A questão passou a ser tão relevante que o banco criou uma área específica para tratar de questões do meio ambiente, dando subsídios às suas equipes técnicas nas análises dos projetos candidatos a financiamentos.
“O banco tem uma estrita observância em relação ao licenciamento ambiental e não apoia, não contrata e nem desembolsa nada para projetos sem licenças de instalação dos órgãos ambientais competentes, sejam eles o Ibama ou as entidades que atuam nos estados. Prova disso é que o BNDES tem oferecido aos empresários uma linha de crédito adicional, nas mesmas condições do financiamento do empreendimento de infraestrutura, para programas voltados à mitigação dos impactos ambientais dos projetos”, garante Nelson Siffert Filho.
Com o objetivo de mensurar os desembolsos diretamente ligados a projetos de sustentabilidade, o BNDES desenvolveu modelo estatístico específico para setores da “economia verde”. As liberações ao setor atingiram R$ 10
A questão passou a ser tão relevante que o banco criou uma área específica para tratar de questões do meio ambiente, dando subsídios às suas equipes técnicas nas análises dos projetos candidatos a financiamentos.
“O banco tem uma estrita observância em relação ao licenciamento ambiental e não apoia, não contrata e nem desembolsa nada para projetos sem licenças de instalação dos órgãos ambientais competentes, sejam eles o Ibama ou as entidades que atuam nos estados. Prova disso é que o BNDES tem oferecido aos empresários uma linha de crédito adicional, nas mesmas condições do financiamento do empreendimento de infraestrutura, para programas voltados à mitigação dos impactos ambientais dos projetos”, garante Nelson Siffert Filho.
Com o objetivo de mensurar os desembolsos diretamente ligados a projetos de sustentabilidade, o BNDES desenvolveu modelo estatístico específico para setores da “economia verde”. As liberações ao setor atingiram R$ 10 bilhões entre janeiro e julho deste ano.
O conceito “economia verde” envolve operações em energias renováveis e eficiência energética, recursos hídricos e saneamento ambiental, gestão de resíduos sólidos, ônibus e caminhões híbridos e elétricos, além de projetos do Fundo Clima.
O fundo é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e se constitui em um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de garantir recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.
Impactos sociais
Os eventuais impactos sociais causados por projetos de infraestrutura também são objeto de preocupação do BNDES. Tanto que o banco oferece crédito sem nenhum spread, só com o custo da TJLP, para as ações sociais no entorno desses empreendimentos. “Para o banco, o projeto de infraestrutura é antes de tudo um indutor de desenvolvimento local e regional. Na medida do possível, nós estimulamos a utilização da mão de obra local, bem como da cadeia de fornecedores da região, até como forma de estimular a qualificação desses pequenos fornecedores”, justifica o superintendente de Infraestrutura da instituição.
Nelson Siffert admite que as discussões que são travadas pela sociedade sobre o perfil da matriz energética brasileira como a polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte ecoam nos corredores do banco. “O BNDES participa das discussões, acompanha os eventos públicos, procura estar próximo ao debate travado pela sociedade. O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo. Cerca de 75% do nosso parque gerador é renovável. E nós consideramos a energia hidrelétrica como uma opção de energia renovável. É o que chamamos de ‘velha renovável’. Então, as hidrelétricas são algo positivo sob o ponto de vista do banco”.
E para que o superintendente chame de “novas renováveis”, o BNDES tem dado atenção especial. Este ano foram cerca de R$ 4 bilhões em desembolso para projetos de energia eólica. E o banco está desembolsando para cerca de 20 parques eólicos em diversos estados do Brasil. Só para região semiárida no oeste do estado da Bahia, próximo ao município de Caetité, são mais de R$ 1 bilhão em financiamento para projetos eólicos.
Nesses empreendimentos, as equipes técnicas do banco levam em conta não só a dimensão ambiental, com a geração de energia limpa. Consideram também a dimensão social, uma vez que esses projetos arrendam terras de mais de 200 pequenos produtores agrícolas, gerando uma renda anual. Trata-se de uma nova alternativa econômica para o semiárido brasileiro.
Para ser passível de apoio através de financiamento, o BNDES exige que o projeto tenha pelo menos 60% de equipamentos de fabricação nacional. Nesses casos, o financiamento pode ser direto ou via Finame. Segundo Siffert, o banco tem feito um grande esforço no sentido de credenciar fornecedores de aerogeradores que atendam aos seus critérios em relação ao conteúdo nacional. “Técnicos do banco têm mantido uma intensa discussão com a indústria cerca de 10 grandes fornecedores participam das discussões e alguns deles foram descredenciados recentemente, por não atenderem às exigências. Alguns estão retomando o credenciamento”, comemora.
No caso dos aerogeradores de parque eólicos, por se tratar de uma tecnologia pouco difundida no Brasil, entra na discussão com os fornecedores a questão da transferência do conhecimento tecnológico. “Nós entendemos que a inovação e o desenvolvimento tecnológico são aspectos de grande importância no processo de desenvolvimento econômico. Por isso, incorporar essas tecnologias é fundamental”, assegura.
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