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Países consumidores de petróleo agora apoiam intervenção nos preços

Valor Econômico

01/04/2010 13h21


Muitos dos maiores países consumidores de petróleo no mundo passaram a concordar com o cartel de produtores da Opep que, para reduzir a volatilidade, os preços mundiais devem ser determinados tanto por intervenção estatal quanto pela atividade do mercado. Essa reviravolta foi anunciada em uma reunião de ministros de Energia no México.

A nova atitude assinala uma mudança significativa nas relações políticas entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), outros produtores e os grandes países consumidores de petróleo.

No passado, os esforços da Opep visando controlar o mercado fizeram da organização uma inimiga dos Estados Unidos e de muitos países europeus.

Noé Van Hulst, secretário-geral do Fórum I

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Muitos dos maiores países consumidores de petróleo no mundo passaram a concordar com o cartel de produtores da Opep que, para reduzir a volatilidade, os preços mundiais devem ser determinados tanto por intervenção estatal quanto pela atividade do mercado. Essa reviravolta foi anunciada em uma reunião de ministros de Energia no México.

A nova atitude assinala uma mudança significativa nas relações políticas entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), outros produtores e os grandes países consumidores de petróleo.

No passado, os esforços da Opep visando controlar o mercado fizeram da organização uma inimiga dos Estados Unidos e de muitos países europeus.

Noé Van Hulst, secretário-geral do Fórum Internacional da Energia, disse ao "Financial Times" que a dramática volatilidade do mercado em 2008 - quando num prazo de seis meses o preço do petróleo bateu um recorde chegando a US$ 147 por barril e depois caindo para US$ 30 - pela primeira vez fomentou um consenso, no âmbito do diálogo de segurança energética, de que os países precisam fazer todo o possível para estabilizar os preços, inclusive intervindo no mercado.

"Creio haver um reconhecimento muito maior, agora, de que precisamos fazer tudo que pudermos para evitar esse tipo de volatilidade excessiva", disse Hulst.

Discussões sobre os níveis de preços do petróleo necessários para promover investimentos devem fazer parte do diálogo sobre segurança energética, disse. "Creio já não ser tabu, no diálogo, conversar sobre tudo, inclusive preços, o que anteriormente era um fator que a maioria dos países gostariam de evitar."

Os membros da Opep tentam estabilizar os preços reduzindo sua produção quando os preços estão perigosamente baixos e aumentando-os quando (os preços) ficam elevados a ponto de ameaçar o crescimento econômico e de incentivar uma migração para energias renováveis.

De fato, a decisão do cartel de reduzir sua produção no final de 2008 foi uma das principais razões pelas quais o preço do petróleo subiu de um mínimo em torno de US$ 30 o barril para US$ 70, US$ 80 por barril - faixa que é negociado hoje.

No passado, a Opep foi alvo de fortes críticas, especialmente dos EUA e de capitais europeias, quando reduziu a produção para aumentar os preços.

Mas não houve esse tipo de reação negativa durante a maior parte do ano passado.

Philip Hunt, vice-ministro britânico de Energia e Mudanças Climáticas, reconheceu a necessidade de, ocasionalmente, intervir no mercado de petróleo e de outras fontes de energia.

"O que aconteceu foi um alerta, porque a volatilidade do preço do petróleo provoca problemas reais para a economia mundial e não cria as condições adequadas em termos de investimento estável de longo prazo. E a verdade é que nós vamos precisar desses investimentos", disse ele.

"Com vistas ao futuro, às vezes será preciso haver intervenção", acrescentou Hunt, referindo-se tanto às energias renováveis e quanto à indústria petrolífera.

Mas houve uma importante voz discordante esta semana. Ao menos publicamente, os Estados Unidos insistiram durante os debates que a definição do preço do petróleo precisa ser deixado para o mercado. Daniel Poneman, vice-secretário de Energia dos EUA, disse: "O objetivo dos EUA é claro e antigo: deixar as leis da oferta e da procura fixarem os preços".

Mas a ortodoxia de mercado não se aplica a energias alternativas, como a eólica, ao menos por ora, admitiu ele.

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