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Justiça suspende leilão de rodovias do Triângulo Mineiro

Juiz alegou que União e DNIT não incluíram no orçamento recursos para duplicação de trecho da BR-365

Exame

09/08/2022 15h45 | Atualizada em 10/08/2022 15h43


O consórcio Infraestrutura MG, formado pela empresa Equipav e pela gestora Perfin, venceu o leilão de concessão rodoviária do lote do Triângulo Mineiro, que integra o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de Minas Gerais.

O consórcio foi o único a apresentar lance para o lote, que tem 627 quilômetros de pistas na região. Mas a Justiça Federal de Uberlândia suspendeu o certame.

O juiz José Humberto Ferreira, da 2ª Vara Cível e Criminal de Uberlândia, considerou uma ação do Ministério Público Federal (MPF), de 2015, em que a União e o Departamento Nacional de Infraest

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O consórcio Infraestrutura MG, formado pela empresa Equipav e pela gestora Perfin, venceu o leilão de concessão rodoviária do lote do Triângulo Mineiro, que integra o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de Minas Gerais.

O consórcio foi o único a apresentar lance para o lote, que tem 627 quilômetros de pistas na região. Mas a Justiça Federal de Uberlândia suspendeu o certame.

O juiz José Humberto Ferreira, da 2ª Vara Cível e Criminal de Uberlândia, considerou uma ação do Ministério Público Federal (MPF), de 2015, em que a União e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) foram condenados a incluir no orçamento de 2022 os recursos necessários para a duplicação da BR-365 entre Uberlândia e Patrocínio, o que segundo o MPF não foi cumprido. O MPF pede que sejam duplicados 130 km, enquanto o edital prevê duplicação de apenas 36 km.

“Portanto, com a concessão do trecho entre Uberlândia e Patrocínio da BR- 365 à iniciativa privada, nos moldes da licitação proposta, pelo menos pelos próximos oito anos a União e o DNIT não cumprirão a obrigação a que foram condenados na Ação Civil Pública e o Estado de Minas Gerais não incluiu entre as obrigações da licitante vencedora a duplicação de todo o trecho concedido”, escreveu o juiz.

Assim, o juiz concedeu a suspensão do leilão até que sejam adotadas as medidas necessárias para a duplicação do trecho entre as duas cidades, inclusive os trechos urbanos, em um prazo de 5 anos.

A secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Minas informou que não foi notificada da decisão.

A sessão pública estava marcada para acontecer na sede da B3, em São Paulo. Mas, em cumprimento à decisão judicial, a B3 interrompeu sua prestação de serviço e o certame não foi realizado no local.

O governo mineiro, que não havia sido notificado pela Justiça, realizou a sessão em um prédio da Secretaria da Fazenda do Governo de Minas Gerais, no Centro da capital paulista, na segunda-feira.

O consórcio vendedor ofereceu um valor de tarifa de pedágio de R$ 11,48115, desconto mínimo em relação ao valor máximo definido em edital, de R$ 11,49397. O critério para escolher o vencedor do leilão era híbrido. Sairia vencedor o consórcio que oferecesse um desconto na tarifa de pedágio de até 15%. Ou venceria aquele que apresentasse a maior outorga.

Fernando Marcato, secretário de Infraestrutura e Mobilidade do estado de Minas Gerais afirmou, após o leilão, que a expectativa era ter pelo menos dois participantes. Mas a Ecorodovias, que fez estudos sobre o projeto, acabou não fazendo lances.

“Tivemos um entrante de peso, não se trata de um aventureiro. Temos uma das maiores empresas de saneamento (Aegea) que decidiu investir em estradas e começou por Minas. Gostaria de ter dez concorrentes. Mas o cenário de pós-pandemia, guerra, não é trivial”, afirma.

Entre os integrantes consórcio vencedor, a Equipav é acionista da Aegea Saneamento. Já atuou na administração de rodovias, mas estava fora segmento depois de uma reestruturação feita pela empresa. A Perfin tem presença no setor de infraestrutura, nos segmentos de energia elétrica e saneamento.

O período de concessão é de 30 anos. Os trechos concedidos estão localizados entre as cidades de Uberlândia, Uberaba, Patrocínio e Araxá. O investimento previsto é de R$ 3,2 bilhões. Pelo menos R$ 1,4 bilhão deve ser investido nos oito primeiros anos. Além disso, há gastos de R$ 2,8 bilhões em custos operacionais.

O consórcio Infraestrutura MG terá ainda que pagar ao governo o valor de R$ 446,68 milhões que serão destinados ao Fundo Estadual de Desenvolvimento de Transportes de Minas Gerais.

Segundo o governo de Minas, há uma pré-autorização para incluir 70 quilômetros entre as cidades de Patrocínio e Patos de Minas. O governo mineiro solicitará ao consórcio vencedor que faça estudos para incluir a extensão no contrato.

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