O Estado de S.Paulo
23/05/2022 08h09 | Atualizada em 25/05/2022 14h19
As contratações de projetos do Casa Verde e Amarela caíram pela metade nos primeiros quatro meses do ano. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, as construtoras estão desistindo de lançar empreendimentos porque a inflação persistentemente elevada inviabilizou negócios.
Entre janeiro e abril, foram contratadas 68,8 mil unidades, 51% menos do que no mesmo período de 2021, quando chegaram a 140,5 mil. Os dados são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Mantida a média, o total de contratos em 2022 chegará a 206,4 mil, o mais baixo desde o início do programa, em 2009, e menos de um quarto do número
...As contratações de projetos do Casa Verde e Amarela caíram pela metade nos primeiros quatro meses do ano. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, as construtoras estão desistindo de lançar empreendimentos porque a inflação persistentemente elevada inviabilizou negócios.
Entre janeiro e abril, foram contratadas 68,8 mil unidades, 51% menos do que no mesmo período de 2021, quando chegaram a 140,5 mil. Os dados são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Mantida a média, o total de contratos em 2022 chegará a 206,4 mil, o mais baixo desde o início do programa, em 2009, e menos de um quarto do número do auge (912,9 mil em 2013), quando ainda se chamava Minha Casa Minha Vida.
O gargalo está nos aumentos generalizados de custos de materiais, serviços e mão de obra no setor. O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) subiu 8,8% em 2020, 13,8% em 2021 e já está em 2,9% neste ano.
Como resposta, as construtoras repassaram o aumento dos custos para o preço final das moradias, estratégia que ficou desgastada por dois motivos: o valor de venda dos imóveis ultrapassou o limite máximo permitido pelo programa e o bolso dos consumidores já não tem mais fôlego para acompanhar essa alta.
O programa Casa Verde e Amarela (CVA) tem um peso enorme para o mercado imobiliário. Em 2021, o segmento respondeu por cerca de 45% dos lançamentos e das vendas no país.
Em busca de alternativas, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) conversam com o governo.
Fontes dizem que a sinalização sobre a necessidade de ajustes foi positiva até aqui, mas qualquer mudança precisa antes ser aprovada pelo conselho curador do FGTS.
A ideia é encontrar uma fórmula para recalibrar o programa a fim de agilizar a retomada das contratações. Caso contrário, as empresas devem começar a demitir nos próximos meses.
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