A Cement & Concrete SA (CCSA), órgão que assume papel de liderança em todas as questões relacionadas ao cimento e ao concreto na África do Sul, reconhece que a resposta às mudanças climáticas exige vontade política e investimentos apoiados por políticas governamentais favoráveis.

Além disso, a entidade avalia que as metas de desenvolvimento sustentável são interrelacionadas e, portanto, dependem de uma abordagem multidisciplinar.

Em termos de desafios, a África do Sul é um país com escassez de água e dependente de energia baseada em carvão, com altas taxas de desemprego e práticas atrasadas de gestão de resíduos.

No entanto, a CCSA vem implementando ações em vários graus, desde a redução do fator de clínquer e uso de materiais cimentícios suplementares até o uso de resíduos industriais como combustíveis.

Tanto o governo quanto o setor reconhecem que o apoio regulatório e financeiro é necessário para garantir o crescimento econômico, a criação de empregos e o sucesso do processo de descarbonização, buscando promover a transição para uma economia mais verde.

Para aumentar a utilização de métricas de AFRs (Air–Fuel Ratio, ou Relação Ar-Combustível, em tradução livre) no setor de cimento, o executivo de desenvolvimento industrial da CCSA, Dhiraj Rama (na imagem abaixo), apresenta na conferência CarbonZero alguns dos desenvolvimentos das políticas e leis relacionadas à gestão de resíduos no país africano.

O evento acontece em Lyon, na França, nos dias 26 e 27 de outubro.

O objetivo é que o setor de cimento avance na adoção de combustíveis e recursos alternativos no contexto de uma economia circular.

PhD em Bioquímica pela Wits University, em Joanesburgo, o especialista atua ativamente em defesa do desenvolvimento sustentável no setor de cimento, desempenhando um papel fundamental no debate sobre mudanças climáticas, bem como sobre políticas e legislações ambientais relacionadas ao setor de cimento.

"O NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada, da sigla em inglês) da África do Sul inclui metas ambiciosas de mitigação de gases de efeito estufa, de acordo com o cenário de 1,5 grau”, diz ele.

O uso de combustíveis e recursos alternativos é uma das principais ações de mitigação identificadas pelo setor, aponta Rama, destacando que o país também adotou o princípio da transição subjacente à jornada de descarbonização.

Nesse quadro, o uso de AFRs e o alinhamento com a estratégia nacional de gerenciamento de resíduos são fundamentais para o sucesso.

"É fundamental que, em nossos esforços, tenhamos em mente que se trata de uma questão global e que o compromisso com o NetZero é extremamente urgente para que possamos enfrentar as mudanças climáticas”, comenta Mariana Gheorghe, gerente de marketing e programa do Industry Link, promotora da conferência.