Energia
O Globo
11/01/2013 09h56 | Atualizada em 11/01/2013 12h00
A falta de represamento significativo de água nas grandes usinas hidrelétricas em construção no país como Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (AC); e Belo Monte, no rio Xingu (PA) tem reduzido cada vez mais a capacidade de regularização dos reservatórios e, inversamente, elevado a participação de usinas térmicas na geração de energia. Esta constatação está na ata da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada em dezembro. Nesse cenário, “passa a ser natural a utilização de geração térmica”, aponta o texto. Por pressões ambientais, as últimas grandes hidrelétricas têm sido construídas pelo modelo fio d'água, com reservatórios pequenos ou até sem eles.
A avaliação do CMSE corrobora a possibilidade de as
...A falta de represamento significativo de água nas grandes usinas hidrelétricas em construção no país como Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (AC); e Belo Monte, no rio Xingu (PA) tem reduzido cada vez mais a capacidade de regularização dos reservatórios e, inversamente, elevado a participação de usinas térmicas na geração de energia. Esta constatação está na ata da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada em dezembro. Nesse cenário, “passa a ser natural a utilização de geração térmica”, aponta o texto. Por pressões ambientais, as últimas grandes hidrelétricas têm sido construídas pelo modelo fio d'água, com reservatórios pequenos ou até sem eles.
A avaliação do CMSE corrobora a possibilidade de as usinas termelétricas com combustíveis mais caros, como óleo diesel, não serem completamente desligadas em abril, quando termina o período de chuvas. Essas usinas, até hoje usadas em caráter emergencial, deverão ser mantidas ligadas ao longo de 2013 para manter um nível mais confortável de água nos reservatórios, mesmo que chova muito ainda.
Segundo análise dos reservatórios para 2013, apresentada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) ao CMSE em 13 de dezembro quando já se notava um atraso na chegada do período de chuvas, seria necessária geração térmica “para atendimento aos requisitos de energia, bem como para demanda, ao longo do ano de 2013, até que os níveis dos reservatórios atinjam valores que possam garantir o atendimento à demanda de energia em 2013 e 2014”.
Foi o diretor do ONS, Hermes Chipp, quem disse na quarta-feira que as térmicas poderiam ficar ligadas permanentemente em 2013 e que, se isso ocorresse, as tarifas ao consumidor poderiam subir até 3% em 2014. O governo, porém, discute meios para reduzir esse impacto, alterando o rateio do custo das térmicas.
A geração das termelétricas a plena carga resultou em um custo adicional de R$ 3 bilhões em Encargos de Serviços do Sistema (ESS) em 2012, segundo Roberto D’Araújo, diretor do instituto Ilumina. Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, lembra que em outubro e novembro os encargos somaram R$ 948,5 milhões. Em dezembro, foram mais R$ 910 milhões. Segundo o ONS, o valor médio dos encargos foi de R$ 400 milhões por mês em 2012.
Greenpeace critica ‘falta de planejamento’
Os custos da geração de energia em termelétricas são cinco vezes maiores que o da produzida em usinas eólicas, e quase duas vezes o custo da geração solar, segundo estudo do Greenpeace. Enquanto um MWh de geração térmica custa R$ 500, a mesma carga de origem eólica vale R$ 100 e a solar, R$ 280. Para a organização, foi a “falta de planejamento do governo” que levou ao uso das térmicas que, além de mais caras, afetam o meio ambiente com emissão de gases.
Célio Bernann, professor do Instituto de Eletrotécnica da USP, lembra que a geração de energia a partir do bagaço da cana é outra alternativa, por ser mais barata (entre R$ 110 e R$ 130 o MWh) e menos poluente.
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