Valor Econômico
19/04/2023 13h56
Após um início de ano fraco no consumo de aço no mercado brasileiro, as expectativas para o setor foram jogadas para 2024.
Os fabricantes de aço revisaram no início da semana as projeções de um cenário de crescimento, ainda que modesto, em 2023, para um ano negativo em vendas e no consumo de material.
Jefferson De Paula, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil e executivo-chefe do grupo ArcelorMittal no Brasil, apontou vários fatores para o setor siderúrgico vir com desempenho positivo no próximo ano.
Em primeiro lugar, está a estimativa de PIB para 2024, de expansão de 2% a 2,5%, ante os 0,9% ou 1% deste
Após um início de ano fraco no consumo de aço no mercado brasileiro, as expectativas para o setor foram jogadas para 2024.
Os fabricantes de aço revisaram no início da semana as projeções de um cenário de crescimento, ainda que modesto, em 2023, para um ano negativo em vendas e no consumo de material.
Jefferson De Paula, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil e executivo-chefe do grupo ArcelorMittal no Brasil, apontou vários fatores para o setor siderúrgico vir com desempenho positivo no próximo ano.
Em primeiro lugar, está a estimativa de PIB para 2024, de expansão de 2% a 2,5%, ante os 0,9% ou 1% deste ano.
“Consideramos ainda que a reforma tributária vai passar, o juro vai cair, os programas de obras de infraestrutura que o governo está anunciando, o programa de saneamento já resolvido no Congresso e a aceleração do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida”.
Para o executivo, 2023 será um ano de transição, que vai carregar a inércia que existe até a reforma tributária passar. “Isso ocorrendo, vai influenciar positivamente o ambiente de negócios do país”, afirma De Paula.
O cenário deste início de ano, e que promete continuar para o restante de 2023, envolve questões conjunturais – locais e do exterior – afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Aço Brasil Ele pontua, por exemplo, no país, os juros elevados, o crédito escasso e a inflação. “A reforma tributária será um divisor de águas para o país”,
Representando 11 grupos, donos de 31 usinas produtoras de aço, a entidade revisou as projeções feitas em novembro. A nova estimativa para o ano é de queda de 1% no consumo aparente, descendo a 23,2 milhões de toneladas. A anterior previa crescimento de 1,5%. O juro elevado é visto como um motor de desaquecimento.
“Não temos nenhum indicador para otimismo neste ano de 2023”, diz Lopes. Ele aponta que dois dos três grandes consumidores de aço no país – construção civil e máquinas e equipamentos – mostram recuo nas suas atividades. Junto com automotivo, que deve crescer sobre uma base baixa, os três respondem por 82% do aço consumido no país. O setor imobiliário desacelerou o ritmo de lançamentos de imóveis
Conforme o Aço Brasil, o primeiro trimestre ainda mostrou recuperação em março – principalmente por formação de estoques nos distribuidores – e maior número de dias úteis. Terminou com alta de 2% nas vendas das usinas e de 3,4% no consumo aparente, na mesma base de comparação.
Uma certa compensação do recuo da demanda interna é esperada nas exportações, que registraram 6,1% de retração até março, mas que projeta alta de 7,6% no ano, indo a 12,85 milhões de toneladas. “As empresas, com a retração interna, vão buscar mercados para vendas spot onde houver comprador”, observou De Paula.
A produção de aço bruto indica fechar o ano com alta de 2%, em 34,65 milhões de toneladas.
As importações, um fantasma que ronda a siderurgia no país, deram um salto de 22,2% de janeiro a março, mas a projeção para o ano indica acomodação, ficando em 2,5%, em 3,4 milhões de toneladas – quase o volume de vendas locais de uma siderúrgica como a CSN.
No ano, para as vendas internas das usinas, a projeção do Aço Brasil é de queda de 0,7%, ficando em 20,1 milhões de toneladas.
De Paula disse que a visão do setor, apesar do momento difícil, é de longo prazo. “Continuamos confiantes no potencial do Brasil e fazendo investimentos da ordem de R$ 10 bilhões ao ano, de agora até 2026”. Os aportes envolvem novos projetos, modernização e expansões de usinas existentes.
A capacidade produtiva do setor é de 51 milhões de toneladas de aço bruto por ano, mas o índice de utilização foi de 64% em março. “Há uma concorrência global, com excesso gigantesco de capacidade, principalmente na China, país que responde por 54% de todo aço que entra no Brasil”, afirmou Lopes.
18 de dezembro 2024
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