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Primeiro leilão de energia eólica movimenta R$ 19,6 bi

DCI

15/12/2009 17h45


SÃO PAULO - O primeiro leilão de energia de reserva proveniente exclusivamente de usinas eólicas, realizado ontem pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), movimentou R$ 19,6 bilhões com a contratação de 1.805,7 MW de potência, a um preço médio de venda de R$ 148,39/MWh. O deságio foi de 21,49% sobre o preço-teto estipulado, de R$ 189,00.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Antônio Carlos Fraga Machado, o leilão foi muito bem sucedido e torna a energia eólica tão competitiva quanto a proveniente de térmicas e de biomassa. "O leilão vendeu até um pouco mais do que o Ministério de Minas e Energia queria", declarou Machado ao DCI. "A CCEE assinará os contratos pelo consumidor e poderá negociar

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SÃO PAULO - O primeiro leilão de energia de reserva proveniente exclusivamente de usinas eólicas, realizado ontem pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), movimentou R$ 19,6 bilhões com a contratação de 1.805,7 MW de potência, a um preço médio de venda de R$ 148,39/MWh. O deságio foi de 21,49% sobre o preço-teto estipulado, de R$ 189,00.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Antônio Carlos Fraga Machado, o leilão foi muito bem sucedido e torna a energia eólica tão competitiva quanto a proveniente de térmicas e de biomassa. "O leilão vendeu até um pouco mais do que o Ministério de Minas e Energia queria", declarou Machado ao DCI. "A CCEE assinará os contratos pelo consumidor e poderá negociar ao preço do mercado spot."

Com o leilão, será viabilizada a construção de um total de 71 empreendimentos de geração eólica em cinco estados das Regiões Nordeste e Sul. O Rio Grande do Norte foi o estado com maior volume negociado, totalizando 657 MW. Em segundo lugar, ficou o Ceará com 542 MW, seguido pela Bahia, com 390 MW. Rio Grande do Sul, com 186 MW, e Sergipe, com 30 MW, finalizam a lista. Os empreendimentos que venderam no leilão assinarão contratos de compra e venda de energia com 20 anos de duração, válidos a partir de 2012.

Em entrevista coletiva, Machado destacou que o leilão representa a evolução de um ciclo, iniciado em 2004 com o novo modelo energético. "A energia eólica é mais uma alternativa que o modelo oferece. Neste leilão, a eólica chega para abrir caminho na matriz brasileira", destacou Machado. O pregão ampliou em 400% a potência instalada proveniente desta fonte na matriz brasileira atual, que é de 602,28 MW. "Foi comercializado três vezes a potência hoje instalada. Isto mostra que a energia eólica tem enorme potencial para se inserir com força na matriz nacional", observa Machado.

Em nota, a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) declarou que o certame "foi um sucesso e o volume comercializado ficou dentro das estimativas da entidade, que estimava algo entre 500 e 2.000 MW médios". No entanto, o resultado do leilão, ainda segundo a nota, poderia ter sido melhor "se não fosse a influência da decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que não prorrogou automaticamente por mais um ano a isenção do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e estendeu o benefício apenas até o dia 31 de janeiro de 2010". "Essa decisão pode ter tido algum reflexo no leilão, pois muitos empreendedores com bons projetos dispostos a vender energia acabaram não participando da concorrência", afirmou o diretor executivo da Abeeólica, Pedro Perrelli, na nota.

Em relação ao preço final negociado, a nota da Abeeólica afirma que o "deságio surpreendeu e demonstra que havia projetos concretos com valores de capacidade significativos, bem como de localização privilegiada no que diz respeito a curtas distâncias para a interligação junto às linhas de transmissão".

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, que participa em Copenhague da Conferência sobre Mudanças Climáticas, comemorou o resultado. "Este leilão mostra que a diferença de preço entre as fontes eólica e térmica vem se aproximando e hoje é pequena, e, além disso, que a energia gerada através dos ventos é uma alternativa interessante, do ponto de vista econômico e ambiental, como complementação à geração hidrelétrica", afirmou ele em nota divulgada pela EPE.

Ainda de acordo com Tolmasquim, a contratação de empreendimentos eólicos, associada à decisão de cancelar o leilão de termoelétricas que ocorreria no próximo dia 21, mostra o empenho do governo em manter o alto percentual de fontes renováveis na matriz energética brasileira.

Belo Monte
Um dos motivos que levaram o governo federal a realizar leilões de energia eólica foi a dificuldade para superar os problemas ambientais envolvendo a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, afirmou ontem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Estamos realizando o leilão de energia eólica, que é mais cara que a hídrica, porém mais barata que a térmica. Como estamos tendo dificuldades [para o licenciamento ambiental] para a Usina de Belo Monte, temos de garantir outras formas de energia", disse.

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