INVESTIMENTOS
G1
25/07/2019 11h00
A maior parte das grandes cidades do país tem um baixo nível de reinvestimento no setor de saneamento básico.
Isso quer dizer que, do valor arrecadado, apenas uma pequena parcela é utilizada para fazer melhorias no serviço, como a manutenção e a troca de redes e a expansão dos atendimentos. A maior parte é gasta com pagamento de funcionários ou insumos, como produtos químicos.
É o que mostra um estudo do Instituto Trata Brasil e da GO Associados divulgado nesta semana feito com base nas 100 maiores cidades do Brasil, que concentram 40% da população do país, e nos dados mais recentes do Sistema Nacional de Infor
...A maior parte das grandes cidades do país tem um baixo nível de reinvestimento no setor de saneamento básico.
Isso quer dizer que, do valor arrecadado, apenas uma pequena parcela é utilizada para fazer melhorias no serviço, como a manutenção e a troca de redes e a expansão dos atendimentos. A maior parte é gasta com pagamento de funcionários ou insumos, como produtos químicos.
É o que mostra um estudo do Instituto Trata Brasil e da GO Associados divulgado nesta semana feito com base nas 100 maiores cidades do Brasil, que concentram 40% da população do país, e nos dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano de 2017.
Das 100 cidades, 70 reinvestem menos de 30% do que arrecadam no setor. Apenas 5 investem 60% ou mais na melhoria dos serviço – são tão poucas que são consideradas “outliers” pelo estudo, ou seja, atípicas ou “fora da curva” da tendência geral.
Segundo Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, o baixo investimento no setor compromete o acesso da população aos serviços de água e esgoto. Isso porque, sem investimento, o sistema não avança para atender as pessoas que ainda não têm acesso e, sem manutenção, as redes existentes têm mais vazamentos ou falhas.
"Está investindo em saneamento? Não? Então a cidade não vai sair daquela situação nunca. Uma cidade mais próxima da universalização pode até se dar ao luxo de usar o dinheiro arrecadado para virar caixa e lucro para acionista. O duro é a cidade em uma situação ruim que não investe nada do que arrecada porque o dinheiro vai pagar funcionário e produto químico", diz Édison Carlos.
O Brasil ainda apresenta quase35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratadae quase100 milhões sem coleta de esgoto. Além disso, apenas 46% dos esgotos gerados nos país são tratados.
As maiores cidades do país, que, segundo o estudo, deviam ser exemplo de evolução no setor por terem melhores condições econômicas e de infraestrutura para fazer planejamentos e grandes obras de saneamento, têm a maioria dos índices acima da média nacional, mas, mesmo assim, aquém do esperado.
Somente 46 cidades têm mais de 80% da população com coleta de esgoto, e mais de 80 têm perdas de água potável no sistema de distribuição superiores a 30%. Isso quer dizer que,a cada 100 litros de água tratada, 30 são perdidosem vazamentos e fraudes.
Além disso, Édison Carlos destaca que o alto comprometimento do caixa com os gastos de folha de pagamento e de insumos é um sinal de má gestão das empresas prestadoras de serviços de água e esgoto.
"O investimento para ampliar os serviços tem que vir da tarifa, não pode ficar dependendo de empréstimo de banco", afirma.
"Se a empresa usa toda a arrecadação para pagar despesa e não sobra nada para investir, a gestão está errada. Pode ser uma empresa inchada, sem planejamento de gastos de energia elétrica e produtos. A arrecadação pode estar baixa, o que é sinal de inadimplência e de muita perda de água na distribuição. Com essas problemas, a empresa não consegue ter sobra para investir mesmo."
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