Construção Imobiliária
DCI
24/05/2010 13h31
SÃO PAULO - Apesar da pressão da alta de preços de alguns insumos e materiais de construção, a estratégia do varejo será segurar ao máximo repasses para os consumidores, pelo menos até o primeiro semestre, mantendo as vendas aquecidas este ano. No primeiro quadrimestre, o setor já mostrou resultados até acima do esperado, com alta de 20,31% em relação ao mesmo período de 2009, segundo a Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat) e luta para continuar em alta e crescer 15% no ano todo.
Varejistas do segmento, como a rede Dicico, com 43 lojas, afirma que há um movimento por parte da indústria por começar a repassar preços, principalmente, em insumos básicos, como é o caso do cimento, mas que há um esforço da cadeia
...SÃO PAULO - Apesar da pressão da alta de preços de alguns insumos e materiais de construção, a estratégia do varejo será segurar ao máximo repasses para os consumidores, pelo menos até o primeiro semestre, mantendo as vendas aquecidas este ano. No primeiro quadrimestre, o setor já mostrou resultados até acima do esperado, com alta de 20,31% em relação ao mesmo período de 2009, segundo a Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat) e luta para continuar em alta e crescer 15% no ano todo.
Varejistas do segmento, como a rede Dicico, com 43 lojas, afirma que há um movimento por parte da indústria por começar a repassar preços, principalmente, em insumos básicos, como é o caso do cimento, mas que há um esforço da cadeia e, principalmente, do varejo em negociar e segurar altas. Segundo Claúdio Fortuna, diretor de Marketing da rede, apenas o cimento deve aumentar esta semana na Dicico, já que a indústria repassou a alta em abril. "Pressão por preço sempre existe, esse movimento já vem acontecendo, mas até agora estamos resistindo e usando o nosso poder de negociação. Conseguimos protelar a alta do cimento por 30 dias", destacou o diretor.
Fortuna afirmou que no caso de commodities é mais difícil segurar preços, já que além das margens serem menores sobre esses itens, há menos empresas fornecedoras, mas reforça que não espera queda da demanda. "O mercado acaba se ajustando. Até o meio do ano não devemos sentir tanto essa tendência de alta de preços e inflação, talvez no segundo semestre, mas vamos evitar e acreditamos que vamos crescer 22% este ano sobre 2009, sendo que o segundo semestre também já é mais aquecido em vendas".
Até sexta-feira (21), a rede afirmou que já cresceu 18% em maio, além de ter tido um primeiro quadrimestre positivo. O executivo também disse que não sofrerá um impacto da alta dos juros e que deve manter sua taxa, de 3,99%, e linhas de financiamento. "Não repassamos nada até agora. Nosso negócio depende muito de financiamento e devemos trabalhar com as mesmas taxas." A rede continuará com investimentos em expansão, com abertura de uma loja para junho e também em promoções, como a que fará em junho, aproveitando a Copa do Mundo. "Se fazemos investimentos é porque acredito que vou ter mercado. É dinheiro que vai sair do meu caixa", completou.
Incentivos
Segundo o presidente da Abramat, Melvyn Fox, o setor caiu cerca de 12% em 2009, sendo que só a partir do segundo semestre será possível analisar melhor o seu comportamento, diante de base fraca de comparação no primeiro semestre de 2009, quando o setor sentiu mais o impacto da crise econômica. Porém, o setor também foi o único que recebeu nova prorrogação da redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), que irá até dezembro e também deve ajudar a segurar altas de preços.
Fox destaca que o IPI é muito importante para o setor e tem a expectativa que do governo o torne permanente. "O governo já entendeu que o setor de material de construção precisa de um prazo maior do que outros setores, é o tempo da obra, mas entendemos que, se permanente, beneficiará o programa Minha Casa, Minha Vida, que irá até 2014." A Abramat acredita que terá uma resposta no segundo semestre.
Em relação a variação do preço dos insumos básicos, ele afirma que apesar da alta do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) no início do ano - que no primeiro quadrimestre atingiu 2,51%, com variação de 1,17% em abril - a tendência é que o índice não fique acima da inflação. "Houve uma variação de commodities, mas o setor de material de construção não será o vilão da inflação, vemos cenário positivo e demanda forte", disse. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), até abril, registrou alta de 2,5113%.
O presidente da entidade ainda destaca que não há e nem ocorrerá falta de produtos, mesmo com utilização de 87% da capacidade instalada da indústria e apenas 13% de capacidade ociosa, 70% das empresas estão investindo à curto prazo para aumentar a sua capacidade.
Em pesquisas de intenção de compra, como a do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), o setor é um dos que vem se destacando, sendo que a intenção de compra de material de construção cresceu 39,1% no segundo trimestre deste ano frente o mesmo período do ano passado.
As vendas de material de construção, que cresceram 20% no primeiro quadrimestre, devem encerrar o ano com alta de 15%. Varejistas, porém, estão segurando reajustes.
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