Construção Imobiliária
Valor
30/03/2010 13h24
Com uma exposição cada vez maior ao segmento econômico - 48% das vendas em 2009 foram abaixo de R$ 200 mil e a meta é atingir 60% em 2011- a Rossi Residencial mergulhou na verticalização para ganhar escala e reduzir custos. Já abriu três fábricas de pré-moldados e planeja abrir mais três ou quatro plantas até o final do ano. Além das paredes das casas, as fábricas da Rossi também produzem componentes, como escadas, janelas de ferro e até uma parte do concreto usado - aproveitando a experiência anterior, já que a Rossi foi dona da Engemix antes de vendê-la para a Votorantim Cimentos.
As fábricas ficam em Canoas (RS), Porto Alegre (RS) e Campinas (RS). Cada unidade irá produzir de duas a três mil unidades por ano - cerca de dez cas
...Com uma exposição cada vez maior ao segmento econômico - 48% das vendas em 2009 foram abaixo de R$ 200 mil e a meta é atingir 60% em 2011- a Rossi Residencial mergulhou na verticalização para ganhar escala e reduzir custos. Já abriu três fábricas de pré-moldados e planeja abrir mais três ou quatro plantas até o final do ano. Além das paredes das casas, as fábricas da Rossi também produzem componentes, como escadas, janelas de ferro e até uma parte do concreto usado - aproveitando a experiência anterior, já que a Rossi foi dona da Engemix antes de vendê-la para a Votorantim Cimentos.
As fábricas ficam em Canoas (RS), Porto Alegre (RS) e Campinas (RS). Cada unidade irá produzir de duas a três mil unidades por ano - cerca de dez casas por dia. A Rossi faz as paredes de concreto de casas e até de prédios de quatro andares (com 20 apartamentos cada), que já saem prontas com toda a estrutura hidráulica e elétrica instaladas, apenas para serem montadas no canteiro. As paredes são transportadas no raio de até 20 km. Por isso, os locais escolhidos são sempre próximos a vários terrenos da companhia. Além dessa distância, o custo fica inviável, segundo Cassio Audi, diretor financeiro e de relações com investidores da Rossi.
As fábricas são montadas em terrenos da própria Rossi - geralmente o último de um grupo de terrenos da mesma região - e devem ter uma vida útil de cerca e três a quatro anos com a produção de, no mínimo, 10 mil unidades cada. "Depois disso, serão montadas em outras regiões", diz Audi, que não revela os investimentos em cada fábrica. Antes de optar por montar essas plantas, a Rossi fazia a produção das paredes dentro dos próprios canteiros, mas apenas em empreendimentos com mais de 700 unidades. Esse novo modelo, segundo o executivo, pode abastecer projetos menores.
Uma das vantagens do método, segundo Audi, é a diminuição da quantidade da mão de obra - considerada um dos principais gargalos da construção civil - e até da qualificação. Cada fábrica emprega 80 pessoas. "Para fazer de duas a três mil unidades pelo método convencional, de alvenaria, são necessárias no mínimo 500 pessoas", informa. Empresas como a Rodobens e a mexicana Homex, agora no Brasil, também usam paredes de concreto pré-moldadas. A mineira MRV, a maior construtora especializada em baixa renda, é contra esse modelo construtivo por não enxergar redução importante de custos
Com margem líquida abaixo da média do mercado de companhias abertas no fim de 2008, de 5,1%, a Rossi começou, no ano passado, um trabalho para tentar melhorar seus resultados e ficar mais próxima das principais concorrentes. "A iniciativa das fábricas já reflete no nosso balanço", afirma Audi. Para reduzir custos, além da criação das unidades fabris, a empresa baixou as despesas comerciais em 20% sobre o ano anterior e as despesas administrativas em 7%. Com isso, a Rossi conseguiu aumentar a margem líquida em 11 pontos percentuais, para 16,1%, ainda abaixo de Cyrela, MRV e PDG, mas já dentro da média de mercado.
Com ambição de se consolidar no grupo das grandes do setor, paralelamente a Rossi procurou profissionalizar a companhia. Isso foi uma resposta à demanda do mercado. Fez uma oferta bem sucedida e captou perto de R$ 1 bilhão - dinheiro usado para financiar um plano ousado de crescimento nos próximos dois anos - de 50% em 2010 e mais 36% em 2011. Ainda assim, a empresa não alcançou as cinco maiores em vendas, apesar da melhora das margens e de o resultado ter ficado dentro do que era previsto pela própria Rossi. A companhia vendeu R$ 1,8 bilhão no ano passado (meta de R$ 1,6 bilhão), abaixo de Brookfield, PDG, MRV, Gafisa e Cyrela - todas com vendas acima de R$ 2 bilhões.
Em 2009, seu lucro líquido somou R$ 218 milhões, uma alta de 84% sobre o exercício anterior. No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 77 milhões, pouco acima da estimativa da Brascan Corretora, que projetava R$ 72 milhões. A velocidade de vendas passou de 15% no último trimestre do ano passado para 23% ao fim de 2009.
O grande salto aconteceu do primeiro para o segundo semestre do ano passado, quando a Rossi saiu de R$ 687 milhões em vendas para R$ 1,1 bilhão (incluindo os parceiros). Os lançamentos saíram de R$ 520 milhões para R$ 1,6 bilhão no segundo semestre.
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