirmou Aubert.
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