Energia
Zero Hora
01/03/2010 16h23 | Atualizada em 01/03/2010 19h57
Uma placa que mistura oxigênio a qualquer outro tipo de combustível, renovável ou não, e o transforma em energia. Mesmo que a fonte utilizada seja fóssil, o sistema lançado na semana passada pela empresa americana Bloom Energy ainda seria 67% mais limpo do que uma usina de carvão, por exemplo.
O equipamento da Bloom não opera por combustão, e sim por meio de um processo eletroquímico, onde há menos resíduo no final da cadeia. A novidade da emergente companhia do Vale do Silício ainda está cercada de mistério, mas atraiu empresas como Google e eBay.
A Bloom Energy alega que sua tecnologia pode produzir mais energia com menos dano ambiental – do que outras células a combustível no mercado, pois não usa somente o hidrogênio
...Uma placa que mistura oxigênio a qualquer outro tipo de combustível, renovável ou não, e o transforma em energia. Mesmo que a fonte utilizada seja fóssil, o sistema lançado na semana passada pela empresa americana Bloom Energy ainda seria 67% mais limpo do que uma usina de carvão, por exemplo.
O equipamento da Bloom não opera por combustão, e sim por meio de um processo eletroquímico, onde há menos resíduo no final da cadeia. A novidade da emergente companhia do Vale do Silício ainda está cercada de mistério, mas atraiu empresas como Google e eBay.
A Bloom Energy alega que sua tecnologia pode produzir mais energia com menos dano ambiental – do que outras células a combustível no mercado, pois não usa somente o hidrogênio para colocar em funcionamento as reações químicas. Pode usar vento, energia solar e o que mais estiver disponível na comunidade que for utilizá-la.
Na apresentação, a empresa ressaltou o preço que seus consumidores pagam pela energia gerada por suas máquinas, e quanto dinheiro eles economizam em relação à energia comum disponibilizada pelas concessionárias. Os clientes pagam, segundo a Bloom, de 9 a 10 centavos de dólar por kilowatt-hora. Pela energia que compram diretamente da rede elétrica na Califórnia, o preço fica entre 13 e 14 centavos por kilowatt-hora.
A economia é grande, mas há uma pegadinha. Os usuários do equipamento da Bloom estão recebendo um crédito fiscal federal, que chega a 30% do preço da tecnologia, junto a um estorno do Estado da Califórnia baseado em quanta energia é comprada.
Os números sugerem que os clientes da empresa podem estar economizando dinheiro somente por causa dos subsídios, e não porque a energia gerada pelas máquinas tem produção mais barata. A Bloom não revelou quais seriam os custos se não houvesse os subsídios, mas o CEO da empresa, K.R. Sridhar, disse que o investimento se paga em três a cinco anos.
A questão é mesmo crucial, já que a caixa de células a combustível da empresa – que se assemelha a um fichário metálico gigante – atualmente custa US$ 700 mil.
O objetivo é reduzir o preço
Empresas são as primeiras clientes, mas a Bloom Energy quer cortar o preço até a alguns milhares de dólares e colocar o produto em residências. O uso dos subsídios não é visto exatamente como uma barreira para que a empresa alcance mercados onde eles não existem ou são menos generosos. Sridhar afirmou que outros Estados e países têm financiamentos atrativos também, mas acrescentou que o objetivo-chave é levar o preço do produto a um valor tão baixo que os incentivos não sejam necessários.
– Nós precisamos pegar esses subsídios em um primeiro momento. Mas temos de cair fora deles logo. Do contrário, não chegaremos aos países em desenvolvimento da forma que queremos – explicou.
Ele afirmou que o mercado potencial para a tecnologia da Bloom é tão grande que a companhia poderia prosperar mesmo ficando apenas na Califórnia.
– Nós podemos crescer tão rápido quanto quisermos, atender a Califórnia pelos próximos cinco anos e ser uma companhia multi-bilionária – afirmou.
A falta de detalhes até mesmo no lançamento oficial do primeiro produto da Bloom Energy preocupou alguns especialistas, que disseram não ser possível ainda mensurar o verdadeiro custo de gerar energia usando a tecnologia e determinar onde ela é substancialmente diferente de outras operações com células de combustível.
– Eu teria uma dose saudável de ceticismo. O que eles demonstraram é que têm esses sistemas e que têm conseguido implementá-los. Não há nada que eu tenha visto da Bloom que me faça acreditar que há alguma coisa especial na forma como eles estão juntando as coisas e qual é a abordagem deles – afirmou Bryan Pivovar, do Hydrogen Technologies and Systems Center, no National Renewable Energy Laboratory.
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