Brasil 61
18/10/2023 12h38 | Atualizada em 18/10/2023 17h21
Importante vetor para a descarbonização de setores da indústria, o hidrogênio verde pode abrir possibilidades para a neoindustrialização do Brasil, além de impulsionar setores como energia e exportações.
Essa é a avaliação da vice-presidente de Investimento e Hidrogênio Verde da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Camila Ramos.
“O hidrogênio verde é um vetor que possibilita a descarbonização de setores onde isso é difícil, como a indústria. A siderurgia, por exemplo, é um dos setores que mais emite, representando 12% de todas as e
...Importante vetor para a descarbonização de setores da indústria, o hidrogênio verde pode abrir possibilidades para a neoindustrialização do Brasil, além de impulsionar setores como energia e exportações.
Essa é a avaliação da vice-presidente de Investimento e Hidrogênio Verde da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Camila Ramos.
“O hidrogênio verde é um vetor que possibilita a descarbonização de setores onde isso é difícil, como a indústria. A siderurgia, por exemplo, é um dos setores que mais emite, representando 12% de todas as emissões do Brasil”, diz ela.
“Então, se a gente começar a produzir aço e alumínio a partir do hidrogênio verde, teremos potencial de reduzir as nossas emissões de forma muito significativa”, completa.
Para Ramos, o Brasil tem capacidade de capitalizar as fontes de energia renováveis, uma vez que é um dos maiores países do mundo e tem disponibilidade de produzir energia eólica competitiva, de qualidade e barata.
“A gente tem uma grande oportunidade de capitalizar isso, ao produzir hidrogênio para descarbonizar a nossa indústria, mas também ajudar outros países na descarbonização via exportação”, avalia.
“O país pode produzir produtos com o maior valor agregado, como aço verde para a indústria automobilística e exportar esse aço já limpo, para países que não têm a possibilidade de produzir hidrogênio verde de forma competitiva”, acrescenta.
No entanto, a vice-presidente da Absolar destaca que é preciso incentivos para que a indústria cresça de forma competitiva e eficiente, com planos de curto, médio e longo prazo.
Nesse sentido, a vice-presidente da Absolar defende um marco regulatório e incentivos para o setor.
No início dos anos 2000, ela cita, houve o programa de incentivo Proinfa para energias alternativas, incluindo biomassa, energia eólica e PCHs.
“A indústria não só nasceu, mas se desenvolveu. Mas precisou desse empurrãozinho inicial para fazer com que essa indústria nascesse de forma competitiva”, aponta.
“Para energia solar a gente teve a inserção da fonte solar nos leilões de reserva, com um preço diferenciado para os primeiros projetos se viabilizarem. Hoje, a solar junto com a eólica são as energias mais baratas que a gente tem no Brasil, sem os incentivos. E a gente precisa de algo parecido para o setor de hidrogênio”, ressalta Ramos.
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