Agência iNFRA
07/04/2022 11h00
O ex-diretor geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Eduardo Barata, afirmou que focar em gestão da demanda para grandes consumidores em vez da oferta e atuar em eficiência energética para todos os consumidores são soluções viáveis para que o país deixe de depender tanto das termelétricas movidas a gás em momentos de crise hídrica.
Segundo ele, essa fonte deve ser uma “segurança energética” acionada quando “a crise se apresenta”. Para Barata, no entanto, outras energias renováveis também podem garantir segurança.
O mais recente relatório do IPCC (Painel
...O ex-diretor geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Eduardo Barata, afirmou que focar em gestão da demanda para grandes consumidores em vez da oferta e atuar em eficiência energética para todos os consumidores são soluções viáveis para que o país deixe de depender tanto das termelétricas movidas a gás em momentos de crise hídrica.
Segundo ele, essa fonte deve ser uma “segurança energética” acionada quando “a crise se apresenta”. Para Barata, no entanto, outras energias renováveis também podem garantir segurança.
O mais recente relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) mostrou que é preciso reduzir em 70% o uso do gás natural até 2050. Outra ação a ser adotada é extinguir o uso de carvão e reduzir em no mínimo 60% do uso do petróleo.
O gás natural é considerado uma fonte de energia de transição para outras mais limpas, como a eólica e a solar. Em 2021, o segmento foi o segundo que mais cresceu no país, com uma expansão de 32,39%, segundo a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O primeiro lugar ficou com a energia eólica que correspondeu a quase metade do acréscimo total de potência no ano, totalizando 48,85%. O percentual garantiu que o país fosse, pelo segundo ano consecutivo, o que mais instalou eólicas em 2021.
Os dados da GWEC (Global Wind Energy Council) também mostram que o Brasil é o sexto colocado no Ranking Mundial de Energia Eólica.
Com custo mais elevado, o uso de termelétrica a gás e carvão encarecem a energia elétrica em momentos de crise hídrica. Em outubro do ano passado, por exemplo, esses fatores somados permitiram que a bandeira da escassez hídrica fosse criada e adotada.
Barata destaca que “as térmicas foram contratadas [durante o período de falta de recursos hídricos] a valores cinco, seis vezes superior ao custo unitário padrão de usinas térmicas a gás”.
Porém, o ex-diretor do ONS destaca que o objetivo não deve ser eliminar o uso dessa fonte. Afinal, existem regiões, como a Sudeste, em que a infraestrutura termelétrica “está avançada”.
Para ele, o ideal seria utilizar fontes eólicas no Nordeste e no Sul, devido à quantidade de ventos nessas regiões, e instalar parques solares em cidades do Sudeste com menor desenvolvimento econômico, para diminuir o custo da energia.
Além das questões econômicas para o consumidor final, Barata também destacou que o investimento do governo em termelétricas neste momento só poderá ser utilizado “quando não precisarmos mais”.
“A interferência do poder político está fazendo com que tenhamos 8 GW de térmicas em locais onde nós não temos nem gás nem gasoduto”, disse.
Ele apontou que o leilão emergencial que contratou 1,2 GW de potência em outubro do ano passado vai custar R$ 39 milhões nos próximos três anos e ainda será preciso construir gasodutos para levar essa energia a outras regiões.
O certame foi o primeiro leilão simplificado de energia de reserva e tem investimento previsto de R$ 5,26 bilhões. Ao todo, 17 usinas foram contratadas para suprimento até dezembro de 2025.
13 de novembro 2024
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