Assessoria de Imprensa
14/01/2025 09h49 | Atualizada em 14/01/2025 10h03
Vinicius Brum*
O saneamento básico ainda se destaca como um dos maiores desafios do Brasil para a garantia de saúde e qualidade de vida da população. Mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável e 90 milhões estão excluídas da coleta de esgoto, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são preocupantes, mas o país começa a trilhar um caminho rumo à universalização de serviços, resultado de reformas, investimentos privados e adesão de novas tecnologias.
Esses avanços são resultado do novo Marco L
...Vinicius Brum*
O saneamento básico ainda se destaca como um dos maiores desafios do Brasil para a garantia de saúde e qualidade de vida da população. Mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável e 90 milhões estão excluídas da coleta de esgoto, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são preocupantes, mas o país começa a trilhar um caminho rumo à universalização de serviços, resultado de reformas, investimentos privados e adesão de novas tecnologias.
Esses avanços são resultado do novo Marco Legal do Saneamento, de 2020, quando os investimentos foram amplamente intensificados, resultando em concessões e parcerias público-privadas – direcionadas especialmente aos estados que mais sofrem com problemas de infraestrutura. O movimento impulsionou a construção e a modernização de redes de abastecimento, além da expansão do tratamento de esgoto.
Outra iniciativa importante para a obtenção de bons resultados foi a criação de metas regulatórias, assim como uma fiscalização mais rigorosa por parte da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Solução que incentivou municípios e estados a priorizarem, em políticas públicas, o saneamento e o tratamento de esgoto. Destaque para regiões metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro, onde as melhorias em infraestruturas avançaram significativamente.
Contudo, ainda se observa uma desigualdade alarmante na qualidade do serviço de água e esgoto em algumas regiões do país. Segundo o Censo 2022, as áreas mais afetadas estão concentradas no Norte e no Nordeste. Estados como Amazonas e Pará apresentam os índices mais críticos, onde parte das populações rurais e ribeirinhas só têm acesso a fontes de água contaminadas e ausência de serviços básicos.
Em comum, essas regiões têm dificuldade de acesso, baixos investimentos históricos em infraestrutura, alta vulnerabilidade social e, muitas vezes, falta de planejamento urbano. Áreas rurais e cidades menores, onde os custos de construção e manutenção de sistemas de saneamento são elevados, acabam ficando sem um serviço público adequado – um dos principais desafios que o Brasil precisa driblar para alcançar a meta de universalização até 2033.
Um cenário de transformação que irá exigir atenção para os desafios que observamos já para 2025. No período, será importante realizar investimentos em tecnologia para acelerar a agenda de cobertura e de eficiência operacional das redes já instaladas.
O uso de sistemas de saneamento modular e planejamento descentralizado facilita a criação de redes em locais de difícil acesso. Modelos de Inteligência Artificial (IA) podem otimizar os investimentos (CAPEX) ou gastos (OPEX) para ampliação ou manutenção de redes, respectivamente, em até 40%, maximizando o resultado que se obtém com os recursos financeiros disponíveis.
Digitalização e monitoramento remoto de sistemas de abastecimento de esgoto garantem eficiência e economia nas operações. Algoritmos de predição melhoram a previsibilidade de perdas e inadimplência, aprimoram a capacidade de gestão das empresas do setor, seus níveis de rentabilidade e aperfeiçoam os padrões de relacionamento e níveis do serviço com seus clientes.
Outro ponto fundamental é o aumento da conscientização e educação da população sobre a importância do saneamento para a saúde pública. Campanhas educativas que incentivem o uso consciente da água e o descarte correto de resíduos sólidos podem ajudar a diminuir a pressão sobre sistemas e melhorar a sustentabilidade de soluções.
O caminho para a universalização do saneamento é desafiador, mas não impossível. Embora existam milhões de brasileiros sem acesso a serviços essenciais, os avanços recentes e aqueles possíveis de se obter indicam que há uma trajetória de melhora.
Acelerando as soluções nas regiões mais vulneráveis e adotando tecnologias e parcerias mais eficientes para uma melhor gestão das operações de saneamento públicas ou privadas, o país pode reduzir esse déficit e oferecer um futuro mais digno aos brasileiros.
*Vinicius Brum, vice-presidente para Saúde e Farma, Saneamento, Educação e Serviços Públicos da Falconi
10 de janeiro 2025
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