Assessoria de Imprensa
03/03/2022 11h00 | Atualizada em 03/03/2022 13h18
*Por Juliano Lazaro
Embora o verão tenha características já bastante conhecidas, a chegada das chuvas liga um sinal de alerta, uma vez que as alterações climáticas têm sido acompanhadas de uma série de desastres naturais, como rompimentos de barragens, desabamentos, enchentes e alagamentos.
Episódios recentes chamaram ainda mais a atenção para os riscos geológicos e colocam o assunto em evidência, como em Capitólio, MG, quando parte de um Cânion desabou sob turistas; Franco da Rocha, SP, onde houve uma série de deslizamentos, e, as cidades de Minas Gerais, que ficaram inundadas e sob risco de novos rompimentos
...*Por Juliano Lazaro
Embora o verão tenha características já bastante conhecidas, a chegada das chuvas liga um sinal de alerta, uma vez que as alterações climáticas têm sido acompanhadas de uma série de desastres naturais, como rompimentos de barragens, desabamentos, enchentes e alagamentos.
Episódios recentes chamaram ainda mais a atenção para os riscos geológicos e colocam o assunto em evidência, como em Capitólio, MG, quando parte de um Cânion desabou sob turistas; Franco da Rocha, SP, onde houve uma série de deslizamentos, e, as cidades de Minas Gerais, que ficaram inundadas e sob risco de novos rompimentos de barragens.
A gestão de riscos ambientais por meio de geotecnologias pode ser uma solução para mitigar esses e outros acidentes da natureza.
Existem no mercado produtos reconhecidos e comprovados globalmente que combinam as melhores tecnologias GIS (sistema de informação geográfica), LIDAR, satélites, equipamentos e sistemas de sensoriamento remoto, fotogrametria e gerenciamento de dados, que ajudam as organizações a coletar, processar, analisar e entender dados geoespaciais; organizar estes dados em bibliotecas centralizadas para fácil compartilhamento; e fornecer informações através de aplicativos web e móveis – inclusive por meio de soluções personalizadas.
Com essas ferramentas, profissionais da área de conservação, ecologistas e biólogos podem usar imagens de sensoriamento remoto para mapear e observar habitats naturais ao longo do tempo e fornecer aos departamentos dados precisos para as tomadas de decisão.
Um sistema abrangente de gerenciamento, análise e entrega de dados, permite que grandes volumes de informações sejam organizados e entregues rapidamente.
É uma ferramenta de monitoramento de solo que vai analisar as condições de estabilidade, bem como as movimentações de terreno, de forma a detectar indícios de vazamentos, inclinações estruturais, tendências de recalque, movimentações elásticas, dentre outros fenômenos relativos à movimentações superficiais de solo e/ou estruturas, que com o decorrer do tempo, podem resultar numa grande tragédia ambiental, não só como a que ocorreu em Capitólio, como o deslizamento de terra em Ouro Preto, MG, que destruiu um casarão histórico da Prefeitura e um depósito, ou as emblemáticas tragédias de Brumadinho e Mariana, também territórios mineiros.
Para especialistas, casos assim são bons exemplos do que os métodos de medição por imagem de satélite podem fazer pela mitigação de riscos, pois, embora os acidentes tenham sido causados por um deslocamento abrupto, normalmente há um histórico de movimentação lenta do solo, que mesmo sendo muitas vezes milimétrica, é possível ser medida e percebida previamente.
E é nessa hora em que a tecnologia pode ser a grande aliada, pois pode oferecer a análise de movimentação histórica daquele pedaço de chão, mesmo que estejamos falando da observação de quilômetros e quilômetros de extensão territorial, e avisar, em tempo a real, o que está em curso ali, e se pode ou não trazer preocupações futuras. Desta forma, há como os especialistas programarem a visita de campo para uma apuração mais detalhada e criteriosa, traçar planos de controle, e se for o caso, agir.
As ferramentas são capazes até mesmo de detectar problemas abaixo do solo, como os decorrentes de vazamentos em tubulações.
É muito comum que essas estruturas se rompam e cavem o solo de dentro para fora e só se percebe quando abre um buraco. Mas, antes disso, o solo dá alguns sinais e a grande vantagem do satélite, nesse caso, é o fato de passar muitas vezes pelo mesmo lugar, formando uma sequência de imagens capaz de entregar se há diferenças, até mesmo de três milímetros, de uma para outra.
O afundamento emite alertas, que permite mais agilidade na resposta ao evento. Porém, vale destacar que essas geotecnologias não adiantam muita coisa se os sistemas de monitoramento e os de fiscalização não interagem.
O ideal é que as equipes que monitoram os riscos estejam em estreita colaboração com quem faz a fiscalização, porque o acionamento imediato de quem vai agir no terreno é fundamental para que a gestão de riscos seja, de fato, eficiente. Logo, para ser viável, é preciso haver interoperabilidade entre os sistemas.
Portanto, é possível notar que o uso de novas tecnologias como solução para a prevenção e compreensão de recorrências naturais é de extrema importância, e, ainda que necessite de um investimento maior, acaba se revertendo em uma economia a médio e longo prazo.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2019, para cada dólar investido em prevenção de desastres, há uma economia de seis dólares que seriam gastos futuramente em ações de reparação dos danos.
Desta forma, fazendo uma análise simplista de investimento versus resultados, sob um investimento aproximado de R$ 110 mil, seria possível que municípios equipassem seus órgãos reguladores de turismo em áreas ambientais, por exemplo, com dados altamente estratégicos, usando a tecnologia de maneira preditiva para priorizar demandas mais urgentes, passíveis de um acontecimento repentino de grandes proporções. A grande vantagem de usar uma solução tecnológica para este fim é que ela é relativamente de baixo custo, muito rápida e disponível para qualquer parte no mundo, ou seja, economicamente viável e funcionalmente efetiva.
* Juliano Lazaro, gerente regional de vendas da Hexagon – divisão de Segurança, Infraestrutura e Geoespacial da América do Sul
13 de novembro 2024
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