Redação
08/08/2022 16h57 | Atualizada em 10/11/2022 15h15

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), iniciou o maior programa de recapeamento da história da cidade de São Paulo.
O Programa de Recapeamento das vias da cidade conta com um investimento de R$ 2,5 bilhões até o final de 2024, visando beneficiar todas as regiões da cidade. Segundo o prefeito Ricardo Nunes, o
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A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), iniciou o maior programa de recapeamento da história da cidade de São Paulo.
O Programa de Recapeamento das vias da cidade conta com um investimento de R$ 2,5 bilhões até o final de 2024, visando beneficiar todas as regiões da cidade. Segundo o prefeito Ricardo Nunes, o programa deve recapear 20 milhões de m².
Na primeira fase, iniciada no dia 20 de junho, o programa recuperará 5,8 milhões de metros quadrados de vias, começando por 11 vias, simultaneamente, de todas as regiões da capital. “Temos muito a ser realizado já nessa primeira etapa do serviço, em que estamos investindo cerca de R$ 1 bilhão", afirma o prefeito.
De acordo com o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, os serviços de recuperação asfáltica começam a partir das 22h00 e percorrem a madrugada em todas as regiões de São Paulo. “Mas podem acontecer intercorrências, como interdições de faixas durante o dia”, explica.
A primeira fase, que inclui o recapeamento e a reconstrução do sistema de drenagem e sarjeta das vias, deve ser concluída em até 120 dias, enquanto as demais ruas e avenidas – que compõem o total dos 5,8 milhões de metros quadrados que serão recuperadas – devem ser concluídas até 2024, segundo o Plano de Metas da Gestão.
Os trabalhos realizados nos locais analisados levam em consideração, em especial, critérios como o volume diário de trânsito, a demanda de transporte coletivo sobre pneus, as condições do pavimento existente e o histórico de operações de conservação de pavimentos do sistema viário.
“Após a análise, as vias são integradas ao Programa de Conservação e Manutenção da Malha Viária, recebendo o recapeamento completo da pista, além de ser refeita toda sinalização e o sistema de drenagem e sarjeta”, afirma o subsecretário.
O mapeamento da malha viária, identificando e classificando as vidas da capital paulista, foi realizada por meio do Sistema Gaia, explica Modonezi, desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e que substitui o modelo utilizado anteriormente para inspeção das condições do asfalto.

Primeira fase do programa, que inclui recapeamento e reconstrução do sistema de drenagem e sarjetas, deve ser concluída em até 120 dias
“Se antes esse serviço era feito por um funcionário munido de caneta e prancheta para anotações, a partir de 2019 passou a ser realizado em tempo real, através de dispositivos acoplados em 108 carros de aplicativos e táxis parceiros que são capazes de verificar as condições do asfalto e localizar possíveis irregularidades”, comenta o gestor.
Tecnologias – Os sensores são colocados no eixo dos veículos e uma câmera instalada no retrovisor comunica as possíveis deformações para uma “caixa preta”, que fica localizada embaixo do banco do motorista. Dessa forma, a deformação do pavimento é imediatamente registrada numa central dentro da Secretaria das Subprefeituras da Capital.
Segundo o prefeito, o levantamento gera dados que possibilitam o recapeamento segundo a necessidade de cada via e uma maior otimização dos recursos públicos. Por exemplo, se o Sistema Gaia mostrar que as condições do asfalto são ruins ou péssimas, outros dois equipamentos serão aplicados para medir a ondulação e definir se o problema detectado é estrutural ou superficial.
Para o monitoramento da condição da camada superficial das vias, é utilizado o PavScan (Pavement Scanner), que realiza o escaneamento da superfície do pavimento, gerando imagens em 3D da camada superficial do revestimento asfáltico e permitindo a avaliação das imperfeições e desgastes.
O sistema foi desenvolvido por meio de tecnologias que associam imagens do pavimento, obtidas com câmeras de alta resolução, e informações adquiridas por feixes de laser. Dessa forma, a composição de imagens em 3D torna possível a detecção e classificação de patologias que ocorrem na superfície dos pavimentos.
Para a avaliação das condições estruturais é aplicado o equipamento FWD (Falling Weight Deflectometer), usado comumente em pistas de aeroportos e que permite a identificação das chamadas “bacias de deflexão” no pavimento. “Quando são constatadas, há necessidade de reparo profundo”, afirma Modonezi.

