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Saint-Gobain expande produção no Brasil

Empresa terá nova linha para placa de gesso e tem projeto para vidro, se importação ajudar

Valor Econômico

04/12/2024 08h05 | Atualizada em 04/12/2024 13h50


A fabricante de materiais de construção Saint-Gobain inaugurou em março uma nova linha de produção de placas de gesso, em Mogi das Cruzes (SP), e nesta semana o presidente da companhia para a América Latina, Javier Gimeno, deve anunciar mais uma expansão.

A percepção da multinacional francesa é que a demanda está crescendo no país - as placas são usadas em métodos construtivos mais industrializados, como as paredes de “drywall”, e a linha recém-inaugurada já está “saturada”, nas palavras de Gimeno.

Com o investimento a ser anunciado, a capacidade de produção de pl

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A fabricante de materiais de construção Saint-Gobain inaugurou em março uma nova linha de produção de placas de gesso, em Mogi das Cruzes (SP), e nesta semana o presidente da companhia para a América Latina, Javier Gimeno, deve anunciar mais uma expansão.

A percepção da multinacional francesa é que a demanda está crescendo no país - as placas são usadas em métodos construtivos mais industrializados, como as paredes de “drywall”, e a linha recém-inaugurada já está “saturada”, nas palavras de Gimeno.

Com o investimento a ser anunciado, a capacidade de produção de placas de gesso da Saint-Gobain deve crescer 75% no país, para 140 milhões de metros quadrados ao ano.

A linha será construída em Feira de Santana (BA), onde a empresa já tem produção, e deve ficar pronta no segundo semestre de 2026.

Gimeno não divulga o valor a ser investido, mas diz que serão “dezenas de milhões de euros”.

O consumo tem crescido com o apelo de obras mais rápidas e com menos desperdício de material proporcionado pelos métodos industrializados, embora o executivo ressalte que o consumo per capita de gesso, no Brasil, ainda é de 0,7 metro quadrado por ano, ante 4 no Chile e 10 nos Estados Unidos.

O Brasil também ainda tem muito o que avançar no consumo de vidro plano por habitante, destaca Gimeno, que é “cinco ou seis” vezes maior na França.

Segundo ele, a Saint-Gobain tem metade do “market share” na produção do material por aqui, e tem projeto para uma nova planta, a sexta em solo nacional.

Esse investimento, no entanto, está condicionado a uma maior proteção contra a importação de vidro vindo da Ásia.

O material importado saltou de 0,7% do total consumido no país, em 2022, para 12% em 2023, e deve terminar o ano com 15% de participação, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro de Vidro (Abividro).

Para Gimeno, o que ocorre é um processo “completamente injusto”, no qual companhias chinesas estão mandando ao país seu excesso de capacidade produtiva, enquanto os mercados asiáticos não voltam a ter mais demanda. “Eu não vou investir para ficar exposto às importações de pessoas que não têm interesse no Brasil”, diz.

É a mesma reclamação de outras indústrias, como a siderúrgica, que demandam mais tarifas.

A elevação de tarifas para importação nos Estados Unidos, promessa eleitoral de Donald Trump, pode piorar o cenário por aqui, se realmente acontecer, já que mais produtos chineses podem ser direcionados ao Brasil.

Lucien Belmonte, presidente-executivo da Abividro, explica que já há uma ação antidumping sobre vidros planos importados da China e que a associação está pedindo antidumping também para importações da Malásia, para onde fabricantes chineses têm deslocado sua produção.

O setor também entrou na lista de aumento temporário de alíquota para importação de todas as origens, de 9% para 25%, que está em consulta no Mercosul.

A expectativa da entidade é que essas medidas, aliadas ao aumento do dólar, desincentivem a importação, mas Belmonte ressalta que produtores chineses poderiam passar por cima da questão cambial para seguir ganhando mercado.

A produção de placas de gesso e de outros itens da Saint-Gobain, como argamassas e químicos para construção, não é afetada por importações porque “viajam mal”, pois o frete teria uma participação muito grande sobre o preço final, explica o executivo. Segundo ele, não é coincidência, mas uma estratégia da multinacional.

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