Mineração
O Estado de S.Paulo
08/02/2010 15h51
RIO - Quando o primeiro equipamento submarino para o projeto piloto de Tupi deixar a fábrica da Aker Solutions em Curitiba, em junho, a sensação de dever cumprido não se limitará à capital paranaense. Em Piracicaba, a 570 quilômetros de distância, os funcionários da NG Metalurgia também poderão comemorar a entrega da primeira estrutura metálica para um equipamento destinado ao pré-sal. Situação semelhante viverão os empregados da Flanel, sediada em Osasco, na grande São Paulo, que também foi subcontratada para o projeto.
A fabricação do equipamento, chamado árvore de Natal molhada, mobilizou em torno de 10 empresas espalhadas pelo País, um reflexo da diversidade de negócios provocados pelo crescimento da produção nacional de
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RIO - Quando o primeiro equipamento submarino para o projeto piloto de Tupi deixar a fábrica da Aker Solutions em Curitiba, em junho, a sensação de dever cumprido não se limitará à capital paranaense. Em Piracicaba, a 570 quilômetros de distância, os funcionários da NG Metalurgia também poderão comemorar a entrega da primeira estrutura metálica para um equipamento destinado ao pré-sal. Situação semelhante viverão os empregados da Flanel, sediada em Osasco, na grande São Paulo, que também foi subcontratada para o projeto.
A fabricação do equipamento, chamado árvore de Natal molhada, mobilizou em torno de 10 empresas espalhadas pelo País, um reflexo da diversidade de negócios provocados pelo crescimento da produção nacional de petróleo. Com as perspectivas criadas pelo pré-sal, esse movimento tende a se intensificar, atraindo o interesse de fabricantes de equipamentos de todo o mundo. Com a exigência de conteúdo nacional, já começou a corrida pela ampliação ou instalação de novas empresas no País.
O otimismo dá o tom das conversas com executivos do setor. ''A indústria do petróleo é a única que mantém o ritmo de investimentos'', diz o gerente de vendas da NG Metalurgia, Rogério Fanini. A companhia investiu R$ 30 milhões nos últimos anos em ampliação da capacidade e espera um crescimento anual entre 10% e 15% nas vendas ao setor, que hoje representa um terço dos R$ 400 milhões que fatura por ano.
''Vamos dobrar as vendas para o setor'', aposta o presidente da Flanel, Carlos Seiscentos, confiante no projeto de desenvolvimento de uma nova tecnologia de produção de aço, que consumiu R$ 10 milhões em investimentos e já está sendo avaliada pela Petrobrás. Fornecedora de tubos e outros produtos forjados para o setor, e empresa vê no aço especial uma lacuna a ser preenchida, principalmente depois que o rompimento de um parafuso levou a estatal a suspender o teste de produção de Tupi, no ano passado. Com o novo aço, mais resistente a altas pressões, a Flanel espera ganhar o mercado de parafusos para sistemas submarinos.
Segundo estimativas do mercado, há hoje aproximadamente quatro mil empresas listadas no cadastro de fornecedores da Petrobrás. Apenas no cadastro da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), que visa a abrir o caminho para as petroleiras privadas, são cerca de 1,8 mil.
''A Onip tem sido procurada de forma ostensiva por empresas de diversos países com interesse em se instalar no Brasil ou em parcerias com empresas nacionais'', diz o superintendente da entidade, Alfredo Renault, citando comitivas da Coreia, Espanha, França e Noruega, por exemplo. ''Eles não vêm atrás apenas de mercado para exportar seus produtos, mas querem saber como garantir presença no País.''
Entre as novas empresas, há companhias dos mais variados portes. A gigante coreana Hyundai, por exemplo, assinou acordo esta semana para adquirir 10% do estaleiro projetado pela OSX, do grupo de Eike Batista. Já a holandesa Huisman, que fabrica guindastes para plataformas e torres de perfuração, já se instalou no País em busca de um local para construir sua primeira fábrica no hemisfério Sul. ''O fator chave é estar próximo a um mercado de elevado potencial'', diz Thiago Braga, que representa a empresa no Brasil.
Com um orçamento de US$ 174 bilhões em investimentos, a Petrobrás também vem atuando diretamente como catalisadora desse movimento. No ano passado, pediu à italiana Prysmian que abrisse no País uma fábrica de tubos flexíveis. A empresa, que já fabrica cabos submarinos, não hesitou e lançou no fim do ano a pedra fundamental do projeto, orçado em R$ 250 milhões. Em troca, ganhou um contrato de fornecimento à estatal por quatro anos, que praticamente cobre o investimento. ''Isso nos deu conforto para decidir pelo investimento'', conta o presidente da subsidiária brasileira, Armando Comparato Júnior.
A Aker, que vai entregar a árvore de Natal do projeto piloto de Tupi, é outra que decidiu pela ampliação, que receberá US$ 60 milhões e duplicará a capacidade de produção no Brasil. Além disso, decidiu trazer novas áreas de negócios ao País: passou a atuar também com sistemas de ancoragem, instalações marinhas e produtos para perfuração. ''Com oportunidades reais de negócio, aliadas à estabilidade da economia, o mercado brasileiro tornou-se muito atrativo para o desenvolvimento dos projetos da Aker Solutions. Por isso, a empresa optou por estruturar suas operações mais localmente'', diz o gerente-geral da companhia no Brasil, Marcelo Taulois.
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