Assessoria de Imprensa
17/05/2023 08h30 | Atualizada em 17/05/2023 14h01
*Diogo Taranto
A oferta mundial de água potável, a acidez, o aquecimento dos oceanos e o nível de poluição de mares, rios e mananciais estão nos holofotes de pesquisadores e entidades ambientalistas. Porém, faltam metas claras sobre a necessária ampliação de ações que promovam o reúso em regiões com escassez hídrica.
Há países onde projetos sérios mostram um rumo promissor, mas aqui temos algumas avaliações, mas sem metas evidentes. Em 2018, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), estimava-se uma capacidade instalada de reut
...*Diogo Taranto
A oferta mundial de água potável, a acidez, o aquecimento dos oceanos e o nível de poluição de mares, rios e mananciais estão nos holofotes de pesquisadores e entidades ambientalistas. Porém, faltam metas claras sobre a necessária ampliação de ações que promovam o reúso em regiões com escassez hídrica.
Há países onde projetos sérios mostram um rumo promissor, mas aqui temos algumas avaliações, mas sem metas evidentes. Em 2018, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), estimava-se uma capacidade instalada de reutilização do volume advindo do efluente sanitário de aproximadamente 2 m³/s (equivalente ao abastecimento de 800 mil habitantes).
Mas, não há campanhas que alertem a população e a iniciativa privada sobre a essencialidade da prática.
A infraestrutura e a economia de nossas cidades estão sendo castigadas por crises hídricas. A tendência é que o quadro se agrave. O desenvolvimento correto e eficiente da reutilização de efluentes sanitários tratados é uma das ações potenciais, bem como a conservação da água e redução de perdas, juntamente com novas tecnologias, como a dessalinização.
O reúso deveria ser parte de nossa cultura, mas os investimentos estão muito aquém de viabilizar a meta de universalização do saneamento básico no Brasil até 2030. O grande desafio, portanto, é avançar com a reutilização na indústria, comércio e condomínios.
Com o Novo Marco Legal do Saneamento, há um avanço, com os investimentos estimados em torno de R$ 700 bilhões na próxima década. Embora se refira aos serviços de tratamento de água e efluentes no setor público, ele também impulsiona os investimentos privados.
Aqui, temos meta definida: que até 2033, 99% da população terá acesso a água potável e 90% a tratamento e coleta de esgoto. Ter no radar esses percentuais já é uma conquista. Agora, teremos, como sociedade, a missão de cobrar o avanço desses investimentos.
É preciso encarar com seriedade o assunto, principalmente quando se trata do descarte de efluentes que, infelizmente, ainda é feito em grande escala de maneira irregular.
O cenário de emissões de efluentes no país é turvo. Não temos um atlas completo, no âmbito privado, sobre a questão. Também não há um estudo claro que demonstre as regiões mais críticas. Em quase todos os países há metas para reduzir o desmatamento ilegal e a emissão de dióxido de carbono. A sociedade pressiona pela urgência na transformação da matriz energética global. Nessa agenda, a questão da água é muito significativa.
A gestão correta dos recursos hídricos precisa dividir o holofote com outros problemas, como a emissão de CO2 e o desmatamento.
O reúso e o correto descarte de efluentes precisam ser uma bandeira global e fazer parte da agenda de todas as nações. Afinal, se estamos em uma luta pela vida na Terra, preservar a água é a essência desse imenso desafio.
*Diogo Taranto, diretor de desenvolvimento de negócios no Grupo Opersan, referência em soluções ambientais para o tratamento de águas e efluentes no Brasil
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