Em meio a uma das mais graves crises da sua história, com a divulgação de acusações de pagamento de propina, fraude em licitações e lavagem de dinheiro, envolvendo alguns dos seus executivos, e da compra desastrosa da refinaria de petróleo em Pasadena, nos EUA – problemas que afetam sua credibilidade e o valor das suas ações no mercado, a Petrobras tem finalmente motivos para comemorar. A empresa festeja a superação da marca dos 500 mil barris de petróleo por dia (bpd), nos campos operados na chamada província do pré-sal nas bacias de Santos e de Campos.
Em 24 de junho, a produção atingiu 520 mil bpd, o que configura novo recorde de produção diária. Desse volume, 78% (406 mil bpd) correspondem à parcela da petroleira e o restante, à contribuição das suas empresas parceiras nas diversas áreas do pré-sal.
A produção de 520 mil barris/dia foi alcançada oito anos após a primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal ocorrida em 2006. Para chegar a esse marco histórico, a Petrobras conta com a contribuição de somente 25 poços produtores. Isso significa q
Em meio a uma das mais graves crises da sua história, com a divulgação de acusações de pagamento de propina, fraude em licitações e lavagem de dinheiro, envolvendo alguns dos seus executivos, e da compra desastrosa da refinaria de petróleo em Pasadena, nos EUA – problemas que afetam sua credibilidade e o valor das suas ações no mercado, a Petrobras tem finalmente motivos para comemorar. A empresa festeja a superação da marca dos 500 mil barris de petróleo por dia (bpd), nos campos operados na chamada província do pré-sal nas bacias de Santos e de Campos.
Em 24 de junho, a produção atingiu 520 mil bpd, o que configura novo recorde de produção diária. Desse volume, 78% (406 mil bpd) correspondem à parcela da petroleira e o restante, à contribuição das suas empresas parceiras nas diversas áreas do pré-sal.
A produção de 520 mil barris/dia foi alcançada oito anos após a primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal ocorrida em 2006. Para chegar a esse marco histórico, a Petrobras conta com a contribuição de somente 25 poços produtores. Isso significa que a magnitude do resultado obtido pode ser muito maior, à medida que novos poços passarem a ser explorados.
Vale observar ainda que, fundada em 1953, a Petrobrás levou 31 anos para alcançar a marca de 500 mil barris diários, o que ocorreu no final do ano de 1984, com a contribuição de 4.108 poços produtores. Com o pós-sal da Bacia de Campos, onde a primeira descoberta ocorreu em 1974, foram necessários 21 anos para produzir 500 mil barris diários de petróleo. Este nível de produção, alcançado em 1995, contou com a contribuição de 411 poços produtores.
O desempenho do pré-sal brasileiro é, também, realçado pela comparação com outras importantes províncias produtoras no mundo. Na porção americana do Golfo do México, por exemplo, foram necessários 20 anos, a partir da primeira descoberta, para se produzir 500 mil barris diários. No Mar do Norte, o patamar foi atingido em dez anos.
Pré-sal responde por 22% da produção
Atualmente, a produção média do pré-sal respondeu por cerca de 22% do total da produção no Brasil. De 2010 a 2014, a média de produção diária dos reservatórios do pré-sal cresceu dez vezes, avançando de 41 mil barris (média em 2010) para 520 mil barris por dia. Dos 25 poços em operação nessa província, dez estão localizados na Bacia de Santos, responsável por 53% da produção do pré-sal (274 mil barris por dia). Os demais 15 poços estão localizados na Bacia de Campos e respondem pelos 47% restantes (246 mil barris por dia).
A produção acumulada na província do pré-sal já ultrapassou 360 milhões de barris de óleo equivalente (BOE), medida usada para expressar volumes de petróleo e gás natural na mesma unidade de medida (barris).
Hoje operam nessa província nove plataformas, quatro das quais produzindo exclusivamente da camada pré-sal. São elas: o FPSO Cidade de Angra dos Reis (que produz desde outubro de 2010 no campo de Lula, na Bacia de Santos), o FPSO Cidade de Anchieta (que opera desde setembro de 2012 no campo de Baleia Azul, na Bacia de Campos), além do FPSO Cidade de São Paulo (que começou a operar em janeiro de 2013 no campo de Sapinhoá, na Bacia de Santos) e do FPSO Cidade de Paraty (que produz desde junho de 2013 na área de Lula Nordeste, também na Bacia de Santos).
Outras quatro plataformas já estavam instaladas há alguns anos na Bacia de Campos para a produção de petróleo do pós-sal. Por apresentarem capacidade disponível, essas plataformas viabilizaram a rápida interligação de alguns poços perfurados em horizontes mais profundos, ou seja, na camada pré-sal. São elas: P-48, no campo de Barracuda-Caratinga; P-53 e FPSO Cidade de Niterói, ambas no campo de Marlim Leste, e FPSO Capixaba, no campo de Baleia Franca.
Além dessas unidades, outra plataforma que contribuiu para o recorde é a P-58, que entrou em produção em março deste ano, no pré-sal do complexo denominado Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos.
Adicionalmente, um sistema itinerante começou a operar no dia 21 de junho em Iara, através do FPSO Dynamic Producer, executando um teste de longa duração com o objetivo de investigar os reservatórios do pré-sal nesta área.
Acima da média mundial
De acordo com a Petrobrás, os poços já instalados no pré-sal têm apresentado produtividade muito acima da média mundial. A produtividade média por poço em operação comercial no Polo Pré-sal da Bacia de Santos tem sido da ordem de 25 mil barris de petróleo por dia, maior que a registrada no Mar do Norte (15 mil barris de petróleo por poço/dia) e no Golfo do México (10 mil barris de petróleo por poço/dia).
Alguns poços do pré-sal da Bacia de Santos apresentam produtividade acima de 30 mil barris diários, como o LL-11, no projeto piloto de Lula Nordeste, com vazão média de 31 mil barris por dia, bem como o SPS-77 e o SPH-04, no piloto de Sapinhoá, com produção média de 34 mil barris diários cada um.
Outro exemplo disso, segundo a petroleira, é o FPSO Cidade de Angra dos Reis, que opera no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, onde apenas quatro poços produzem o suficiente para praticamente ocupar a capacidade operacional total da plataforma, de 100 mil barris por dia (bpd). Essa plataforma foi originalmente projetada para produzir com seis poços, cada um com uma contribuição média de 16 mil barris por dia. Mas, com a alta produtividade dos poços, que vêm apresentando cerca de 24 mil bpd, em média, muito acima da previsão inicial, foram interligados apenas quatro poços à plataforma, o que representou uma enorme economia de investimentos.
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