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Revista GC - Ed.33 - Dezembro 2012
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Concreto Hoje

Holandeses desenvolvem concreto que se renova sozinho

Em fase de testes, pesquisadores mostram como uma bactéria presente em águas de alta alcalinidade e rochas minerais podem evitar fissuras no concreto, automaticamente, sem intervenção de manutenção
Por Thomas Tjabbes

A demanda por soluções eficientes na construção civil aumenta, proporcionalmente, ao crescimento de uma população mundial que deve chegar a 9 bilhões de pessoas até 2025 e que vai precisar de domicílios. É nisso que pensam pesquisadores da Universidade Técnica de Delft, na Holanda. Eles estão desenvolvendo um concreto que promete dirimir significativamente os custos de reparo e manutenção nas estruturas, permitindo longa durabilidade às edificações e, naturalmente, garantindo a sua faixa de ocupação populacional. A novidade está em fase de testes e deve ser apresentada comercialmente em 2016, como um concreto que se autorrenova.

A solução é indicada, principalmente, nas construções em ambientes úmidos, onde o aço que compõe a estrutura pode sofrer com a impregnação de água por microrrachaduras no concreto, deteriorando-o. Algumas situações que demonstram a necessidade por esse tipo de material podem ser encontradas em túneis e instalações subterrâneas, sistemas de armazenamento de líquidos e resíduos perigosos, bem como estruturas dentro e perto de ambientes offshore, onde os sais da água são altamente agressivos ao aço. Em países muito frios, a tecnologia ainda pode ser aplicável a rodovias, considerando que os sais de degelo nas vias podem penetrar e contaminar a estrutura.

Por isso, o concreto autorrenovável é demonstrado com entusiasmo pelos pesquisadores de Delft. Henk Jonkers, PhD em microbiologia marinha e responsável pelo projeto, conta que a peça-chave para atingir as metas propostas foi a descoberta de uma bactéria presente em lagos de alta alcalinidade e rochas minerais, onde vivem naturalmente e conseguem resistir ao elevadíssimo nível de pH do ambiente, mesma condição encontrada no cimento. Isolando esses micro-organismos de seu habitat, a equipe estudou suas propriedades e descobriu o seguinte: concentrando a bactéria na mistura do concreto, em uma proporção de 100 milhões por m³, e adicionando um reagente, ela é capaz de regenerar automaticamente fissuras de até 0,5 mm.

De acordo com Jonkers, esse resultado ocorre devido a uma reação da bactéria ao entrar em contato com lactato de cálcio, componente encontrado no leite. Ela o converte para calcário e, assim, preenche as partes rompidas “O agente de cura do


A demanda por soluções eficientes na construção civil aumenta, proporcionalmente, ao crescimento de uma população mundial que deve chegar a 9 bilhões de pessoas até 2025 e que vai precisar de domicílios. É nisso que pensam pesquisadores da Universidade Técnica de Delft, na Holanda. Eles estão desenvolvendo um concreto que promete dirimir significativamente os custos de reparo e manutenção nas estruturas, permitindo longa durabilidade às edificações e, naturalmente, garantindo a sua faixa de ocupação populacional. A novidade está em fase de testes e deve ser apresentada comercialmente em 2016, como um concreto que se autorrenova.

A solução é indicada, principalmente, nas construções em ambientes úmidos, onde o aço que compõe a estrutura pode sofrer com a impregnação de água por microrrachaduras no concreto, deteriorando-o. Algumas situações que demonstram a necessidade por esse tipo de material podem ser encontradas em túneis e instalações subterrâneas, sistemas de armazenamento de líquidos e resíduos perigosos, bem como estruturas dentro e perto de ambientes offshore, onde os sais da água são altamente agressivos ao aço. Em países muito frios, a tecnologia ainda pode ser aplicável a rodovias, considerando que os sais de degelo nas vias podem penetrar e contaminar a estrutura.

Por isso, o concreto autorrenovável é demonstrado com entusiasmo pelos pesquisadores de Delft. Henk Jonkers, PhD em microbiologia marinha e responsável pelo projeto, conta que a peça-chave para atingir as metas propostas foi a descoberta de uma bactéria presente em lagos de alta alcalinidade e rochas minerais, onde vivem naturalmente e conseguem resistir ao elevadíssimo nível de pH do ambiente, mesma condição encontrada no cimento. Isolando esses micro-organismos de seu habitat, a equipe estudou suas propriedades e descobriu o seguinte: concentrando a bactéria na mistura do concreto, em uma proporção de 100 milhões por m³, e adicionando um reagente, ela é capaz de regenerar automaticamente fissuras de até 0,5 mm.

De acordo com Jonkers, esse resultado ocorre devido a uma reação da bactéria ao entrar em contato com lactato de cálcio, componente encontrado no leite. Ela o converte para calcário e, assim, preenche as partes rompidas “O agente de cura do concreto é composto do reagente com esporos inativos da bactéria, que permanecem dormentes em uma cápsula protetora. Quando ocorre uma fissura, a proteção é rompida e a entrada de água ativa a bactéria, que, por sua vez, se alimenta e converte o reagente em calcário”, explica o cientista, ressaltando que o processo proporciona um reparo 100% automático das rachaduras, já que as cápsulas são colocadas ainda na mistura do concreto.

Segundo o especialista, é esperado que as partículas sejam disponibilizadas ao mercado na forma de pequenos grãos, ou cápsulas, para serem adicionadas à mistura do concreto. “Elas ficam inativas desde a mistura até o endurecimento e abrem somente quando houver rachaduras no conjunto do concreto”, afirma ele.

Além disso, foi confirmado pela equipe responsável que a bactéria não reage diretamente com os componentes da mistura e, por conta disto, pode ser aplicada em qualquer tipo de concreto. Jonkers ainda se antecipa a preocupações possíveis de serem questionadas por futuros usuários e afirma que a bactéria não causa danos ao aço estrutural presente nas construções de concreto. Além disso, conta que a vedação é justamente para proteger o aço contra a deterioração.

Apresentando esses prospectos positivos, o projeto já agrega apoio de quatro instituições de pesquisa na Europa, órgãos do governo envolvidos com obras, empreiteiras, arquitetos e outros investidores, como os fornecedores de concretos e aditivos químicos. Com isso, a equipe planeja iniciar os testes completos em ambientes abertos a partir de 2013. “Já fizemos testes ao ar livre com um sistema de impregnação de líquidos baseado na formação de calcário pela bactéria. O resultado foi a vedação completa do vazamento em um teto de concreto”, afirma.

Outros testes que devem completar a bateria necessária para confirmar a viabilidade da tecnologia serão realizados nos próximos dois anos, e Jonkers acredita que irão comprovar a funcionalidade do sistema em ambientes externos e com diferentes aplicações de concreto.

Quanto ao custo, ele garante que a adição das cápsulas não representará mais de 2 % do valor total da obra, o que, para ele, significa economia na vida útil da edificação devido à redução de gastos com manutenção.

 

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