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Revista GC - Ed.29 - Agosto 2012
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Concreto Hoje

Novas alternativas para construção habitacional

Especialistas destacam maior possibilidade de uso de concreto na construção de moradias verticais e horizontais

O Brasil tem um déficit habitacional de cerca de oito milhões de unidades, um desafio que os governos, nos três âmbitos, precisam correr para diminuir. O programa Minha Casa Minha Vida, em sua primeira etapa, que previa a construção de um milhão de moradias, não entregou mais da metade de sua meta. Se existem empecilhos econômicos, do ponto de vista tecnológico, os especialistas indicam que a área habitacional poderia desfrutar mais das alternativas construtivas existentes. Um exemplo de opções foi mostrado no seminário “Soluções para Habitação, sistemas construtivos à base de cimento”, realizado em maio de 2012, em Aracaju (SE). O engenheiro Carlos Franco, diretor da CAL-FAC Consultoria e Engenharia, estava entre os especialistas do debate.

“O foco principal da minha apresentação foi mostrar e desmistificar os sistemas construtivos pré-fabricados no segmento habitacional”, resume em entrevista exclusiva à Grandes Construções. “Falamos sobre a conceituação de pré-fabricado (executado na indústria) e o pré-moldado (executado no canteiro, porém, fora do local final de utilização) e as principais características de cada método”, detalha Franco. Segundo ele, o uso das duas tecnologias permite a conjunção de prazos, qualidade e baixa intensidade de mão de obra, sendo essa última atualmente escassa no setor de construção civil.

Além de indicar que os dois sistemas – pré-fabricados e pré-moldados podem ter desempenho igual ou superior aos métodos tradicionais, Franco avalia que tecnologias brasileiras encontram-se catalogadas no manual Affordable Housing, que numa tradução livre pode ser entendido como habitação de baixo custo, editado pela FIB (Fédération Internationale du Beton). “Podemos destacar os sistemas de parede dupla, de painéis alveolares e os de paredes portantes e lajes pré-fabricadas”, lista o executivo da CAL-FAC. No caso, das lajes pré-fabricadas, Franco destaca que o método é conceitualmente semelhante à alvenaria estrutural, do ponto de vista mecânico de funcionamento, mas totalmente diferente em termos de execução.

Um dos destaques de aplicação das lajes pré-fabricadas, aliás, é na construção de edificações verticais, podendo ser empregado em todas as situações em que a alvenaria estrutural possa ser utilizada


O Brasil tem um déficit habitacional de cerca de oito milhões de unidades, um desafio que os governos, nos três âmbitos, precisam correr para diminuir. O programa Minha Casa Minha Vida, em sua primeira etapa, que previa a construção de um milhão de moradias, não entregou mais da metade de sua meta. Se existem empecilhos econômicos, do ponto de vista tecnológico, os especialistas indicam que a área habitacional poderia desfrutar mais das alternativas construtivas existentes. Um exemplo de opções foi mostrado no seminário “Soluções para Habitação, sistemas construtivos à base de cimento”, realizado em maio de 2012, em Aracaju (SE). O engenheiro Carlos Franco, diretor da CAL-FAC Consultoria e Engenharia, estava entre os especialistas do debate.

“O foco principal da minha apresentação foi mostrar e desmistificar os sistemas construtivos pré-fabricados no segmento habitacional”, resume em entrevista exclusiva à Grandes Construções. “Falamos sobre a conceituação de pré-fabricado (executado na indústria) e o pré-moldado (executado no canteiro, porém, fora do local final de utilização) e as principais características de cada método”, detalha Franco. Segundo ele, o uso das duas tecnologias permite a conjunção de prazos, qualidade e baixa intensidade de mão de obra, sendo essa última atualmente escassa no setor de construção civil.

Além de indicar que os dois sistemas – pré-fabricados e pré-moldados podem ter desempenho igual ou superior aos métodos tradicionais, Franco avalia que tecnologias brasileiras encontram-se catalogadas no manual Affordable Housing, que numa tradução livre pode ser entendido como habitação de baixo custo, editado pela FIB (Fédération Internationale du Beton). “Podemos destacar os sistemas de parede dupla, de painéis alveolares e os de paredes portantes e lajes pré-fabricadas”, lista o executivo da CAL-FAC. No caso, das lajes pré-fabricadas, Franco destaca que o método é conceitualmente semelhante à alvenaria estrutural, do ponto de vista mecânico de funcionamento, mas totalmente diferente em termos de execução.

