O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) lançaram na semana passada o Plano Nacional de Capacitação para a Construção Civil 2025, que qualificará trabalhadores do setor diretamente nos canteiros de obras.

O objetivo é atender à demanda imediata por mão de obra especializada e aumentar a produtividade no setor.

A parceria foi formalizada durante o 100º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), em São Paulo.

A construção civil precisa de mais de 4,4 milhões de vagas até 2027, segundo o Mapa do Trabalho Industrial do SENAI, consolidado como o segundo setor com maior projeção de emprego no Brasil, atrás apenas de Logística e Transporte.

Além disso, o salário médio de admissão na construção civil é o segundo maior dentre os segmentos de atividades: R$2.362,32, conforme os dados do Novo Caged de fevereiro de 2025. Cerca de R$ 800 a mais que o salário-mínimo (R$ 1.518 em 2025).

Segundo a CBIC, considerando o cenário atual, o setor poderá crescer cerca de 2,3 pontos percentuais este ano, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2 pontos percentuais.

“Estamos diante de muitas oportunidades e vamos transformar canteiros de obras em salas de aula, para oferecer qualificação gratuita e prática para quem mais precisa, enquanto contribuímos para a solução de um dos maiores desafios da indústria: a escassez de trabalhadores qualificados”, explica o diretor geral do SENAI, Gustavo Leal.

Para os empresários do setor, a falta ou alto custo de trabalhador qualificado ficou em segundo lugar no ranking de principais problemas, segundo a Sondagem Indústria da Construção, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com a CBIC.

Programa – O plano oferecerá formação gratuita para trabalhadores de baixa renda, com aulas ministradas no próprio canteiro de obras.

A abordagem reduz deslocamentos, otimiza o tempo produtivo e permite flexibilidade para adaptar o cronograma às necessidades de cada obra.

Alguns dos cursos oferecidos são: pedreiro de alvenaria; carpinteiro de obras; pedreiro de acabamento e execução de revestimento; e, armador de ferragem.

Com uma metodologia que combina videoaulas, livros digitais e atividades práticas supervisionadas, o programa “Aprendendo a Construir” garante um aprendizado eficiente.

Ao concluir a formação, os participantes receberão um certificado profissional com base na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

As empresas cederão o espaço para aulas práticas e teóricas e os alunos que passarão pelas formações profissionais serão empregados nas próprias empresas. Os cursos duram em média três meses, com 2 horas por dia.

O programa conta com uma ação para mulheres. O eixo Elas Constroem vai mapear demandas de vagas, oferecer a qualificação em profissões da construção civil e articular parcerias com empresas do setor para impulsionar a inserção das profissionais formadas no mercado de trabalho.