Mineração
Estadão
06/12/2013 11h23 | Atualizada em 06/12/2013 13h52
Os números do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) mostram expectativas positivas para o investimento em mineração e siderurgia na Região Norte para os próximos anos. Segundo a instituição, estão previstos US$ 22,5 bilhões em novas operações de mineração e US$ 6,9 bilhões em metalurgia e siderurgia até 2016. No entanto, segundo especialistas, o setor passa por um período de revisão de orçamentos que pode inviabilizar uma parte desses projetos.
Entre os investimentos em transformação de minérios, o maior deles, a Aços Laminados do Pará (Alpa), que seria erguida pela gigante Vale em Marabá, no Pará, é um exemplo de projeto anunciado que não deverá ver a luz do dia tão cedo. De acordo com a mineradora, a inexistência de hidrovi
...Os números do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) mostram expectativas positivas para o investimento em mineração e siderurgia na Região Norte para os próximos anos. Segundo a instituição, estão previstos US$ 22,5 bilhões em novas operações de mineração e US$ 6,9 bilhões em metalurgia e siderurgia até 2016. No entanto, segundo especialistas, o setor passa por um período de revisão de orçamentos que pode inviabilizar uma parte desses projetos.
Entre os investimentos em transformação de minérios, o maior deles, a Aços Laminados do Pará (Alpa), que seria erguida pela gigante Vale em Marabá, no Pará, é um exemplo de projeto anunciado que não deverá ver a luz do dia tão cedo. De acordo com a mineradora, a inexistência de hidrovia para o escoamento da produção inviabilizou a Alpa, que era orçada em US$ 3,7 bilhões.
Para o gerente executivo do Ibram Amazônia, Ronaldo Lima, o mercado de mineração vive um período de redução de expectativas - reflexo especialmente da perspectiva de redução de consumo na China, principal cliente do Brasil. Além disso, há novas reservas comprovadas, o que deixa as empresas tranquilas em relação à capacidade de atendimento à demanda. "Até 2011, o preço do minério ainda estava bom. O setor viveu fase de investimentos em pesquisas e projetos (relativos a novas fontes)", diz Lima.
À medida que o preço do produto se mostra menos promissor, o especialista afirma que a tendência é que as mineradoras reduzam a busca por novas fontes de minério. Ele acredita que as empresas devam voltar a intensificar as pesquisas dentro de três a cinco anos, quando o ciclo de baixa nos preços deverá estar próximo do fim. O Pará acompanha especialmente o movimento do minério de ferro, que representa 67% dos projetos de exploração do Estado.
Custo brasileiro. Além de o minério de ferro estar com preços menos convidativos, as grandes empresas também questionam o custo dos projetos no Brasil, segundo João Ronchel, presidente da unidade global de mineração e metalurgia da consultoria finlandesa Pöyry.
Segundo a consultoria, que desenvolve projetos de produção, a indústria de mineração sofre com a imprevisibilidade de orçamentos locais. Ronchel afirma que não é raro que o custo final de um projeto seja 60% superior ao valor inicialmente projetado pelo investidor.
"Isso é reflexo de uma série de ineficiências", diz o especialista. Entre as dificuldades listadas por Ronchel está o custo de mão de obra. Como os projetos de mineração são montados em locais distantes, considerados pouco atrativos pelo trabalhador mais bem preparado, o especialista diz que as empresas têm duas escolhas: usar empregados inexperientes ou então trazer funcionários de longe, com incentivos que encarecem os valores de contratação.
Outra questão que as empresas deverão passar a avaliar com mais cuidado é a falta de infraestrutura para operação e escoamento da produção. Ronchel cita o caso da mineradora MRN, que precisa manter uma termelétrica a combustível por falta de energia elétrica. A Vale também construiu ferrovias e portos próprios para viabilizar o escoamento do minério produzido na Região Norte. "O correto seria o País ter a infraestrutura de transporte pronta, pois isso reduziria o investimento total das empresas", afirma Lima, do Ibram.
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