Um dos destaques de aplicação das lajes pré-fabricadas, aliás, é na construção de edificações verticais, podendo ser empregado em todas as situações em que a alvenaria estrutural possa ser utilizada. Em relação especificamente às habitações populares, Franco explica que o pré-fabricado em concreto é uma solução muito racional, principalmente, em construções com algum adensamento vertical (4 + 1), sendo frequentemente adotado em diversas regiões do País.

“Para casas isoladas, não é tão largamente difundida. O conceito de ‘diversas casas isoladas a perder de vista’ pode gerar habitações que sejam baixo custo, mas que geram custos monstruosos de infraestrutura, envolvendo arruamento, energia, saneamento básico e transporte, para citar os principais”, argumenta o especialista. Ele destaca que os sistemas pré-fabricados são muito competitivos em edifícios mais adensados e de padrão melhor (médio). “Já em padrão mais elevado temos diversos exemplos de obras total ou parcialmente pré-fabricadas, com alto valor agregado”, acrescenta.

Para Franco, as inovações tecnológicas em habitações, usando sistemas pré-fabricados, encontram dificuldades por não serem ainda totalmente normalizadas, o que gera a resistência na sua adoção, embora sejam amplamente utilizadas no exterior. Como a norma técnica tem força de lei e a sua confecção acontece sob o esforço, muitas vezes, abnegado de especialistas, a normalização brasileira específica acaba sendo lentamente construída. “Há recentes evoluções, caso da NBR-14861, publicada em 2011, que cobre o emprego de lajes alveolares”, indica. Outras duas normas destacadas por ele são as de estacas pré-moldadas em concreto, atualmente, em elaboração, e a de painéis alveolares, ainda em planejamento.

Para o executivo da CAL-FAC, os principais ganhos do uso de pré-fabricados incluem prazo, qualidade e, muitas vezes, redução de custos. Como o processo de pré-fabricação exige um planejamento mais cuidadoso da obra, os serviços acabam sendo beneficiados de forma geral. Franco explica que etapas são eliminadas no processo, caso da regularização de superfícies das paredes e forros, para mencionar apenas uma. “Ganha-se também nas facilidades de execução de caixilhos, muitas vezes eliminando o emprego de contra marcos”, acrescenta.

O também engenheiro Marcelo Rios, diretor da Geotest Projetos e Consultoria, de Salvador, foi outro debatedor do evento de Aracaju. Em sua apresentação, ele destacou a alvenaria estrutural, focando-se no uso de blocos de concreto. O especialista ressaltou o uso de lajes pré-moldadas ou não, apoiadas diretamente nas alvenarias estruturais. Nesse sistema, as paredes funcionam também como painéis resistentes ao vento, formando uma estrutura tridimensional de alto desempenho.

De acordo com Rios, o uso do bloco de concreto apresenta vantagens em construções habitacionais. “Ele tem maior regularidade dimensional, o que proporciona menor consumo de revestimento e, devido à sua resistência, alcança valores elevados; o emprego em edificações de andares múltiplos é imprescindível”. O especialista lembra ainda que se trata de um sistema econômico, de alto desempenho e aplicável em habitações de padrão médio e baixo, nos quais os vãos são moderados. “A velocidade de construção também é fator importante, pois é possível alcançar ciclos de concretagem idênticos ao concreto convencional, mas com o ganho da simultaneidade na construção das paredes, liberando outros serviços na obra”, completa.

De acordo com Rios, os problemas relativos às deformações, que acontecem na estrutura convencional de concreto armado, não são frequentes na alvenaria estrutural. No entanto, alguns cuidados devem ser observados, caso da fundação que deve ter deslocabilidade mínima, pois o sistema em alvenaria não aceita deslocamentos impostos. Outro ponto de atenção é a previsão da dilatação térmica na laje de cobertura. “Para isso, deve-se adotar uma camada deslizante entre a última fiada e a laje. Dessa forma, o movimento será liberado, evitando o aparecimento de tensões e, consequentemente, fissuras nas paredes que suportam a laje”, detalha.

O especialista ainda recomenda que fique claro para os proprietários das construções que as paredes não podem ser removidas parcial ou integralmente. A recomendação deve constar nos contratos, manuais e outras documentações, além de estar afixada em áreas visíveis para que todos os usuários tenham conhecimento da impossibilidade de remanejamento de paredes.

 

 

 

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