Forbes
17/01/2023 14h57 | Atualizada em 18/01/2023 14h33
Apesar de desafiador, 2022 foi um ano positivo para o mercado imobiliário. Empresas e consumidores se animaram para comprar e alugar imóveis. Neste ano, no entanto, o setor começa a avaliar quais serão os próximos passos em meio a um cenário de juros altos, incerteza econômica e jurídica, e queda na confiança do consumidor e do investidor.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, acrescenta que o cenário macroeconômico traz um impacto negativo para o mercado, já que o crédito secou.
“Além de mais caro, o crédito está mais escasso, po
...Apesar de desafiador, 2022 foi um ano positivo para o mercado imobiliário. Empresas e consumidores se animaram para comprar e alugar imóveis. Neste ano, no entanto, o setor começa a avaliar quais serão os próximos passos em meio a um cenário de juros altos, incerteza econômica e jurídica, e queda na confiança do consumidor e do investidor.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, acrescenta que o cenário macroeconômico traz um impacto negativo para o mercado, já que o crédito secou.
“Além de mais caro, o crédito está mais escasso, pois os bancos estão com muito medo de emprestar e não receber, com o risco de inadimplência alto, e a necessidade de provisões para devedores duvidosos torna ainda mais difícil a exposição a risco no setor”, diz o especialista.
Além disso, Alves esclarece que o mercado imobiliário é cíclico e depende do crescimento econômico, da geração de emprego, renda e segurança para investir. Por isso muitos participantes do mercado estão reticentes em contrair empréstimos às vésperas de uma potencial desaceleração econômica global, que pode desaquecer ainda mais o setor ao longo do ano.
“O cenário pode mudar, mas o momento atual é de cautela, seja no mercado real, seja no mercado financeiro, onde a volatilidade está imperando nos fundos imobiliários, apesar dos bons dividendos.”
Esses movimentos, segundo Alves, trazem a necessidade de movimentos mais estratégicos e pontuais, focando, em especial, em imóveis de alto padrão, em que a influência de preço é menor na decisão de compra.
“O crédito mais escasso e caro deixa o mercado imobiliário mais cauteloso, apesar do apetite continuar”, avalia o especialista. “O ímpeto por imóveis melhores continua, só que com mais cautela em razão da conjuntura econômica atual”, complementa.
Para João Baptista Peixoto Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos, o cenário tende a piorar por diversas razões, mas principalmente pela alta da taxa de juros e de uma possível recessão que se avizinha para 2023 e 2024.
“Com a altíssima taxa de juros (13,75%) e o baixo crescimento econômico projetado para 2023, o mercado imobiliário não deverá ir muito bem”, diz.
Segundo o executivo, tudo dependerá da política do governo para o setor de baixa renda. “Se houver maior destinação de recursos, subsídios e se o governo federal conseguir convencer o Banco Central a baixar a taxa de juros, o cenário tende a ser melhor.”
Ou seja, o ano de 2023 reserva apreensão pelo custo estar mais caro, Selic alta, insegurança sobre emprego e renda.
“De toda forma, o governo pode fazer como em mandatos anteriores e tentar incentivar e subsidiar o crédito para tentar estimular a construção civil, o que seria uma mudança de cenário importante para quem constrói e para quem compra”, pontua Alves.
Apesar da poupança e do poder de compras amassados, o crédito mais barato possibilitaria uma nova pernada de crescimento para o setor e incentivaria os novos negócios.
25 de novembro 2024
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