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Siderurgia busca soluções renováveis para reduzir emissões

Setor é responsável por 8% das emissões globais, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia

Valor Econômico

03/09/2024 07h20 | Atualizada em 04/09/2024 13h33


Diante do cenário que combina as metas do Acordo de Paris e os impactos das mudanças climáticas, a indústria siderúrgica tem buscado formas de reduzir as emissões de poluentes globais. Integram a agenda de descarbonização no Brasil investimentos em hidrogênio verde, o aumento do uso de sucata nos processos produtivos, a diversificação da matriz de energia com o avanço do uso de renováveis e de gás, além de projetos de uso de briquete, um aglomerado de minério de ferro de alta qualidade que reduz em até 10% as emissões de carbono na produção do aço.

Responsável por 8% das emiss&

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Diante do cenário que combina as metas do Acordo de Paris e os impactos das mudanças climáticas, a indústria siderúrgica tem buscado formas de reduzir as emissões de poluentes globais. Integram a agenda de descarbonização no Brasil investimentos em hidrogênio verde, o aumento do uso de sucata nos processos produtivos, a diversificação da matriz de energia com o avanço do uso de renováveis e de gás, além de projetos de uso de briquete, um aglomerado de minério de ferro de alta qualidade que reduz em até 10% as emissões de carbono na produção do aço.

Responsável por 8% das emissões globais, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia, o setor siderúrgico é considerado de difícil abatimento de poluentes globais.

A produção de aço é altamente dependente do carvão, usado principalmente como agente redutor para extrair ferro do minério e fornecer o teor de carbono necessário ao produto.

Cerca de 70% do aço produzido no mundo usa o coque, cuja queima gera gás carbônico.

Em dezembro, a Vale inaugurou a primeira planta de briquete de minério de ferro do mundo, na unidade Tubarão, em Vitória, ES. O produto tem o potencial de reduzir em até 10% as emissões de Gases de Efeito Estufa no alto-forno ou possibilitando, no futuro, a produção de aço de zero emissão, quando o hidrogênio verde estiver disponível.

Os testes com carga na primeira planta tiveram início em agosto de 2023.

Uma segunda planta em Tubarão tem inauguração prevista para este ano. Juntas, terão capacidade de produzir 6 milhões de toneladas por ano — resultado de um investimento de R$ 1,2 bilhão e que gerou 2,3 mil empregos no pico das obras.

Mais de 30 empresas já demonstraram interesse em receber carregamentos de briquete em 2024. Por se tratar de um produto inovador, a produção dos dois primeiros anos será destinada a testes nas instalações destes clientes.

A maioria dos interessados é da Europa e do Oriente Médio, mas houve pedidos de clientes de todo o mundo, inclusive do Brasil, garantindo a demanda por mais de um ano.

O briquete é produzido a partir da aglomeração a baixas temperaturas de minério de ferro de alta qualidade, utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, que confere elevada resistência mecânica ao produto final.

Anunciado pela Vale em 2021, o produto emite menos particulados e gases como dióxido de enxofre (SOX) e o óxido de nitrogênio (NOX), quando comparado aos processos tradicionais de aglomeração, além de dispensar o uso da água em sua fabricação.

A Vale também assinou recente protocolo de intenções com a H2 Green Steel para estudarem em conjunto o desenvolvimento de hubs industriais no Brasil e na América do Norte.

Nestes complexos industriais, a H2 Green Steel pretende fabricar produtos da cadeia siderúrgica de baixo carbono, como hidrogênio verde e briquetes com menor impacto ambiental, tendo como insumos briquetes de minério de ferro produzidos pela Vale e eletricidade de fontes renováveis para suprir a produção de hidrogênio verde.

“O novo marco do hidrogênio é um importante impulsionador deste potencial. Com a aprovação do marco legal, há um ambiente regulatório mais seguro e incentivos fiscais que poderão impulsionar novos investimentos na produção do hidrogênio verde, solução promissora para a transição energética do país. Além disso, esta nova indústria poderá também incentivar outras indústrias, como a de energias renováveis, fertilizantes e siderurgia verde, sendo fundamental para a neoindustrialização do país”, informa a empresa por meio da assessoria de imprensa.

Fundada em 2020, na Suécia, a startup H2 Green Steel tem sua história acompanhada de perto pela indústria. A empresa prevê produzir aço, a partir do próximo ano, utilizando hidrogênio verde em seu processo, o que representaria redução de 95% nas emissões de CO2 em relação aos altos-fornos que queimam carvão. Com financiamento de 6 bilhões, o projeto é considerado o de maior escala no segmento de H2V no mundo.

Com uma matriz baseada em renováveis, como eólicas e solares, o Brasil pode se tornar um polo de produção de hidrogênio verde, cujo marco regulatório foi aprovado recentemente em Brasília.

“Ele pode ser o ponto de partida da neoindustrialização verde no Brasil com a transformação da economia mundial rumo a uma matriz de baixo carbono”, diz a presidente da Associação Brasileira da Indústria Eólica, Elbia Gannoum.

No Brasil, a indústria siderúrgica começa a analisar oportunidades. Um exemplo está na Arcelor Mittal, que anunciou em 2022 a compra da Companhia Siderúrgica do Pecém por US$ 2,2 bilhões.

Além de ampliar sua produção no Brasil, a aquisição teve na energia um de seus pilares, com a intenção de capitalizar investimentos de terceiros para formar um hub de eletricidade limpa e de hidrogênio verde em Pecém (CE).

Projeções destacadas na publicação “Hidrogênio de baixo carbono”, da FGV Energia, apontam que até 2050 a fatia do hidrogênio (H2) na matriz global poderá crescer de 2% para 5% (mais conservadora) ou até 22% (mais otimista), com a ampliação sendo dominada pelo hidrogênio de baixo carbono, popularmente chamado de verde.

O porto de Pecém, que tem o porto de Roterdã (Holanda) como acionista, foi eleito pela União Europeia, em 2022, como o principal hub de importação de H2V pelo bloco. Um dos projetos mais avançados é o da mineradora australiana Fortescue, que pode investir US$ 5 bilhões no projeto do gás.

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