Modonezi: projeto se destaca pelas tecnologias utilizadas
O FWD, ele explica, é composto de um trailer com duplo eixo de rodagem simples, o que favorece a distribuição e estabilização da carga total do FWD sobre o revestimento. A solução tem como princípio um conjunto de pesos que é solto em queda livre sobre uma plataforma com amortecedores de borracha, enquanto a carga de impacto é transferida para o pavimento por meio de uma placa de carregamento.
De acordo com as normas brasileiras, o padrão de carga utilizado para rodovias é de 41 KN, podendo ser alterado a critério do cliente, enquanto a faixa de carga do FWD é de 7 a 150 KN, ou seja, pista simples, tráfego leve a pesado e, ainda, pista de aeródromos e de aeroportos internacionais, onde pousam desde Boeing 747 a Airbus A380. “Quando submetido a um pulso de carga, o pavimento deforma e uma bacia de deflexão é delineada e estudada”, afirma o secretário.
As deformações são registradas pelos 14 geofones, que consistem em instrumentos eletrônicos utilizados para captar ruídos subterrâneos, posicionados em distâncias regulares e padronizados por norma. Os registros são armazenados de forma instantânea no HD do equipamento. “Essas deformações recuperáveis são conhecidas por deflexões, que são analisadas para melhorar o serviço nos locais”, diz ele.
Segundo o prefeito, com a aplicação dessas tecnologias é possível realizar o trabalho de forma efetiva, diminuindo o gasto público e determinando com maior precisão as soluções necessárias para o pavimento das vias, tanto de forma qualitativa quanto quantitativamente.
“A prefeitura está utilizando essas tecnologias de ponta trazidas da Alemanha, como os sistemas Pavscan e FWD, que analisam desgastes profundos para melhor qualidade de serviços nas vias da cidade”, reforça.
Sustentabilidade – Além das tecnologias utilizadas para facilitar o mapeamento e execução do recapeamento, o projeto também teve como objetivo o cuidado com o reaproveitamento do material. Para isso, a Prefeitura de São Paulo, juntamente com as concessionárias, elaborou um programa de qualificação da recomposição de pavimentos.
Resultado da fresagem de pavimentos, o RAP (Reclaimed Asphalt Pavement) é reciclado para ser reutilizado nas vias em serviços de conservação e manutenção da malha viária, em especial na execução dos serviços de reforço estrutural, visto que os materiais reciclados (resíduos de asfalto, guias, sarjetas e concretos e outros) substituem a utilização de BGTC (Brita Graduada Tratada com Concreto).
“Além de diminuir a demanda da retirada deste material (brita) do meio ambiente, isso gera economia de recursos para o município”, afirma a Secretaria Municipal das Subprefeituras de São Paulo.
Além disso, os materiais reciclados são transformados em um produto considerado de melhor qualidade que o original, denominados como Resíduo de Construção Civil Espumado (RCC Espumado) e Base de Material Fresado com Espuma de Asfalto (RAP Espumado).
Segundo a SMSUB, a reciclagem do RAP está prevista nos contratos que resultarão da licitação de Serviços de Conservação e Manutenção da Malha Viária em curso, sendo que, em razão do grande volume produzido, especialmente de RAP, o edital de licitação inclui a obrigatoriedade de que as contratadas reciclem pelo menos 50% do material resultante da fresagem do pavimento de vias e de resíduos da construção civil (RCC), podendo chegar à totalidade.
Desde outubro do ano passado, esses materiais reciclados são utilizados nos serviços realizados na malha viária da cidade, tendo à frente os setores de obras da Secretaria Municipal e das 32 subprefeituras. Todo o processo é certificado com o Selo Verde pelo Instituto Chico Mendes, comprovando que não gera contaminação ambiental, uma vez que todo o processo ocorre em câmara fechada e fria.
Confira no vídeo abaixo os princípios operacionais da tecnologia FWD (Falling Weight Deflectometer).
26 de novembro 2025
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