Energia
Valor
14/08/2013 12h26
O inventário hidrelétrico do país já não apresenta boas possibilidades para construção de usinas com grandes reservatórios, admitiu o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcio Zimmermann.
O assunto é tema de audiência pública que acontece nesta quarta-feira, com as comissões de infraestrutura e meio ambiente do Senado.
Zimmermann destacou os grandes projetos previstos para a região amazônica, mas afirmou que as estruturas hidrelétricas desenhadas para a região permitem que se adotem “hidrelétricas com regularização anual, não plurianual”. A limitação deve-se, basicamente, à topografia mais plana da região, o que exigiria a inundação de grandes áreas para obter esse resultado.
Usinas como
...O inventário hidrelétrico do país já não apresenta boas possibilidades para construção de usinas com grandes reservatórios, admitiu o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcio Zimmermann.
O assunto é tema de audiência pública que acontece nesta quarta-feira, com as comissões de infraestrutura e meio ambiente do Senado.
Zimmermann destacou os grandes projetos previstos para a região amazônica, mas afirmou que as estruturas hidrelétricas desenhadas para a região permitem que se adotem “hidrelétricas com regularização anual, não plurianual”. A limitação deve-se, basicamente, à topografia mais plana da região, o que exigiria a inundação de grandes áreas para obter esse resultado.
Usinas como Belo Monte, em construção no Pará, além de Santo Antônio e Jirau, em fase de conclusão em Rondônia, têm seus projetos de engenharia baseadas no conceito de fio d’água. Nesse modelo, aproveita-se o fluxo natural do rio para gerar energia, dispensando a criação de grandes reservatórios. Isso não significa, porém, que esses reservatórios não existam. Em Belo Monte, por exemplo, a inundação supera 500 km quadrados. Itaipu, que tem uma das maiores represas da América do Sul, é considerada tecnicamente como usina a fio d’água.
O presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, que participa da audiência pública, afirmou que o órgão ambiental não faz “avaliação moral” sobre construção de usinas, mas sim uma análise técnica. Zanardi destacou que o tema “depende de profunda discussão de políticas públicas” e que “não cabe ao licenciamento identificar os impactos negativos ou positivos. “Isso deve ser feito no planejamento. O licenciamento não faz avaliação moral sobre construção de usinas hidrelétricas. Há uma grande necessidade de ampliar a etapa de planejamento”, comentou.
Recentemente, a presidente Dilma Rousseff fez uma defesa pública da construção de novas usinas com grandes reservatórios, mas não aprofundou o debate. O interesse do governo em defender esse tipo de projeto deve-se à possibilidade de fazer a gestão de energia. Ao criar grandes lagos, é possível controlar a vazão, mantendo o abastecimento em períodos de seca. Poucas usinas, no entanto, permitem que se faça uma gestão “plurianual”. A maior parte das hidrelétricas tem alcance máximo de regularização de apenas um ano.
No caso das usinas a fio d’água, essa gestão fica ainda mais limitada, dado que praticamente toda a água que chega é lançada pelas turbinas. Belo Monte, por exemplo, terá de ficar até seis meses com diversas turbinas desligadas, por conta do baixo fluxo de água do rio Xingu.
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