Energia
Valor
23/04/2010 14h20
A concessionária Energia Sustentável do Brasil (ESBR) que constrói a usina de Jirau, no rio Madeira, quer elevar em cerca de 10%, ou 300 MW, a capacidade de geração de energia da hidrelétrica. Os sócios estão dispostos a investir mais R$ 400 milhões para a colocação de outras quatro turbinas no projeto, que levariam a usina a uma capacidade de 3.750 MW. Mas a ampliação depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e por isso a empresa está em forte campanha, inclusive com propaganda televisiva, para convencer o governo da importância da nova empreitada.
No início do ano, a concessionária já havia noticiado a antecipação da geração de um número de turbinas suficientes para garantir a energia assegurada, o to
...A concessionária Energia Sustentável do Brasil (ESBR) que constrói a usina de Jirau, no rio Madeira, quer elevar em cerca de 10%, ou 300 MW, a capacidade de geração de energia da hidrelétrica. Os sócios estão dispostos a investir mais R$ 400 milhões para a colocação de outras quatro turbinas no projeto, que levariam a usina a uma capacidade de 3.750 MW. Mas a ampliação depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e por isso a empresa está em forte campanha, inclusive com propaganda televisiva, para convencer o governo da importância da nova empreitada.
No início do ano, a concessionária já havia noticiado a antecipação da geração de um número de turbinas suficientes para garantir a energia assegurada, o total de megawatts pelo qual o empreendedor é efetivamente remunerado, para o ano de 2012. Isso significa que a empresa antecipa o faturamento em três anos. Os esforços em ampliar a capacidade de geração é para poder vender mais energia no mercado livre e melhorar os índices de retorno do investimento para seus sócios, que ficaram muito apertados em função da agressividade da tarifa vencedora.
O processo e o resultado do leilão de Jirau foram tão polêmicos como estão sendo agora os de Belo Monte. Na época, o consórcio vencedor fez uma proposta agressiva de menos de R$ 72 o MWh e mudou completamente o eixo de construção do projeto. O consórcio sequer cogitava ir à leilão e o governo federal fez todos os esforços para garantir um segundo concorrente na disputa. E, como em Belo Monte, foi esse consórcio de última hora que acabou ganhando a licitação com preços agressivos.
Desde que foi leiloada em meados de 2008, a usina sofreu todo tipo de oposição. O grupo Odebrecht, que perdeu o leilão pois fez um lance levando em consideração o eixo original da usina, fez pressão e ameaçava iniciar uma guerra na Justiça. Não o fez por chegar a um acordo com o governo. Mas a usina teve de enfrentar as decisões judiciais mesmo assim, principalmente por parte da oposição do Ministério Público Federal. Foram liminares que paralisaram a obra, licenciamento ambiental questionado e até a oposição declarada do governo estadual de Rondônia.
Mesmo aos trancos e barrancos, e tendo de fazer a principal parte da obra no período das cheias, a obra completa quase 17 meses e os sócios da concessionária - GDF Suez, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf - já aportaram mais de R$ 1 bilhão na concessionária e o BNDES liberou outros R$ 2,3 bilhões para as obras da usina.
A empresa está fazendo uma ampla campanha institucional em rede de televisão para sensibilizar o governo. De acordo com o presidente da ESBR, Victor Paranhos, o objetivo da campanha é mostrar ao governo e à sociedade o estágio avançado da obra e a importância da usina para o fornecimento de energia. A campanha publicitária, que tem um tom parecido com as campanhas institucionais do governo federal, mostra imagens do andamento das obras e ainda ressalta a importância da antecipação da energia assegurada da usina para o ano de 2012.
A ideia é que sejam colocadas mais quatro turbinas, elevando para 50 o número total. Todas essas novas turbinas serão compradas da Dongfang, a empresa chinesa que já faz parte do fornecimento. No projeto que venceu o leilão, o número de turbinas era de 44. Foi elevado para 46 e agora 50.
A Aneel precisa aprovar essa nova capacidade da usina e o governo federal dar o aval para que essa energia possa, por exemplo, ser vendida em leilão de energia nova. De acordo com Paranhos, seria possível em função de se tratar de nova motorização. Até agora os 30% da energia do leilão original disponível para o mercado livre ainda não foi vendido, por isso seria importante ter autorização do governo para vender os MW extras no mercado cativo. Dos 300 MW da expansão, Jirau espera ter 120 MW de energia assegurada.
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