Na segunda-feira, 23, o grupo Inepar, controlador da empresa IESA Óleo e Gás, confirmou que assinará, nos próximos dias, um contrato para o fornecimento de 24 módulos para seis plataformas da Petrobras. Os equipamentos serão construídos em Charqueadas, no Rio Grande do Sul. O valor do acordo é de US$ 720,4 milhões, podendo chegar a US$ 911,3 milhões.

Este contrato faz parte de um total de dez, que a Estatal deverá assinar, para a construção de módulos para plataforma de exploração do pré-sal. Ao todo, serão investidos US$ 4,5 bilhões pela petrolífera (leia aqui a matéria completa).

O acordo entre Petrobras e IESA deverá criar 1,5 mil empregos. A empresa, responsável pela fabricação dos módulos, investirá R$ 100 milhões em uma área de 350 mil metros quadrados de terreno e 19 mil de área construída para a montagem dos equipamentos, que serão utilizados na compressão de gás, injeção de gás natural e CO2.

Para Mauro Knijnik, secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), estes investimentos representam o nascimento do Polo de Jacuí. "É a vitória de uma estratégia do Governo do Estado de descentralizar os investimentos da Indústria Oceânica".

Segundo Knijnik, até o momento, cinco empresas estão com projetos para erguer suas plantas em Charqueadas. Além da IESA, que já assinou a Licença de Instalação (LI) com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), empreendimentos como a Engecampo, UTC (investimento de R$ 118 milhões), Tomé Engenharia e Metasa estão em processo de licenciamento.

Porém, os investimentos não devem ficar restritos à cidade de Charqueadas. Outros municípios ao longo da bacia do Rio Jacui, banhadas pelo Rio Taquari, também serão beneficiados com o desenvolvimento da Indústria Oceânica. "Com a estratégia de deslocamento da Indústria Oceânica, vamos utilizar de maneira inteligente e planejada o potencial hídrico do Estado, promovendo a descentralização do desenvolvimento econômico e permitindo a ampliação da cadeia de fornecimento da indústria off-shore e de exploração de petróleo e gás no Rio Grande do Sul", declarou o secretário.

Aloísio Félix da Nóbrega, vice-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, explica que, no Polo do Jacuí, serão construídos os módulos que compõem a planta de processo para a plataforma de produção. "Em Rio Grande, onde há calados de 14 a 17 metros, focamos investimentos para a construção de cascos para estaleiros. No Polo do Jacuí, que tem calados de 5 metros, o foco são empresas que produzem módulos, além dos fornecedores".

Nóbrega

Que também é coordenador executivo do setor Indústria Oceânica e Polo Naval da Política Industrial - ainda ressaltou que a proximidade do Polo do Jacuí com a região Metropolitana é muito vantajosa. "Não apenas em termos de logística, mas principalmente em relação à quantidade e qualidade de mão-de-obra, que são os maiores desafios para a Indústria Oceânica".

O vice-presidente relembrou que o RS é o segundo polo da indústria oceânica do Brasil, atrás somente do Rio de Janeiro. "Nenhum outro Estado brasileiro tem uma indústria tão diversificada quanto a gaúcha, desde materiais leves a pesados a parafuso e casco, o que é fundamental para a sustentação e fortalecimento de toda a cadeia do setor".