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Mercado imobiliário vê com cautela a nova alta da Selic

Segundo a Abrainc, o atual patamar não impede o investimento em imóveis, principalmente ao se avaliar o histórico brasileiro em que a Selic quase sempre esteve acima de dois dígitos

O Dia

08/08/2022 12h25 | Atualizada em 10/08/2022 15h43


A taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) sofreu mais um reajuste, passando de 13,25% para 13,75% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Essa é a 12ª alta seguida, colocando o percentual no mesmo patamar de novembro de 2016.

Os reflexos no setor imobiliário dividem as opiniões de especialistas. Para a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a decisão é considerada uma medida técnica e necessária para conter o processo inflacionário no país.

A entidade considera que o atual patamar não impede o investim

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A taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) sofreu mais um reajuste, passando de 13,25% para 13,75% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Essa é a 12ª alta seguida, colocando o percentual no mesmo patamar de novembro de 2016.

Os reflexos no setor imobiliário dividem as opiniões de especialistas. Para a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a decisão é considerada uma medida técnica e necessária para conter o processo inflacionário no país.

A entidade considera que o atual patamar não impede o investimento em imóveis, principalmente ao se avaliar o histórico brasileiro em que a Selic quase sempre esteve acima de dois dígitos e, mesmo assim, o mercado imobiliário não deixou de se desenvolver.

A Abrainc lembra ainda que no programa Casa Verde e Amarela (CVA), que corresponde a 80% das unidades produzidas nos últimos anos, o financiamento habitacional é proveniente do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), ou seja, as taxas de financiamento não apresentam correlação com o novo aumento.

Já para o mercado de Médio e Alto Padrão (MAP), cujo empréstimo depende dos recursos da poupança, a Abrainc observa que o impacto tem sido bem menor do que a elevação da Selic.

Enquanto a taxa básica subiu 10% de junho/2021 a junho/2022, os percentuais médios do crédito imobiliário subiram apenas 2%.

“O brasileiro vê a compra do imóvel como uma forma de proteger parte do patrimônio da alta inflacionária, assim como obter ganhos reais no longo prazo. Os empreendimentos atraem cada vez mais compradores e investidores, que veem maior interesse neles em relação às aplicações financeiras tradicionais. Isso explica o fato de uma recente Pesquisa de Intenção de Compra feita pela Brain, em parceria com a Abrainc, revelar que 34% dos entrevistados têm a intenção de comprar imóveis nos próximos 12 meses”, comenta Luiz França, presidente da Abrainc.

Para Marcelo Moura, presidente do Creci-RJ (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), o novo aumento da Selic impacta na questão do crédito em geral.

"Porém, não afeta tanto o mercado imobiliário porque os bancos não estão acompanhando a taxa de juros na questão do financiamento. Consequentemente, o setor ainda tem muito espaço para crescer. É compreensível a apreensão da população, mas a tendência é que os bancos não aumentem o financiamento acompanhando essa elevação. Podemos ser otimistas”, analisa Moura.

Já Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado), ressalta que a nova elevação da taxa é uma notícia que sempre gera atenção especial no mercado imobiliário. "O aumento deixa o custo do crédito mais caro para os fornecedores da indústria e pode gerar alguma alta futura no financiamento dos imóveis para os compradores. Apesar deste aumento, há indicação de recuo na curva de juros ao longo de 2023", diz Saceanu.

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