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Vendas de cimento apontam queda acumulada no ano

Segundo o SNIC, o ciclo de cortes na taxa de juros ainda não foi suficiente para alavancar a indústria brasileira do setor

Assessoria de Imprensa

10/10/2023 11h07 | Atualizada em 10/10/2023 11h53


A indústria brasileira do cimento segue enfrentando dificuldades de recuperação da atividade.

Em setembro, as vendas do produto tiveram queda de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2022, atingindo 5,2 milhões de toneladas comercializadas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

O acumulado do ano (de janeiro a setembro) registrou um total de 46,8 milhões de toneladas vendidas, recuo de 2% comparado ao mesmo período do ano passado.

Ao se analisar o despacho do insumo por dia útil, nota-se uma retração de 2,5% sobre o mesmo mês do ano passado, ou seja, comercialização de 232,1 mil tone

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A indústria brasileira do cimento segue enfrentando dificuldades de recuperação da atividade.

Em setembro, as vendas do produto tiveram queda de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2022, atingindo 5,2 milhões de toneladas comercializadas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

O acumulado do ano (de janeiro a setembro) registrou um total de 46,8 milhões de toneladas vendidas, recuo de 2% comparado ao mesmo período do ano passado.

Ao se analisar o despacho do insumo por dia útil, nota-se uma retração de 2,5% sobre o mesmo mês do ano passado, ou seja, comercialização de 232,1 mil toneladas por dia em setembro.

A taxa básica de juros em patamares elevados (12,75%) impacta os financiamentos imobiliários para construção, com redução de 44% no acumulado até agosto, com relação ao mesmo período de 2022.

Os principais indicadores de vendas de materiais de construção, particularmente do cimento, continuam desacelerando em virtude da lenta recuperação da renda da população e do alto endividamento das famílias, que atingiu 47,8% em julho deste ano, muito próximo do pico de 50% em julho de 2022.


Fonte: SNIC

Ademais, o forte regime de chuvas registrados em setembro no país, especialmente nos estados do Sul, comprometeu a performance de vendas do setor.

No entanto, um cenário de franca recuperação de empregos e do Produto Interno Bruto, assim como o arrefecimento da inflação em relação ao ano passado, têm potencial para queda de vendas em torno de -1% no fechamento do ano, em linha com as projeções do SNIC.

No que diz respeito aos indicadores de confiança, o índice do consumidor subiu em setembro, atingindo o melhor nível desde o início de 2014, enquanto o da construção alcançou o maior patamar desde outubro de 2022.

Porém, nem todos os segmentos da construção avançaram na mesma direção. O mercado imobiliário, por exemplo, está menos confiante.

A falta de mão de obra qualificada e o acesso ao crédito têm dificultado o cenário da construção. Já o segmento de serviços especializado e de infraestrutura compensaram, demonstrando maior confiança.

O anúncio da nova modalidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o PAC Seleções, edital voltado para atender projetos prioritários apresentados por estados e municípios em áreas essenciais como saúde, educação, infraestrutura social e urbana e mobilidade, pode abrir novas possibilidades de obras.

Na esfera federal, a aprovação pelo Senado do PL 412/22, que regulamenta o Mercado de Carbono, tem ativa participação da indústria do cimento, que segue na vanguarda como primeiro setor a firmar um compromisso de neutralidade climática em escala global, dentro do programa Race to Zero da ONU.

O projeto brasileiro de neutralidade terá suas bases lançadas no 8º Congresso Brasileiro de Cimento (CBCi), que será realizado de 6 a 8 de novembro em São Paulo (SP).

“O início do ciclo de corte da taxa básica de juros aponta boa direção para a retomada do crescimento, mas a ele deverão ser incorporados novos vetores que induzam o desenvolvimento da infraestrutura e uma melhor dinâmica de programas importantes no campo de saneamento e habitação, entre outros”, avalia Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.


Fonte: SNIC

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