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Revista GC - Ed.65 - Nov/Dez 2015
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Concreto Hoje

Sistema de paredes de concreto ganha espaço na construção civil

Maior velocidade na execução da obra e rentabilidade em grandes empreendimentos estimulam a adoção do método construtivo que elimina o consumo de blocos de alvenaria

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) mostrou a participação da tecnologia de paredes de concreto na construção de prédios e casas em 2013: nada menos do que 340 mil imóveis foram erguidos com a metodologia. Realizado em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Serviços de Concretagem (ABESC) e com o Instituto Brasileiro de Telas Soldadas (IBTS), o levantamento também estimou o quanto o processo cresceria nos próximos dois anos. Segundo o estudo, em 2014 seriam acrescentadas outras 117 mil unidades, ou seja, um incremento de 34% em relação ao ano anterior. Ainda considerando as métricas de dois anos atrás, o crescimento pode ser de 66% em 2015.

O que explica o movimento ascendente? Para os especialistas, um dos fatores é a eliminação do uso de blocos de alvenaria de concreto e sua mão de obra de assentamento, proporcionada pela metodologia. O engenheiro Rubens Monge, responsável pela área de Planejamento e Mercado da ABCP, diz que há uma tendência de pequena redução dos métodos tradicionais de construção, perden


Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) mostrou a participação da tecnologia de paredes de concreto na construção de prédios e casas em 2013: nada menos do que 340 mil imóveis foram erguidos com a metodologia. Realizado em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Serviços de Concretagem (ABESC) e com o Instituto Brasileiro de Telas Soldadas (IBTS), o levantamento também estimou o quanto o processo cresceria nos próximos dois anos. Segundo o estudo, em 2014 seriam acrescentadas outras 117 mil unidades, ou seja, um incremento de 34% em relação ao ano anterior. Ainda considerando as métricas de dois anos atrás, o crescimento pode ser de 66% em 2015.

O que explica o movimento ascendente? Para os especialistas, um dos fatores é a eliminação do uso de blocos de alvenaria de concreto e sua mão de obra de assentamento, proporcionada pela metodologia. O engenheiro Rubens Monge, responsável pela área de Planejamento e Mercado da ABCP, diz que há uma tendência de pequena redução dos métodos tradicionais de construção, perdendo espaço para os sistemas industrializados, como o pré-fabricado e, principalmente, as paredes de concreto moldadas in loco.

No estudo realizado em 2013, apenas 8,7% das construções usaram paredes de concreto, enquanto 31,2% optaram por alvenaria de blocos de concreto e 50,4% utilizaram estrutura de concreto. Pelos dados da pesquisa, a expectativa é que - até 2016 – cerca de 12% das construções sejam em paredes de concreto, enquanto a alvenaria e estrutura de concreto diminuam para 27,9% e 50,1%, respectivamente. Esses números são baseados na conversa com 457 construtoras no Brasil há dois anos.

O crescimento no uso da parede de concreto também é explicado por outras vantagens construtivas. Para o diretor da ABESC, Arcindo Vaquero y Mayor, a velocidade de execução da obra é o principal benefício. Ele cita casos reais onde a edificação de prédios de quatro andares aconteceu em 11 dias. Outro exemplo é o de seis sobrados geminados, construídos em duas semanas. A viabilidade financeira deve ser considerada atentamente, argumenta o especialista. Para Vaquero, é necessário realizar um estudo antes de cada obra, avaliando qual sistema é mais econômico. No caso do método de parede de concreto, um dos quesitos da escolha é se o padrão da construção for maior.

Para Arnoldo Wendler, diretor da Wendler Projetos e Sistemas Estruturais e pesquisador do método de parede de concreto, o sistema é economicamente viável sempre que houver quantidade e repetitividade. “Parede de concreto é o sistema mais econômico a partir de, aproximadamente, 300 unidades iguais”, afirma. Ele concorda com a vantagem da velocidade de execução da obra e lembra outro benefício, a diminuição no uso de revestimentos para pintura interna e textura externa. Porém, a cura do concreto é um complicador desse processo.

Wendler explica que a cura tradicional – com uso de água para hidratar o concreto -  deve ser esquecida. “Pior do que não fazer cura, é secar e molhar continuamente o material, pois isso induz a movimentação”, complementa. Para ele, se a obra seguir as recomendações dos manuais, deve-se manter o concreto molhado ao longo de sete dias. “Durante esse tempo, a obra vai estar avançada, o que torna o método inviável”, diz.

“A cura para paredes de concreto é extremamente complicada”, resume o especialista. Mas isso não significa impossível. Uma solução para o problema, segundo Wendler, é a cura química, utilizando aditivos parafínicos, acrílicos ou à base de água. O primeiro fornece total eficiência, mas obriga a retirada, ou seja, raspagem para não interferir na aplicação do revestimento. Já o aditivo acrílico pode atingir até 70% de eficiência, além de servir como base para pintura acrílica. Outra opção é o redutor de evaporação, que tem uma eficiência menor que as anteriores. À base de água, a solução é entre 35% e 40% eficaz, mas não gera resíduos, possibilitando o uso de outros materiais na parede.

João Batista Rodrigues da Silva, diretor do IBTS, acrescenta outra discussão ao uso do método de parede de concreto. Para ele, a falta de padrão no pé direito das construções é um desafio na hora de aplicar a tela soldada, material que cumpre a função estrutural da parede de concreto. Além dessa função primária, as telas também suportam outros sistemas, como os de elétrica, reforços e complementação da área de aço. Devido à ausência de padronização, as dimensões das telas variam de acordo com a obra, sendo necessário cortá-las em alguns casos, o que pode gerar desperdício de material.

Silva avalia que as construtoras devem desenvolver um projeto focado em telas soldadas para evitar a perda. Nele, deve ser feito o detalhamento do uso do material, contemplando qual tela será cortada, como será cortada, em que posição será colocada e como e onde a sobra do corte será reaproveitada. Assim como outros técnicos, o diretor do IBTS concorda que a tecnologia tem mais vantagens do que senões, incluindo sua competitividade, desde que haja escala de construção. “No caso do sistema com blocos de concreto, nem sempre seu principal insumo está facilmente disponível. Isso acaba sendo um gargalo”, finaliza.

 

 

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