No último dia 18 de junho, a presidenta Dilma Rousseff oficializou o envio ao Congresso do projeto do novo Código de Mineração. O texto, que estava em fase de discussão há três anos, deve mudar o sistema de concessões das áreas de exploração de minério de ferro. A dinâmica dos negócios vai mudar e, com isso, a demanda por profissionais da área de mineração pode crescer até 20% em relação à quantidade de profissionais que já atuam no segmento. Segundo especialistas do setor, as novas regras poderão ser aprovadas ainda no segundo semestre.

Para o diretor da consultoria de altos executivos Fesa, Fernando Guedes, a proposta deve aumentar a busca e a necessidade de CEOs ligados indireta ou diretamente ao segmento. “Setores como o de construções de grande porte, equipamentos, serviços e soluções para mineração já sofreram impactos e aguardam resolução, mas os executivos dessas áreas devem ser beneficiados com a nova regulamentação”, diz Guedes. De acordo com o especialista, o setor vai precisar de profissionais que já têm experiência em modelos de concessão existentes nas áreas de petróleo e aeroportos, que não existem na área de mineração. Serão necessárias pessoas com conhecimentos nas áreas de exploração, leilões, gerenciamento de projetos e modelo de concessão.

Dados da consultoria mostram que, em 2012, foi registrado mais de 50% de aumento nos projetos para posições de altos cargos nas áreas de mineração e siderurgia em comparação com o ano anterior. A demora na aprovação do novo código, porém, tem segurado a exploração de novas jazidas e, consequentemente, obrigou o setor a revisar os planos de contratação. Segundo Guedes, o fator negativo da queda no preços do minério de ferro no ano passado e a redução dos índices de crescimento na China também reduziram os níveis de atividade e alongaram os prazos. "Planejamentos de novos projetos deverão ser retomados em ritmo mais acelerado para compensar as perdas deste período”, afirma o diretor da Fesa BH.

Com o novo Código de Mineração, os executivos responsáveis por grandes projetos de implantação e ampliação das estruturas produtivas terão um grande desafio na recuperação dos níveis de atividade e produção. “Grandes gestores de parceiros do segmento serão igualmente cobrados em disponibilizar times de profissionais e estruturas em curto espaço de tempo para atenderem rapidamente as demandas represadas nos últimos meses”, completa Guedes.