Construção Industrial
DCI
02/03/2017 10h47 | Atualizada em 02/03/2017 15h11
São Paulo - O mercado de aços especiais ainda depende de uma recuperação consistente da economia para avançar no Brasil. Ainda assim, empresas que atuam no segmento já enxergam uma retomada gradual das compras da indústria.
Segundo estimativas de mercado, os aços especiais representam apenas 2% do consumo total da commodity no País, principalmente nos segmentos de implementos rodoviários (carrocerias), máquinas agrícolas e de construção, guindastes, mineração, entre outros.
"Em economias maduras, esse percentual sobe para até 7% do consumo total de aço", afirmou ao DCI o diretor geral para América do Sul da NLMK, Paulo Seabra. Ele estima que, no ano passado, o consumo de aços especiais no País recuou em torno de 40% em re
...São Paulo - O mercado de aços especiais ainda depende de uma recuperação consistente da economia para avançar no Brasil. Ainda assim, empresas que atuam no segmento já enxergam uma retomada gradual das compras da indústria.
Segundo estimativas de mercado, os aços especiais representam apenas 2% do consumo total da commodity no País, principalmente nos segmentos de implementos rodoviários (carrocerias), máquinas agrícolas e de construção, guindastes, mineração, entre outros.
"Em economias maduras, esse percentual sobe para até 7% do consumo total de aço", afirmou ao DCI o diretor geral para América do Sul da NLMK, Paulo Seabra. Ele estima que, no ano passado, o consumo de aços especiais no País recuou em torno de 40% em relação a 2015.
"As vendas de produtos com maior valor agregado caíram diante da crise. Com isso, a demanda por aços especiais também recuou", revela.
Seabra acrescenta ainda que algumas empresas que já haviam adotado esse tipo de insumo voltaram a consumir aço comum. "Fabricantes de implementos rodoviários, por exemplo, que já tinham concluído projetos com 100% de aços especiais, acabaram substituindo o produto", conta o executivo.
De acordo com o sócio-fundador da Açovisa, Andreis de Melo, o mercado caiu drasticamente em 2016. "Nos últimos anos, o fluxo de caixa das empresas ficou cada vez mais apertado."
Porém, assim como a russa NLMK, a Açovisa traçou estratégias para crescer no ano passado em meio à profunda crise no setor siderúrgico. "Fechamos uma parceria estratégica com a Gerdau e aumentamos nossa carteira. Hoje, temos quase 5 mil clientes ativos", revela Melo.
Com isso, a empresa cresceu 4,5% no período e prevê expansão de 5% a 6% para 2017. "Essa projeção se encaixa em um cenário pessimista, com incertezas políticas. Numa visão otimista, podemos crescer entre 12% e 13% neste ano", destaca.
O principal obstáculo que a Açovisa vem enfrentando é a forte retração da indústria brasileira. "Desde 2014, não percebíamos uma melhora da confiança do empresário. Porém, há algum tempo notamos uma reação", pondera Melo.
Ele conta que as consultas dos clientes vêm aumentando gradativamente. "Negócios têm surgido cada vez mais. Estamos mais otimistas para 2017", conta.
O sócio da Açovisa revela que especialmente o segmento de máquinas e equipamentos, em que a empresa atende com aços longos e especiais, deve apresentar uma recuperação mais consistente neste ano, até por conta da base muito fraca.
"O mercado de bens de capital mecânicos deve ser um pouco melhor em 2017. A melhora deve ser gradual em óleo e gás e, em energia, a demanda deve ser maior por longos", descreve.
Já a NLMK acredita que deverá ter um desempenho semelhante ao registrado em 2016, quando a empresa obteve crescimento de 30% no Brasil. "Para este ano, projetamos expansão de 25%. Apesar da crise, o mercado precisa andar", avalia Seabra.
A principal estratégia da companhia foi investir em estoques para garantir pronta-entrega. "Fizemos um aporte inicial de aproximadamente R$ 10 milhões para assegurar que o cliente receba nossos produtos em até 48 horas", revela o executivo.
Ele acredita que o movimento da indústria de reduzir os estoques, devido ao alto custo de manutenção, deve trazer competitividade à NLMK. "As siderúrgicas vão pedir um prazo mínimo para produzir o pedido e entregar. Ainda que por um preço um pouco mais alto, nós vamos entregar mais rapidamente", diz.
Tanto a Açovisa quanto a NLMK reportam problemas de aumento de custos, principalmente por conta da inflação e, no caso da subsidiária russa, o câmbio também foi uma variável que impactou fortemente as operações da companhia. "Registramos um aumento de 50% dos custos com dólar, mas felizmente tínhamos volumes de estoques no País", pontua Seabra. "Além disso, tivemos que implementar aumento de preços", complementa.
Melo informa que a Açovisa possui três distribuidoras no Brasil e a expectativa é inaugurar mais quatro unidades neste ano. "Estamos apostando em um pouco mais de estabilidade na economia, o que deve beneficiar o negócio em que atuamos."
Seabra alerta, porém, para as incertezas políticas. "As ações que o governo federal têm tomado parecem estar no caminho certo, mas a instabilidade política pode ser um risco para a recuperação do País", analisa.
Aço comum
O mercado de aços planos comuns tem demorado a mostrar sinais de recuperação. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (21) pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), as vendas da rede em janeiro recuaram 1% na comparação anual, para 239 mil toneladas. O desempenho, segundo a entidade, se deve em parte ao aumento de preços praticado pelas usinas, o que impactou a distribuição.
Os estoques da rede em janeiro sofreram alta de 1,2% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 911,6 mil toneladas, equivalentes a um giro de 3,8 meses, informa o Inda.
Aços planos são amplamente usados na produção de máquinas, equipamentos, linha branca e autopeças, por exemplo, segmentos que enfrentaram forte recessão desde 2015.
Ainda em janeiro, as importações de aços planos apresentaram aumento considerável devido à apreciação do real. De acordo com a entidade, no período o volume importado mais do que triplicou no País, atingindo 124,8 mil toneladas.
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