Assessoria de Imprensa
18/06/2024 12h27 | Atualizada em 19/06/2024 12h27
Por Gabriel Kingma*
No próximo ano, o Brasil celebrará um marco significativo: os 30 anos da primeira concessão de uma rodovia federal à iniciativa privada.
Este ciclo começou em 1995, com a concessão da Ponte Rio-Niterói, e desde então, transformou radicalmente a infraestrutura rodoviária do país.
Esse modelo pioneiro abriu o caminho para um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de concessões rodoviárias do mundo, com investimentos acumulados que superam os R$ 250 bilhões.
Hoje, cerca de 30 mil quilômetros de estradas pavimentadas – ou 13,5% da malha nacional &ndash
...Por Gabriel Kingma*
No próximo ano, o Brasil celebrará um marco significativo: os 30 anos da primeira concessão de uma rodovia federal à iniciativa privada.
Este ciclo começou em 1995, com a concessão da Ponte Rio-Niterói, e desde então, transformou radicalmente a infraestrutura rodoviária do país.
Esse modelo pioneiro abriu o caminho para um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de concessões rodoviárias do mundo, com investimentos acumulados que superam os R$ 250 bilhões.
Hoje, cerca de 30 mil quilômetros de estradas pavimentadas – ou 13,5% da malha nacional – estão sob gestão privada, evidenciando o impacto positivo desse modelo.
O sucesso dessas concessões é corroborado por dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), que mostram uma redução significativa na severidade dos acidentes nas rodovias concedidas.
Essas vias têm uma taxa de acidentes três vezes menor em comparação com rodovias não concedidas, e nas últimas duas décadas, o número de acidentes e fatalidades caiu mais de 50% nas rodovias sob concessão.
Além da segurança, as concessões trouxeram melhorias significativas na qualidade da infraestrutura, promovendo uma rede rodoviária mais eficiente e confiável.
O ano de 2023 estabeleceu um recorde histórico, com investimentos de R$ 12 bilhões pelas concessionárias, um aumento de 21% em relação a 2022, superando o auge anterior de 2013.
Esse crescimento acentuado nos investimentos é um reflexo direto do dinamismo do setor e da confiança dos investidores no modelo de concessão.
A expectativa é que esse impulso continue, impulsionado por novos projetos e pela renegociação de concessões existentes que demandam reequilíbrio econômico-financeiro.
Papel das Construtoras – No contexto de expansão do mercado de concessões rodoviárias, fui honrado em participar do II Summit Concessões de Rodovias, organizado pela Hiria em parceria com a NürnbergMesse Brasil.
No evento, discutimos a “Próxima Geração das Concessões Rodoviárias” e como nos preparar para novos modelos de contratos. Foi um debate essencial que reuniu líderes do setor, como Felipe Queiroz, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e Marco Aurélio de Barcelos Silva, da ABCR, entre outros.
A discussão centrou-se na necessidade de uma colaboração mais estreita entre concessionárias e construtoras. Como representante da SEEL Engenharia, destaquei que o setor de construção é fundamental para o sucesso das concessões.
Nossa experiência, desde a fundação da SEEL, está profundamente ligada ao desenvolvimento das concessões rodoviárias no Brasil. As primeiras grandes obras da nossa empresa, em 1995, foram realizadas para a CONCER, uma das pioneiras no mercado de concessões.
Uma tendência emergente é a integração antecipada das construtoras nos projetos de concessão. Este movimento, ainda na fase de elaboração do Capex, permite que as construtoras tragam sua vasta experiência para garantir a viabilidade e exequibilidade dos projetos.
Essa colaboração precoce resulta em soluções inovadoras que reduzem custos e aumentam a competitividade das concessionárias nos leilões. Além disso, proporciona um planejamento mais robusto e eficiente, assegurando que os recursos necessários estejam disponíveis quando os projetos forem implantados.
Essa abordagem representa uma mudança significativa em relação ao passado, quando as construtoras eram envolvidas apenas após a concessão já estar bem encaminhada.
A consequência desse distanciamento era frequentemente a subestimação dos custos, resultando em contratos desequilibrados e obras inacabadas, problemas que todos nós, envolvidos no setor, queremos evitar no futuro.
Parcerias e Sustentabilidade – Com a previsão de um aumento substancial de obras rodoviárias no Brasil nos próximos anos, é vital que a colaboração entre todos os elos da cadeia de concessões – do poder público aos investidores, das concessionárias às construtoras – continue a se fortalecer.
Este alinhamento precoce e integrado é crucial para superar os desafios futuros, como a escassez de recursos humanos e materiais e, potencialmente, até de construtoras qualificadas.
As construtoras, por sua vez, precisam investir em iniciativas para atrair, qualificar e reter mão de obra, minimizando a rotatividade e garantindo a eficiência e a perpetuação do conhecimento adquirido.
A criação de ambientes de trabalho saudáveis e acolhedores, alinhados aos compromissos ESG, é essencial para que os colaboradores vejam a empresa como um caminho para seu crescimento profissional e pessoal.
Depois de quase três décadas de experiência com concessões rodoviárias, o Brasil dispõe de um setor maduro e resiliente. Todos os participantes desta cadeia de valor têm agora uma compreensão clara dos caminhos necessários para alcançar o sucesso nos novos desafios que virão.
A união desses elos desde o início dos projetos é a chave para assegurar resultados práticos, imediatos e mensuráveis. Afinal, como demonstrado pela ABCR, o sucesso de nossas rodovias concedidas não só melhora a infraestrutura e a economia, mas também salva vidas.
Enquanto nos preparamos para a próxima geração de concessões rodoviárias, devemos celebrar as conquistas alcançadas e nos concentrar nos desafios que ainda estão por vir.
A colaboração precoce e a inovação contínua são essenciais para assegurar que o Brasil continue a ser um líder global em infraestrutura rodoviária. Nossa missão é clara: construir um futuro em que nossas estradas sejam mais seguras, eficientes e resilientes, beneficiando a todos os brasileiros.
*Gabriel Kingma é Engenheiro e Head de Desenvolvimento de Novos Negócios na SEEL Engenharia
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